terça-feira, 10 de novembro de 2015

ANTÓNIO COSTA “ESQUECEU-SE”…

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É verdade. António Costa, secretário-geral do partido socialista sofre de esquecimento profundo. Sinceramente, não sei se será patológico mas profundo é certamente. Procuremos, então, elencar alguns dos factos que comprovam o que afirmo.

António Costa,

“esqueceu-se” de entregar a chave da sede da direção da associação académica da faculdade de direito da universidade de Lisboa, em 1982, durante quatro meses após a derrota nas eleições para daquele órgão associativo, do qual era membro da direção. Foi necessária a presença e intimidação da GNR para que devolvesse o dito objeto ao seu sucessor.

“esqueceu-se” que o I Governo Constitucional chefiado por Mário Soares governou o país em coligação com o CDS de 23 de julho de 1976 a 30 de janeiro de 1978, não tendo o PS sózinho obtido a maioria absoluta no parlamento (PS – 107 deputados em 262).

“esqueceu-se” que o IX Governo Constitucional chefiado por Mário Soares governou o país em coligação com o PSD de 9 de junho de 1983 a 6 de novembro de 1985, não tendo o PS sózinho obtido a maioria absoluta no parlamento (PS – 101 deputados em 250).

“esqueceu-se” que foi ministro dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional de 27 de novembro de 1997 a 25 de outubro de 1999, chefiado por António Guterres que governou o país durante a legislatura completa (4 anos) sem maioria absoluta no parlamento (PS – 112 deputados em 230).

“esqueceu-se” que foi ministro da justiça do XIV Governo Constitucional de 25 de outubro de 1999 a 6 de abril de 2002, chefiado por António Guterres que governou o país durante 2 anos e 5 meses, sem maioria absoluta no parlamento (PS – 115 deputados em 230).

“esqueceu-se” que o XVII Governo Constitucional chefiado por José Sócrates governou o país de 26 de outubro de 2009 a 21 de junho de 2011(1 ano e 8 meses) sem maioria absoluta no parlamento (PS – 97 deputados em 230).

“esqueceu-se” de mencionar em 2012, que foi o Estado, através do Governo na altura, que assumiu 43% da dívida da Câmara de Lisboa dizendo abertamente a todos os militantes socialistas que tinha conseguido reduzir a dívida da autarquia em 40%.

“esqueceu-se” da forma vergonhosa e interesseira do seu procedimento que levou ao afastamento da liderança do partido socialista de António José Seguro, seu antecessor. Deixou claramente que este fizesse o trabalho “sujo” na oposição ao governo e depois apareceu como rejuvenescedor do partido.

“esqueceu-se” que assumiu a derrota nas eleições legislativas de 4 outubro de 2015 e de respeitar os resultados eleitorais expressos nas urnas de forma livre e democrática. Cabe à coligação PSD/CDS com maior número de votos assumir a governação e não uma coligação pós-eleitoral resultante da soma do 2º, 3º e 4º partidos mais votados.

“esqueceu-se” de se demitir da liderança do partido socialista e de assumir as consequências políticas daquela que esperava ser uma vitória clara nas legislativas de 2015 e se tornou para ele numa derrota que nunca acreditou acontecer. A honestidade, a integridade e a verticalidade política nunca foram o seu forte.

“esqueceu-se” de interpretar claramente o sentido de voto do povo português que disse inequivocamente que não o queria como primeiro ministro, caso contrário, teriam-lhe dado os votos necessários e a vitória nas eleições.

“esqueceu-se” do partido socialista e da derrota eleitoral nas legislativas de 2015 para encetar uma “troika” egoísta, obstinada e teimosa de querer convencer-se a si próprio que ganhou.

“esqueceu-se” de se empenhar seriamente nas negociações para um acordo parlamentar com a coligação “Portugal à Frente”, a mais votada nas legislativas 2015, permitindo a aprovação do programa de governo, tal como tem feito na consecução de um falso acordo contra natura entre o PS, o BE, PCP e PEV.

“esqueceu-se” que com esta jogada interesseira de se juntar à esquerda radical está a jogar uma cartada política muito alta e arriscada, comprometendo seriamente o futuro do partido socialista. Colocou abertamente os interesses pessoais acima dos partidários.

“esqueceu-se” que com esta batota eleitoral de juntar os deputados socialistas, bloquistas, comunistas e verdes como forma de chegar ao poder e formar governo abre um precedente único e reprovável em posteriores atos eleitorais, sejam eles quais forem.

“esqueceu-se” do dever de solidariedade política para com o governo da coligação (Portugal à Frente) abstendo-se na votação do programa do governo, tal como aconteceu no passado com o PSD e o CDS que viabilizaram governos minoritários socialistas. As razões políticas para o fazer agora não são diferentes daquelas que o permitiram ser ministro de um governo nas mesmas circunstâncias.

“esqueceu-se” que está a ser manipulado pelos seus parceiros de “acordo” e que serão eles os primeiros a cobrar-lhe tudo aquilo que pretendam, dado que jamais abdicarão dos seus pressupostos ideológicos.

Esquece-se, acima de tudo, que o povo português nunca lhe perdoará esta jogada na secretaria que fez para chegar a primeiro ministro quando tinha a obrigação de ser digno, respeitador e honrado politicamente e viabilizar o governo minoritário, como aconteceu inversamente em situações anteriores.

Estou convicto que o partido socialista sairia mais forte no futuro se estivesse na oposição deixando passar o governo da coligação PSD/CDS do que submeter o partido a esta situação que congeminou. Na oposição teria a hipótese de desempenhar um papel decisivo de controlo da governação e de preparar tranquilamente a renovação interna que urge levar a cabo.

Obrigado António Costa, por seres quem és. Nunca mudes. Portugal e os portugueses precisam de homens como tu.

P.S. – Com um governo de “acordo” parlamentar de esquerda estaremos com certeza absoluta em pouco tempo PIOR do que estávamos em 2011 e todos os sacrifícios feitos pelos portugueses terão sido em vão. Disto não tenho dúvidas nenhumas. Absolutamente nenhumas.

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Imagens (daqui) e (daqui)