segunda-feira, 30 de abril de 2012

A IMBECILIDADE NA IGREJA CATÓLICA…

Batismo

Estou revoltado com tudo aquilo que tenho ouvido relativamente ao comportamento que diferentes padres têm adotado sobre várias matérias delicadas.

As posições que abertamente assumem deveriam ser muito mais consentâneas com o papel que desempenham no seio da igreja e menos pessoalizadas ou carregadas de personalidades mal formadas, que ninguém ousa questionar.

Pela minha vida, tenho-me cruzado com mais exemplos de maus padres do que com padres genuinamente bons. Talvez tenha sido eu o responsável por trilhar caminhos que os intersetam, por isso resolvi agora afastar-me e recolher-me. Percebi que não necessito deles para estar em paz e comungar o amor que nutro em mim.

As temáticas que vos quero falar incidem sobre o batismo, a comunhão e o matrimónio, onde a posição assumida por sacerdotes de diferentes paróquias é tão díspar que aflige e tão retrógrada que ofende o mais comum dos fiéis, desde que munido de alguma humanidade e solidariedade.

Sabiam que existem padres que não batizam crianças só por que os pais vivem em união de facto? A justificação de que as leis da igreja não o permitem penaliza muito mais a criança do que os pais. Uma perfeita imbecilidade, pois esquece-se os superiores direitos à proteção e defesa do recém-nascido.

E o que me dizem da atitude de um sacerdote que se recusou a batizar uma criança na situação que vos descrevi, mas que de forma imaculada referiu que se ela estive doente ou de saúde muito debilitada, leia-se próxima da morte, nessas circunstâncias já não se negaria a batizá-la. Mais uma enorme imbecilidade. Estou a ver a sensação de “conforto” sentido por estes pais depois de terem ouvido isto. Realmente o batismo em leito de morte de uma criança inocente deve ser um ato muito dignificante para aquele que o recusou em estado de perfeita saúde.

Digam-me o que pensam de padres que negam a pessoas sem crisma, em união de facto, casadas por civil ou divorciadas que entretanto casaram, o privilégio e a alegria de serem padrinhos de batismo? Não será isto ridículo, e muito mais ridículo ainda, quando justificado por leis católicas? No entanto, assistem-se a posições sacerdotais que divergem de paróquia para paróquia. Outra imbecilidade.

Por que razão posso eu ser aceite como padrinho de batismo se reunir “todas as condições” sendo divorciado, mas já não o ser depois de ter casado uma segunda vez? Como é que a minha situação de casado por civil pode ser impeditiva de cumprir tão nobre ato e sobrepor-se a todas as minhas boas práticas e condutas que porventura desenvolva? Uma imbecilidade desmesurada.

Sou o exemplo vivo de uma “criança” que há muitos anos fez a primeira comunhão duas vezes. Sim, duas vezes. A razão é simples, vivi durante um período de tempo numa paróquia onde fiz a minha primeira comunhão e quando mudei de residência para uma nova paróquia o padre obrigou-me a fazer outra vez a primeira comunhão. Por isso, tenho duas. Profunda imbecilidade. Tenho a sensação desta ter sido a minha primeira experiência “traumática” resultante de comportamentos sacerdotais.

Nunca entendi nem entenderei jamais que se prive um indivíduo (homem ou mulher) solteiro de celebrar o matrimónio pela igreja, só porque o seu parceiro(a) é divorciado(a). Não respeitar a fé do homem por causa da sua condição é um ato de desumanidade e de desrespeito. Se duas pessoas se amam e desejam celebrar o seu sentimento perante Deus não se lhes deve facultar esse desejo na fé? Mais outra grandessíssima imbecilidade.

Perante tudo isto, não se torna fácil entender quais as razões por que cada vez mais pessoas se afastam da igreja e das suas práticas? De facto, elas não estão a perder a fé em Deus, mas a perder o respeito e a veneração pelos padres.

Quando um homem não respeita os mais elementares valores da pessoa e da sociedade pouco lhe vale servir a igreja. Rapidamente, ele irá manchar com as suas condutas a instituição que tanto procura preservar e transformar-se num imbecil.

bento XVI

Imagens (daqui) e (daqui)

domingo, 1 de abril de 2012

AS OBRIGAÇÕES DE PASSOS…

sócrates-passos

Em resultado da governação ruinosa, trapaceira e mentirosa de José Sócrates que afundou este país para sempre, as eleições legislativas de 2011 trouxeram para o governo Pedro Passos Coelho. A esperança de melhorias existia na mente de muitos portugueses, mas rapidamente começaram a desaparecer. As promessas eleitorais que levariam a profundas reformas estão por cumprir e os interesses do capital público e privado continuam intocáveis.

O atual primeiro-ministro tem o dever moral e político de alterar este estado de coisas, primeiro, por que o prometeu durante a campanha eleitoral e segundo, por que colocará, se não o fizer, o sistema político-partidário e a democracia em causa. A credibilidade dos agentes políticos está colocada à prova.

Posto isto, o que este governo de Passos tem a obrigação de fazer é:

  • acabar com todas as mordomias (gabinetes, adjuntos, assessores, secretárias, apoios administrativos, automóveis, motoristas, etc.) dos
    ex-presidentes da república;
  • alterar a constituição da república removendo-lhe o cariz esquerdista e reacionário, modernizando-a e adequando-a à realidade atual;
  • reduzir o número de deputados da assembleia da república para um número inferior a uma centena e profissionalizar os políticos;
  • alterar a lei eleitoral, constituindo os ciclos uninominais por distrito;
  • acabar com todos os benefícios (subsídios de alojamento, de deslocação e de refeição, de reinserção, de reformas, etc) dos deputados e implementar o regime remuneratório exclusivo durante a legislatura;
  • acabar com inúmeros institutos e fundações públicas cuja utilidade é nula e que só servem para duplicar pessoal, funções e encargos;
  • anular os contratos das parcerias público-privadas e pedir dinheiro para liquidar as dívidas, poupando dinheiro e evitando encargos tremendos no futuro;
  • encerrar as empresas municipais que só criam despesa e permitem a acumulação de funções de administradores, não solucionando o problema que levou a sua formação;
  • alterar a lei autárquica, reduzindo o número de câmaras e assembleias municipais, modificar a forma de representatividade, acabar com as juntas de freguesia nas áreas a que pertencem as câmaras e reduzir significativamente o número de freguesias;
  • cessar com os pagamentos de prémios de presença a reuniões de câmaras e de juntas;
  • responsabilizar civil e criminalmente administradores, diretores e gestores públicos, bem como presidentes de câmara por todos os seus atos de gestão praticados durante os seus mandatos;
  • acabar com o financiamento dos partidos políticos por parte do estado, através do seu orçamento, ou seja, por via dos contribuintes;
  • acabar com a existência de viaturas topo de gama e motoristas particulares para uso de ministros, secretários de estado, administradores, diretores, gestores, assessores e presidentes de câmara, excetuando-se o presidente da república e o primeiro-ministro;
  • criar uma frota limitada de viaturas de gama baixa e devidamente identificadas com chapas do estado para uso exclusivo de ministros, que as conduzirão nas suas deslocações de serviço oficial;
  • impedir o uso de telemóveis de trabalho para fins pessoais, limitando drasticamente as despesas em chamadas e mensagens;
  • limitar drasticamente o número de administradores e de assessores das empresas públicas, poupando muito dinheiro ao erário público;
  • limitar o vencimento de qualquer detentor de cargo público ao valor auferido em vencimento pelo presidente da república;
  • acabar com o pagamento de horas extraordinárias e ajudas de custos a ministros, secretários de estado, administradores, diretores, gestores, assessores e presidentes de câmara que muito têm contribuído para o esbanjamento de dinheiros públicos;
  • acabar com os todos os pareceres jurídicos solicitados a sociedades de advogados privados e colocar os gabinetes jurídicos dos ministérios a efetuar esse trabalho, economizando dinheiro e aproveitando recursos humanos do estado;
  • exigir a devolução do dinheiro dos contribuintes aos acionistas de BPN e BPP que, como instituições bancárias privadas que são, não redistribuíram lucros ou dividendos por todos nós quando os tiveram;
  • acabar com o financiamento milionário à RTP através do orçamento geral do estado e com a contribuição audiovisual através da fatura de eletricidade, cobrada pela EDP;
  • criminalizar o enriquecimento ilícito e confiscar bens a favor do estado obtidos em resultado dessa atividade;
  • criar um período obrigatório de pausa de três anos entre o término do exercício de funções governamentais e a ocupação de cargos em empresas públicas ou privadas, em qualquer situação e, particularmente, onde se verifique conflito de interesses;
  • regular e fiscalizar efetivamente toda a atividade bancária;
  • diminuir margens de lucro dos bancos, padronizar custos de prestação de serviços bancários e aumentar os impostos às instituições financeiras;
  • proceder a um levantamento geral e minucioso de todos aqueles que ocupam cargos políticos, quer ao nível central ou local, por forma a tornar público o seu património antes e depois do exercício de funções;
  • cessar completamente o sigilo bancário, não sendo preciso qualquer ordem judicial para o estado aceder a qualquer tipo de conta, pessoal ou coletiva, particular ou empresarial;
  • aumentar a cobrança de impostos e o confisco de bens para pagamento das dívidas ao estado;
  • efetivar o combate à corrupção e ao tráfico de influências.

Aqui ficam algumas ações que considero imprescindíveis e que muito podem contribuir para a valorização do cidadão português e do nosso país.

Não se adotem estas medidas e nas próximas eleições irão os “nossos” políticos ver para onde vão os votos. Depois não se queixem que a representatividade ficará assim eternamente comprometida.

pedro_passos_ coelho_2

Imagens (daqui) e (daqui)