quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A HERANÇA SOCRÁTICA…

jose-socrates-vigaro

Nunca como agora:

  • tivemos uma dívida pública tão grande.
  • atingimos um valor tão elevado de endividamento externo.
  • se evidencia a nossa dependência externa.
  • o estado soube gerir tão mal os dinheiros públicos.
  • os impostos directos e indirectos foram tão numerosos.
  • se pagou tanto em impostos e contribuições para o estado.
  • os preços dos combustíveis atingiram valores tão altos.
  • se pagou tanto pela água, luz, gás e telecomunicações.
  • o estado aumentou tanto a sua despesa pública.
  • o estado arrecadou tanto dinheiro em receita
  • tivemos um orçamento aprovado tão mau.
  • a economia paralela atingiu um valor tão elevado.
  • se verificou tanto compadrio, corrupção e tráfico de influências.
  • coexiste tanto indivíduo ou empresa dependente do estado.
  • se viu tanta burrice e/ou maledicência na classe política.
  • a incompetência foi tão premiada.
  • o nosso país foi governado à vista e orientado pelos ventos.
  • se tornou evidente que não nos conseguimos governar.
  • a nossa justiça foi tão injusta, ingrata e descriminadora.
  • a impunidade e a descaradeza chegaram a um ridículo tão grande.
  • a educação esteve tão mal e o ambiente nas escolas péssimo.
  • ser funcionário público se tornou no alvo preferencial a abater.
  • se atingiu um número tão elevado de desempregados.
  • se verifica um aumento tão rápido no número de pobres.
  • as famílias estiveram tão endividadas.
  • a crise de valores foi tão profunda.
  • se deixou de acreditar…

Imagem adaptada (daqui)

domingo, 12 de dezembro de 2010

A NOSSA MEDIANIA…

Mediano X

Somos um povo culturalmente débil. Apesar de nos termos aberto ao mundo continuamos fechados sobre nós próprios. Possuímos um íntimo fraco e fragilizado por séculos de inferiorização e incultura generalizada. Assim, o país passou muito mais tempo preocupado com os outros povos do que consigo próprio.

A culpa daquilo em que nos tornámos sempre esteve naqueles que nos (des)governaram estes anos todos. A manifesta incapacidade de gestão dos dinheiros públicos, a avidez de enriquecimento e promoção pessoal fez o resto. Toda a riqueza que fomos adquirindo ao longo de séculos foi sendo desbaratada rapidamente e o investimento em Portugal reduzido.

Assim, como fomos continuamente explorados no trabalho e miseravelmente pagos, os nossos valores culturais foram-se desvirtuando. Quem detém o poder é rico e “feliz”, mas quem trabalha sofre de pobreza e infelicidade permanentes. Como os primeiros são poucos, os segundos não vivem, vão sobrevivendo.

Por tudo isto, a inveja e a maledicência continuam de tal forma profundamente enraizadas que se foram revelando como as principais responsáveis pela nossa tristeza e falta de ambição. O pior é que não conseguimos reagir e o exemplo que tentamos dar fica aquém do que podíamos fazer por nós próprios e pelos outros.

Em tudo o que fazemos, nunca damos o nosso melhor limitando-nos a cumprir os mínimos e a passar despercebidos. Chegámos mesmo a arranjar um ditado a dizer que no meio é que está a virtude e aplicámo-lo a tudo.

Adoptámos a máxima de que é na mediania que reside a virtude, pois se te esforças em demasiado estás a querer impressionar o teu “chefe” e mas se não te aplicas o suficiente estás a baldar-te ao trabalho.

Chega de meio-termo e vamos assumir o futuro nas mãos…

Imagem adaptada (daqui)