quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A VERDADE SOBRE O CRISTIANISMO…

crucificação

Deixem-me que partilhe convosco algumas verdades insofismáveis sobre o cristianismo e o que vos peço é abertura de espírito e que confirmem tudo aquilo que vos digo na bíblia, pois está lá escrito quer gostem ou não.

Quando nos referimos ao Novo Testamento, estamos a falar de manuscritos. Ora os textos exprimem a intenção e os condicionalismos dos seus autores, devendo levar isso em conta quem os lê. Os autores dos Evangelhos não queriam relatar somente a vida de Jesus, portanto devemos ler e compreender para além disso.

Os textos mais antigos do Novo Testamento não são os Evangelhos, são as Epístolas ou cartas de Paulo e são vinte e uma. As narrativas da vida de Jesus eram passadas como histórias avulsas designadas por “perícopas orais”. Só mais tarde, foram redigidas em folhas de papiro e lidas fora dos seus contextos originais. Essas cartas foram posteriormente alinhadas numa determinada ordem e reunidas em grupos. As narrativas alargaram-se e surgiram os proto-evangelhos, que depois de unidos numa única narrativa originaram mais de trinta evangelhos.

Os evangelhos são reconstituições teologicamente orientadas e cada um apresenta uma teologia específica. O primeiro evangelho de Marcos foi escrito entre 65 e 70, o segundo, o de Mateus, entre 80 e 85, o terceiro, o de Lucas foi também escrito entre 80 e 85 e o quarto, o evangelho de João foi-o entre 90 e 95. Enquanto o primeiro evangelho canónico, o de Marcos, apresenta Jesus como um homem de carne e osso, que por vezes se zangava, o quarto evangelho, o de João, já o mostra como Deus.

Os discípulos de Jesus eram analfabetos de classe baixa que falavam aramaico e viviam na Galileia rural. Os evangelhos foram escritos por pessoas cultas, que falavam grego, de classe alta e que viviam fora da Palestina. A complexidade estilística destes manuscritos, que incluem parábolas e outros artifícios literários, implica que os seus autores eram pessoas com educação elevada. Os verdadeiros autores dos Evangelhos não foram apóstolos, mas pessoas que não viveram nem testemunharam os acontecimentos que narraram.

Não existem os originais do Novo Testamento nem as respetivas cópias. Nem sequer as cópias das cópias das cópias. A história de Jesus foi copiada vezes sem conta por escribas, sendo os primeiros, amadores e pouco qualificados. A bíblia contém milhares de erros acidentais (palavras mal copiadas, linhas que se saltaram), erros propositados, incoerências, contradições e histórias inventadas – a história da adúltera e a narrativa da ressurreição de Jesus.

Antigamente, as pessoas não tinham nome de família. Dispunham de um nome próprio e em geral eram conhecidas pelo nome do pai ou pelo nome da sua terra ou da profissão que desempenhavam. No caso de Jesus, era conhecido por Jesus de Nazaré ou Jesus, filho de José. Neste contexto, Cristo não era um nome, era uma designação adotada pelo apóstolo Paulo, atribuindo-Lhe o nome de Jesus Cristo. O próprio Jesus nunca deve ter escutado a palavra cristo na vida.

Jesus nasceu em Nazaré e não em Belém. Ele nasceu judeu, viveu judeu e morreu judeu. Era um acérrimo defensor da lei judaica e falava aramaico. Tinha vários irmãos, como Tiago, José, Judas e Simão, e era filho de José e de Maria. As pessoas chamavam-lhe rabino. Frequentava a sinagoga ao sábado. Tinha costumes judaicos e vestia-se como um judeu. Era circuncisado.

José, pai de Jesus não era carpinteiro porque a palavra grega usada originalmente pelo autor de onde o apóstolo Mateus se baseou era Tekton. Este termo significa construtor. Em bom rigor corresponde a um homem qualificado, senhor do seu negócio e que trabalhava na construção. Assim, a família de Jesus eram de classe baixa pois ser construtor civil numa terriola como Nazaré não correspondia a uma família abastada.

Jesus era um profeta apocalítico que achava que o mundo ia acabar a qualquer instante. Tinha uma visão ultra-ortodoxa do Judaísmo, afirmando até que não viera para anular as Escrituras, mas para as aplicar com ainda maior rigor do que os próprios fariseus. Jesus descriminava os gentios, ordenando aos apóstolos que os evitassem quando estivessem a propagar a boa nova.

O facto de Jesus ser um judeu ultra-ortodoxo fazia com que nem sequer aceitasse o divórcio e dizia que uma mulher divorciada que casasse outra vez estaria a cometer adultério. Ora a lei judaica previa a lapidação dos adúlteros, punição que Ele jamais reprovou. O episódio da adúltera, em que Jesus disse que atirasse a primeira pedra quem nunca tivesse pecado, é uma fraude, pois não consta dos textos originais do Novo Testamento. É um acrescento posterior.

O cristianismo nasceu da negação do judaísmo. O grupo que originalmente seguia Jesus, os nazarenos, não era mais do que uma das várias seitas do judaísmo. Após a morte de Jesus, os nazarenos não estavam a conseguir convencer os restantes judeus de que o seu líder crucificado pelos Romanos era o Messias. Paulo foi a Jerusalém, por volta do ano 50, e convenceu Pedro e Tiago, irmão de Jesus, a serem flexíveis. Acordaram que os gentios que aderissem ao movimento estavam isentos das obrigações judaicas.

Foi Paulo, que não conheceu Jesus pessoalmente, que criou o cristianismo. Os gentios recusavam-se a ser circuncisados, queriam comer carne de porco e trabalhar livremente ao sábado, ou seja, negavam-se a cumprir a lei judaica. Como apóstolo dos gentios, Paulo era muito mais culto do que os discípulos e decidiu alterar estes parâmetros teológicos de modo a encaixarem nas objeções dos gentios. A salvação, decidiu ele, já não se alcançava pelo respeito da lei nem pelo sacrifício no Templo.

Esta mudança foi tão bem sucedida pois, em poucas décadas, havia mais gentios a seguirem Jesus do que judeus. Os nazarenos judeus tornaram-se assim minoritários e, sobretudo após a destruição do segundo Templo, no ano 70, perderam poder e passaram a constituir uma mera seita dentro do movimento cristão, os ebionistas.

Os ebionistas, nome que vem de ebionum, palavra hebraica que significa pobres, eram os cristãos de origem e costumes judaicos que defendiam que Jesus era um homem de carne e osso, nascido de uma relação sexual normal e que Deus o escolhera por ser muito pio e conhecedor da lei. Eles reverenciavam o irmão de Jesus, Tiago, e consideravam que Paulo não passava de um apóstata que adulterara os ensinamentos originais.

Finalmente, e embora os ebionistas fossem herdeiros dos fundadores do movimento e aparentemente portadores da verdadeira mensagem de Jesus, foram declarados hereges e marginalizados pelos gentios desaparecendo da história. Quando Constantino se converteu ao cristianismo, no séc. IV, os cristãos adquiriram o poder que necessitavam para punir os judeus.

O amor que está no centro do ensinamento cristão, só é referido uma vez no primeiro evangelho. O cristianismo tornou-se em certos aspetos mais brando que a religião pregada pelo próprio Jesus, ou seja, a mensagem cristã atual tem muito pouco ou quase nada a ver com a mensagem original Dele.

Resumindo, foi o apóstolo Paulo, que embora não conhecendo Jesus pessoalmente, que criou o cristianismo. Este nasceu da negação do judaísmo e funda-se na morte de Jesus. A religião cristã que hoje existe não é a religião original de Jesus. Ele nasceu judeu, viveu judeu e morreu judeu. Jesus era um homem de carne e osso.

Esta é a mais pura das verdades sobre o cristianismo que nunca nos contaram e que nunca nos contarão. Só nos resta descobri-la por nós próprios.

papa

Imagens (daqui) e (daqui)