terça-feira, 10 de novembro de 2015

ANTÓNIO COSTA “ESQUECEU-SE”…

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É verdade. António Costa, secretário-geral do partido socialista sofre de esquecimento profundo. Sinceramente, não sei se será patológico mas profundo é certamente. Procuremos, então, elencar alguns dos factos que comprovam o que afirmo.

António Costa,

“esqueceu-se” de entregar a chave da sede da direção da associação académica da faculdade de direito da universidade de Lisboa, em 1982, durante quatro meses após a derrota nas eleições para daquele órgão associativo, do qual era membro da direção. Foi necessária a presença e intimidação da GNR para que devolvesse o dito objeto ao seu sucessor.

“esqueceu-se” que o I Governo Constitucional chefiado por Mário Soares governou o país em coligação com o CDS de 23 de julho de 1976 a 30 de janeiro de 1978, não tendo o PS sózinho obtido a maioria absoluta no parlamento (PS – 107 deputados em 262).

“esqueceu-se” que o IX Governo Constitucional chefiado por Mário Soares governou o país em coligação com o PSD de 9 de junho de 1983 a 6 de novembro de 1985, não tendo o PS sózinho obtido a maioria absoluta no parlamento (PS – 101 deputados em 250).

“esqueceu-se” que foi ministro dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional de 27 de novembro de 1997 a 25 de outubro de 1999, chefiado por António Guterres que governou o país durante a legislatura completa (4 anos) sem maioria absoluta no parlamento (PS – 112 deputados em 230).

“esqueceu-se” que foi ministro da justiça do XIV Governo Constitucional de 25 de outubro de 1999 a 6 de abril de 2002, chefiado por António Guterres que governou o país durante 2 anos e 5 meses, sem maioria absoluta no parlamento (PS – 115 deputados em 230).

“esqueceu-se” que o XVII Governo Constitucional chefiado por José Sócrates governou o país de 26 de outubro de 2009 a 21 de junho de 2011(1 ano e 8 meses) sem maioria absoluta no parlamento (PS – 97 deputados em 230).

“esqueceu-se” de mencionar em 2012, que foi o Estado, através do Governo na altura, que assumiu 43% da dívida da Câmara de Lisboa dizendo abertamente a todos os militantes socialistas que tinha conseguido reduzir a dívida da autarquia em 40%.

“esqueceu-se” da forma vergonhosa e interesseira do seu procedimento que levou ao afastamento da liderança do partido socialista de António José Seguro, seu antecessor. Deixou claramente que este fizesse o trabalho “sujo” na oposição ao governo e depois apareceu como rejuvenescedor do partido.

“esqueceu-se” que assumiu a derrota nas eleições legislativas de 4 outubro de 2015 e de respeitar os resultados eleitorais expressos nas urnas de forma livre e democrática. Cabe à coligação PSD/CDS com maior número de votos assumir a governação e não uma coligação pós-eleitoral resultante da soma do 2º, 3º e 4º partidos mais votados.

“esqueceu-se” de se demitir da liderança do partido socialista e de assumir as consequências políticas daquela que esperava ser uma vitória clara nas legislativas de 2015 e se tornou para ele numa derrota que nunca acreditou acontecer. A honestidade, a integridade e a verticalidade política nunca foram o seu forte.

“esqueceu-se” de interpretar claramente o sentido de voto do povo português que disse inequivocamente que não o queria como primeiro ministro, caso contrário, teriam-lhe dado os votos necessários e a vitória nas eleições.

“esqueceu-se” do partido socialista e da derrota eleitoral nas legislativas de 2015 para encetar uma “troika” egoísta, obstinada e teimosa de querer convencer-se a si próprio que ganhou.

“esqueceu-se” de se empenhar seriamente nas negociações para um acordo parlamentar com a coligação “Portugal à Frente”, a mais votada nas legislativas 2015, permitindo a aprovação do programa de governo, tal como tem feito na consecução de um falso acordo contra natura entre o PS, o BE, PCP e PEV.

“esqueceu-se” que com esta jogada interesseira de se juntar à esquerda radical está a jogar uma cartada política muito alta e arriscada, comprometendo seriamente o futuro do partido socialista. Colocou abertamente os interesses pessoais acima dos partidários.

“esqueceu-se” que com esta batota eleitoral de juntar os deputados socialistas, bloquistas, comunistas e verdes como forma de chegar ao poder e formar governo abre um precedente único e reprovável em posteriores atos eleitorais, sejam eles quais forem.

“esqueceu-se” do dever de solidariedade política para com o governo da coligação (Portugal à Frente) abstendo-se na votação do programa do governo, tal como aconteceu no passado com o PSD e o CDS que viabilizaram governos minoritários socialistas. As razões políticas para o fazer agora não são diferentes daquelas que o permitiram ser ministro de um governo nas mesmas circunstâncias.

“esqueceu-se” que está a ser manipulado pelos seus parceiros de “acordo” e que serão eles os primeiros a cobrar-lhe tudo aquilo que pretendam, dado que jamais abdicarão dos seus pressupostos ideológicos.

Esquece-se, acima de tudo, que o povo português nunca lhe perdoará esta jogada na secretaria que fez para chegar a primeiro ministro quando tinha a obrigação de ser digno, respeitador e honrado politicamente e viabilizar o governo minoritário, como aconteceu inversamente em situações anteriores.

Estou convicto que o partido socialista sairia mais forte no futuro se estivesse na oposição deixando passar o governo da coligação PSD/CDS do que submeter o partido a esta situação que congeminou. Na oposição teria a hipótese de desempenhar um papel decisivo de controlo da governação e de preparar tranquilamente a renovação interna que urge levar a cabo.

Obrigado António Costa, por seres quem és. Nunca mudes. Portugal e os portugueses precisam de homens como tu.

P.S. – Com um governo de “acordo” parlamentar de esquerda estaremos com certeza absoluta em pouco tempo PIOR do que estávamos em 2011 e todos os sacrifícios feitos pelos portugueses terão sido em vão. Disto não tenho dúvidas nenhumas. Absolutamente nenhumas.

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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

EUTANÁSIA – UM DIREITO: SIM OU NÃO?…

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A eutanásia “consiste no ato de facultar a morte sem sofrimento a um indivíduo cujo estado de doença é crónico e incurável, estando normalmente associado a um imenso sofrimento físico e psíquico”. A primeira interpretação que sobressai desta definição é o caráter de excecionalidade, ou seja, a sua aplicação só deve ter lugar em casos extremos. Nunca a banalização da sua prática.

A designação de “suicídio” medicamente assistido comporta em si uma conotação negativa e tendenciosa, procurando-se, pelo uso desta terminologia, influenciar a pessoa humana à desaprovação liminar da sua realização. A manifesta e esclarecida vontade de por termo à vida, naquelas circunstâncias, deve ser entendida como ato desesperado e último. É uma decisão estritamente pessoal, devendo-se respeitar a dignidade da pessoa humana.

Pergunta-se. Não teremos nós o direito alienável de decidir o que pretendemos fazer com a nossa própria vida? Não perderá o sujeito o direito a uma morte medicamente assistida, deixando que os outros decidam por ele? É ou não verdade que cada um de nós tem o direito de prescindir de assistência médica ou medicamentosa independentemente da gravidade da sua doença?

Só porque se trata da nossa saúde esquecemo-nos do direito que nos assiste de podermos negar assistência médica por desconfiança das capacidades de quem nos atende? Quantas vezes abdicamos, de livre vontade, da toma de medicamentos que nos ajudariam a recuperar a saúde mais rapidamente? Quantas vezes o fazemos só porque achamos que os químicos não estão a surtir efeito? Seja em que circunstância for, não estamos a usar um direito que temos sobre a nossa própria vida?

E o direito sobre a nossa própria morte? É um direito próprio ou pertence aos outros? Não nos esqueçamos que a morte medicamente assistida deve ser uma escolha que permita ao indivíduo doente crónico e incurável em grande sofrimento colocar termo à sua vida. Como, igualmente, será direito seu manter-se vivo independentemente da sua situação.

Pessoalmente, o que mais me incomoda é a falta de respeito daqueles que não se encontrando em sofrimento físico e psíquico profundo negam os direitos aos outros e interferem na dignidade individual. Porventura consideramos indigna a morte de doentes crónicos e incuráveis que sofrem imenso? Somos assim tão cruéis que sobrepomos o nosso direito de vida sobre o direito de viver ou morrer do outro? Onde fica a dignidade individual? E o direito de escolha? É disto que se trata e nada mais.

Se eu tenho o direito de decidir sobre a minha vida, por que razão não posso ter o direito sobre o momento da minha morte? A morte medicamente assistida deve ser legislada e legalizada para bem do doente e do técnico que assistirá ao ato final. Dignifiquemos a vida que a pessoa levou pelo menos na altura em que ela decidir partir. Haja dignidade e respeito pelo outro.

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sábado, 29 de novembro de 2014

SERÁ A POLÍTICA PORCA OU SERÃO OS POLÍTICOS?…

Política Porca

Relativamente a esta questão não me resta quaisquer dúvidas. São os políticos os verdadeiros “porcos”. É esta a classe “suína” que chafurda nos dinheiros públicos com tal facilidade e à vontade que colocaria em espanto o mais irreverente dos leitões de tenra idade.

A promiscuidade na “pocilga” do parlamento é alarmante e nenhum dos “porcos”, independentemente da sua “raça”, se pode considerar mais limpo ou puro do que o outro. O esterco prolifera e o odor a corrupção, compadrio, tráfico de influências e injustiça é de fazer levantar defunto.

A grande diferença entre uma ninhada de bácoros e os nossos políticos é que os primeiros quando mamam respeitam-se uns outros e cada um tem a sua teta. Já os segundos, os políticos, adoram criar confusão antes, durante e depois das “mamadas” e não perdem nunca a oportunidade de mamar nas “tetas” dos outros. Se puderem roubar o “leite” do vizinho fá-lo-ão sem pudor ou sensatez.

O nosso maior problema é não termos coragem para “abater” os porcos, deixando que eles transformem o país num matadouro. Não percebemos que estes “porcos” crescem sempre, não sofrem desmame e que continuarão a alimentar-se eternamente até esgotar o “leite” todo. A mãe-porca, ou seja o povo, não aguenta mais que lhe puxem pelas tetas e lhe suguem o leite. A porca deve reagir, tem de reagir, nem que seja para comer os filhos. É a sua sobrevivência que está em jogo.

Não têm que ficar escandalizados, pois o instinto de sobrevivência acabará por ser mais forte. Tem de ser mais forte. Se vivemos numa pocilga e não reagimos aos “porcos” que, como omnívoros que são, nos comem tudo, então não temos salvação. Iremos todos para abate, isso é certo. Estamos resignados pois nem uma “pata” mexemos.

Mas espera aí. Se eu disse que nem sequer esforço fazermos para desenterrar as patas da porcaria onde estamos atolados, então o nosso comportamento pouco difere dos suínos? Não, isso é que não. Eu recuso-me a pertencer a essa classe. Lutarei, com todas as minhas forças, contra a tentativa de nos transformar em porcos.

Vivemos num país em que os “porcos” têm asas. Voam constantemente do parlamento para governo e deste para as empresas públicas ou privadas, regressando ao ponto de partida.O pior é que durante o voo vão defecando aqui e ali, deixando esterco por todo o lado. O país cheira mal e o cheiro a dejectos já ultrapassa fronteiras.

A política de curral deve abandonar o parlamento. Deve ser nobre, limpa e servir o cidadão. Não deve ser um conjunto de grunhidos e roncadelas constantes que intencionalmente baralham e desviam as atenções do essencial. Estes “porcos” que andam na política para se servirem devem abandoná-la imediatamente.

Eu não quero mais todos estes “porcos” no poder. Tudo farei para os “assar”, mas não os engulo. Gosto muito mais de leitão à Bairrada.

candidato e porca

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quarta-feira, 5 de março de 2014

COIMBRA - A ACADEMIA, A PRAXE E A SAUDADE…

Latada_Coimbra

Não venho falar-vos de atentados ao pudor, violação de liberdades, atividades violentas e vexatórias sobre estudantes ou mortes resultantes de praxes, pois tratam-se, isso sim, de delitos praticados por seitas de estudantes universitários. Estes atos insultuosos para a condição humana camuflam indiscutivelmente tentativas de ascensão e afirmação social. Em suma, não são praxe académica.

Pretendo sim recordar-vos a vida estudantil da Universidade de Coimbra. É isso que interessa e que nos acrescentou valor. Todos aqueles que passaram por esta instituição de ensino superior sentiram algo especial que os marcou como indivíduos e os formou como pessoas.

Quando entrei para a faculdade de Ciências e Tecnologia, corria o ano de 1981 e com dezoito anos saí debaixo das asas controladoras e disciplinadoras dos meus pais e fui aprender a voar. O ano de caloiro custou a passar não pelas praxadelas mas por que tudo era novidade e eu não conseguia ir a todas. Um mundo novo se abriu para mim e eu tentei explorá-lo.

Recordo-me bem quando uns estudantes do 2º e 3º ano, respetivamente semi-putos e putos, nos tentaram convencer a inscrever o nosso nome e a entregar uma quantia em dinheiro para a aquisição de uma sebenta no bar das matemáticas. Nós como caloiros obedientes e inexperientes lá fomos, embora no local nos tenhamos apercebido que tudo aquilo não passava de um esquema para angariar fundos para os copos dos alunos mais antigos. Realço aqui que ninguém nos coagiu, maltratou ou ofendeu.

Brincadeiras deste tipo tinham unicamente como objetivo integrar e abrir a pestana ao pessoal, nunca ridicularizar ou diminuir o estudante. Na esmagadora maioria das vezes, se o caloiro alinhasse na coisa todos se divertiam. Era isso que interessava.

Outra situação marcante foi a aula fictícia no departamento de química, ministrada por um aluno mais antigo. A lista de bibliografia necessária à cadeira de química geral registada no quadro era enorme, com livros em todas as línguas (russo e chinês, incluídos). A falsa aula terminou com a entrada na sala do regente da cadeira, a saída do falso professor com uma despedida cordial e a nossa cara de espanto pelo sucedido.

Não conheço e nunca assisti a qualquer atividade de praxe a que o caloiro não aceitasse submeter-se. Qualquer um tinha o poder de dizer não e isso era respeitado. Mas se rejeitasse o código da praxe não o poderia seguir no futuro. A adesão era livre. E foi a partir do meu 2º ano que tudo se alterou. Abracei completamente a academia, aderi na plenitude ao código e passei a usar com muito orgulho o traje académico de Coimbra.

Os anos seguintes foram cheios de alegria, prazer e praxe. As receções aos caloiros, as latadas, as queimas das fitas, as garraiadas na Figueira da Foz, os bailes de gala, as noites no parque, as serenatas na Sé Velha, os bailes na cantina, os namoros e os copos. Paralelamente, a vida social revelou-se intensa e diversificada. Sessões de King, álcool e tabaco pelas noites dentro. Marquei, igualmente, muitas presenças em discotecas (States, Scotch e Etc, Coimbra e Lagar, Ceira) onde a excelente música dos anos 80 convidava a dançar sheik ou slow e a conhecer muita gente.

Usei insígnias pessoais, o grelo (3º ano) e as fitas azuis claras (4º ano) com muito orgulho. No 5º ano, cartola e bengala. No final deste ano, realizei juntamente com dois saudosos colegas a cerimónia do rasganço após a publicação da classificação da última cadeira. O Instituto Botânico foi o local escolhido por representar bem o nosso curso - Biologia. Foi divertido, marcante e simbólico, em suma foi inesquecível. O manguito à cabra representou a despedida da vida académica e a chegada das lágrimas da saudade. Ainda hoje o recordo.

Para ficar tudo completo, fomos fazer a nossa apresentação, na qualidade de novos doutores, ao jornal “Diário de Coimbra” que publicou nas suas páginas o acontecimento, como manda a tradição. Tudo tinha terminado. Chorei quando me apercebi disso e lamentei não ter chumbado para gozar a vida académica mais um ano.

Esperem, lembrei-me de algo incrível que se passou nesse mesmo dia. Fomos ainda notícia nos media, pois desfilámos numa passagem de modelos da loja Fetal no jardim da Sereia. Guardo comigo o recorte do jornal sobre esse acontecimento. Foi hilariante e absolutamente memorável.

Com grande regularidade continuámos a ir à queima das fitas nos anos subsequentes e ainda hoje o fazemos. Sempre participámos nos cortejos e recordamos sempre todas as peripécias, aventuras e façanhas que vivemos. A amizade ficou marcada de forma eterna. A vida estudantil foi apaixonante.

Eu não quero esquecer nada, quero manter a saudade. Amo-te muito Coimbra e sei que tu também me amas a mim.

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domingo, 2 de fevereiro de 2014

NOVAS TRETAS DO CÓDIGO DA ESTRADA…

ciclistas

Já analisaram as novas regras do código da estrada que entraram em vigor no dia 1 de janeiro de 2014? Eu já. Descobri que algumas delas são aberrações ou atentados a quem é encartado e tem seguro obrigatório para circular nas nossas estradas.

Primeira aberração: circulação de ciclistas a par, limitado a dois. Grande estupidez. Se é a par logo circulam apenas duas pessoas lado a lado. Não são permitidos trios, quartetos ou quintetos lado a lado. Mas centremo-nos no essencial.

Permitir a circulação a pares? Quais as razões? Será que os ciclistas necessitam disso para conversarem enquanto pedalam? E a segurança dos outros veículos que também circulam nas duas faixas de rodagem? E a própria segurança dos ciclistas?

Tenho muita dificuldade em compreender esta medida, quaisquer que sejam as razões que ainda não descortinei. Virá esta alteração a permitir a circulação de motociclos a par?

Segunda aberração: circulação de ciclistas com idade inferior a 10 anos nos passeios. Mas eu estarei a ver bem isto? Anda tudo louco? Permitir que uma criança circule de bicicleta no passeio? E os peões passam a circular nas faixas de rodagens?

Os passeios servem para passear e não para pedalar. São as “faixas de rodagens” dos peões, onde podem circular à velocidade que entendem, parar e inverter o sentido de marcha sem preocupações. Agora os peões têm de precaver-se dos aceleras velocipédicos que em tenra idade pouca consciência ou respeito manifestam pelos outros.

Terceira aberração: as bicicletas estarão equiparadas, por regra, às viaturas automóveis. Os condutores terão que dar prioridade às bicicletas, nas mesmas condições em que o fariam a outro veículo automóvel. O quê? Equiparar as bicicletas a um veículo automóvel? É a anarquia total.

Já circulam nas estradas veículos motorizados sem carta, ou seja sem habilitação de condução tirada em escola específica com aprovação em exame de condução constituído por prova teórica e prova prática de motociclos de cilindrada superior a 125 cm3, de automóveis ligeiros ou pesados. Agora juntam-se os ciclistas que têm prioridade e não necessitam de qualquer habilitação para a condução e nem seguro obrigatório possuem?

Querem fazer-me engolir que conduzir velocípede (bicicleta ou triciclo) é igual a conduzir motociclo de 50 cm3? Ou que é a mesma coisa que conduzir motociclo de cilindrada superior a 125 cm3? E que é igual a conduzir automóvel ligeiro? Não brinquem comigo. Se querem direitos iguais, vamos a deveres iguais também.

Quarta aberração: mínimo de 1,50 metros na ultrapassagem de bicicletas. Ridículo. Concordo que deve existir uma distância de segurança entre os automóveis e os ciclistas aquando da ultrapassagem, mas 1,50 metros no mínimo é absurdo. Se o ciclista circula a 1 metro da guia lateral ou da berma implica que o automobilista se afaste para os 2,5 metros quando passar por ele. Ou seja, terá sempre que ir para a faixa contrária aumentando o risco de colisão. Convém recordar quando um par de ciclistas circularem lado a lado toda esta situação se complica e se agrava.

Quinta aberração: circulação em rotundas. Um atentado à inteligência. Vejamos. Se eu pretender sair da rotunda na primeira via de saída, devo ocupar a via da direita. Tudo bem. Imaginem agora que eu vou entrar na rotunda e que quero sair na segunda via. Dois problemas se colocam. Se circulo numa via de faixa única vou ter de aguardar que a segunda faixa de rodagem da rotunda fique livre pois não posso usar a faixa mais à direita dado que não vou sair na primeira via de saída. Resultado: aumento da fila de trânsito, do tempo de espera e maior o risco de acidentes.

Mas se eu circulo numa via de acesso à rotunda com duas faixas de rodagens que seguem no mesmo sentido, não posso ocupar a via mais à direita. Essa é destinada a quem vai sair na primeira saída. Tenho que usar a faixa mais à esquerda com o objetivo de sair na segunda via de saída. No caso de eu querer sair na terceira ou quarta via de saída, o caso complica-se ainda mais e só lá vai com um esquema (ver figura abaixo). Resultado: o mesmo, aumento da fila de trânsito, do tempo de espera e maior o risco de acidentes.

Se pensam que estas alterações vão facilitar e disciplinar o tráfego estão redondamente enganados. Já estou a ver os agentes de autoridade de dentes afiados, quais vampiros sedentos de sangue, a despachar coimas e a encher os cofres do estado com o seu “enorme” zelo profissional. Cala-te que já estás a dar ideias.

Considerações:

Alguém se preocupou em definir a obrigatoriedade dos ciclistas, punível com coima, de circularem o mais à direita possível proibindo-os de usarem os intervalos entre as filas de trânsito?

Alguém definiu a proibição, punível com coima, do atravessamento de ciclistas nas passadeiras?

Alguém pensou na necessidade de seguro obrigatório, punível com coima, para ciclistas, dado que passam a ter os mesmos direitos que os outros utentes das vias públicas?

Alguém se lembrou de tornar obrigatório, punível com coima, o registo e a matrícula dos velocípedes por forma a identificar facilmente quem circula na via pública?

Alguém se lembrou de tornar obrigatório, punível com coima, o uso de capacete por todos os ciclistas, por forma a aumentar a segurança e diminuir os danos em caso de acidente?

Alguém se lembrou de proibir a circulação, punível com coima, de ciclistas durante a noite sem qualquer tipo de sinalização luminosa que os identifique?

De uma forma conclusiva, posso afirmar que, quem criou estas alterações só podia estar a dormir ou então não goza de todas as faculdades mentais. Ou então pensa que todos os outros, como nós, somos parvos, andamos de quatro e comemos fardos de palha.

Por que razão em Portugal as leis são criadas intencionalmente para satisfazer minorias, fações ou grupos políticos ou económico-financeiros e não a população em geral? Se a lei é de aplicação geral DEVE satisfazer todos os indivíduos e não as minorias.

rotunda

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sábado, 4 de janeiro de 2014

UMA “BOA” EDUCAÇÃO DOS PAIS…

educação disciplinar

Princípios basilares de uma “boa” e “moderna” educação dos pais:

1º - Se alguém refilar contigo refila também, de preferência respondendo com indignação e má cara.

2º - Se te repreenderem não fiques calado, principalmente se não tiveres razão nenhuma.

3º - Se és mal-educado isso é normal, eles (professores, funcionários e cidadãos) também já foram.

4º - Se não consegues ser pontual não tem importância, os outros têm a obrigação de esperar por ti.

5º - Se faltas às aulas sem o nosso conhecimento é porque necessitaste, nós estamos cá para te desculpar e justificar todas as tuas ausências às aulas.

6º - Se mentes ou escondes “coisas” sobre a tua situação escolar podes fazê-lo, ainda és uma criança e, portanto, isso é desculpável.

7º - Se não consegues comportar-te na sala de aula não há problema, isso é próprio da tua idade.

8º - Se não queres fazer os trabalhos de casa não faz mal, os professores exageram nas tarefas e podes sempre copiar por um colega teu.

9º - Se gostas de deitar papéis para o chão ou escrever nas carteiras ou nas paredes não te inquietes, alguém vai limpar desde que não sejas tu.

10º - Se não gostas ou não queres almoçar na cantina da escola, não faz mal nós damos-te dinheiro para comeres porcarias (sandes e sumos) nos cafés das redondezas.

11º - Se no final do primeiro período letivo tiveres muitas “negativas” não há stress, receberás igualmente muitas prendas pelo natal.

12º - Se chumbares no final do ano qual é o problema, poderás sempre ir passar os fins de semana que quiseres ou miniférias com os teus amigos.

13º - Se não gostas do(a) teu(ua) professor(a) não te preocupes, arranjaremos forma dele(a) não te dar mais aulas.

14º - Se não gostas de estudar não tem mal nenhum, a família manterá a tua malandrice e os teus vícios.

15º - Se não tens horas certas para dormir não te preocupes, podes deitar-te quando quiseres pois quem define os horários és tu.

16º - Se não gostas de estar em casa qual é a dúvida, podes passar o tempo que pretenderes fora e regressares à hora que entenderes.

17º - Se gastas muito dinheiro em chamadas e sms não tens que reclamar, nós pais carregaremos o telemóvel sempre que não tiveres saldo.

18º - Se já não tens o dinheiro que te demos ontem não há problema, nós dar-te-emos mais hoje sem ser preciso justificação.

19º - Se é essa a peça de vestuário que queres pois seja, não queremos que te incomodes ou fiques chateado com estas coisas.

20º - Se és egoísta e/ou imaturo não fiques frustrado, os outros é que ainda não te entenderam.

21º - Se não queres trabalhar e preferes não fazer nada não há chatice, nós pais compreendemos isso e respeitamos as tuas opções de vida.

Por favor, não cair na tentação de pensar que estes princípios que refiro são exageros ou devaneios da minha mente. Não, os pais atuais são exatamente assim a educar os seus filhos. A única diferença entre eles é que uns aplicam todos eles, enquanto outros usam alguns.

A questão central é que nenhum dos pais devia aplicar qualquer dos princípios que descrevi, para bem da educação dos seus filhos e dos outros.

birras dos filhos

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quarta-feira, 19 de junho de 2013

OS PROFESSORES SERÃO UMAS BESTAS?…

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Estou farto destas opiniões ignorantes e difamatórias sobre os professores verbalizando o que lhes vem à cabeça sem saberem o que dizem. Para mais estar a ser continuamente ofendido e tratado como uma besta ou atrasado mental por um ministro que só consegue dizer verborreias, para além de inaceitável é, no mínimo, parvo.

Expliquem-me se souberem, quando é que um professor que fez autoavaliação no final do terceiro período na sexta-feira (07.06.2013), das 16:15 às 17:00, após um dia completo de aulas, vai ter tempo para pensar calma e ponderadamente nas avaliações finais dos seus alunos tendo os conselhos de turma de avaliação na terça-feira (11.06.2013), de manhã?

Eu respondo. Só o poderá fazer no sábado, no domingo ou na segunda-feira feriado. Muito provavelmente fá-lo-ão nesses três dias pois aquilo que os professores efetivamente não são é inconscientes, irrefletidos e aldrabões como aqueles que nos governam ou que se encontram à frente de associações patrocinadas pela tutela.

Se calhar estão a pensar, por que razão não ficam os docentes, na situação real que acima vos descrevi, das 17:00 em diante a preparar essas avaliações? De facto, não o deviam fazer pois têm tanto direito ao descanso, depois de um dia de trabalho, como qualquer outro cidadão. Mas admirem-se, pois mesmo sem qualquer retribuição monetária extraordinária eles o farão.

E o tempo para a família? Não terão os professores direito ao fim de semana como todos os trabalhadores portugueses? E quantos fins de semana passam eles a preparar aulas, a fazer testes, a corrigir testes, tarefas, trabalhos e relatórios, a realizar trabalho burocrático, etc. Muitos dirão: ”Mas isso é o dever deles.”. Eu pergunto: “Será? No fim de semana? À borla?...”.

Quer acreditem ou não, não há fim de semana nenhum que os professores não passem sem trabalhar para a escola e para os alunos. E sabem porquê? Porque eles são uns tolos sem remédio que se dedicam de alma e coração ao que fazem. E depois ainda há quem tenha a lata de criticar ou falar o que quer que seja sobre os docentes. Tenham vergonha, pois tudo aquilo que são devem-no aos vossos professores. Eu sei que a memória é curta e o povo é ingrato.

Para além disto tudo, não é que o presidente das associações de encarregados de educação - Confap (Jorge Ascensão) ainda me pede para eu fazer greve ao fim de semana? Se calhar era o que eu devia fazer, mas prefiro trabalhar sem receber um tostão. É absolutamente claro que esta personagem não sabe do que fala e em vez de estar contra os professores devia ficar ao lado deles. O seu dever era estar calado pois o ministério de educação é que lhe paga do orçamento do estado aquilo que ele ganha sem merecer.

Venham mas é as 40 horas semanais que eu já trabalho muitas mais. Uma coisa eu garanto, se assim for não irei trabalhar nem mais um segundo depois das oito horas diárias, pois nem sequer ganho pelas que faço a mais. Chega de me dedicar feito tolo e não ser reconhecido. Também não quero ser mal tratado e mal visto por todos aqueles que ainda não entenderam a importância da minha profissão.

E não se esqueçam, a escola continua aberta para quem ainda não aprendeu, para quem fala sem saber e para quem não tem educação…

funcionario burro

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