quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O FACEBOOK E O CARÁTER…

Facebook-Logo

Confesso que há algum tempo esta temática me andava a revolver as entranhas e para evitar mais problemas de estômago resolvi colocar em palavras aquilo que as minhas vísceras tanto lamentam.

Mas afinal qual a relação entre o facebook e o carácter? Eu explico.

O facebook é uma plataforma online que, permitindo a cada indivíduo registado criar um website com informações pessoais, funciona como uma rede social. A sua principal particularidade é o “Mural”, um espaço na página de perfil do usuário que permite a ele próprio ou aos amigos postar e trocar mensagens, partilhar fotos e ligações web ou vídeo.

Ora é aqui que começa a revelar-se o carácter dos seus utilizadores. Existem desde aqueles que se registam com informações falsas ou usam fotos não pessoais aos que disponibilizam todas as indicações no seu perfil. Dos dissimulados aos sinceros e abertos, dos desbocados aos controlados e com opiniões válidas, encontra-se de tudo.

Curiosa é a circunstância de existirem pessoas que aceitam convites de amizade de outras que não conhecem. Esta necessidade de possuir muitos amigos virtuais traduz um aspecto presente nas novas gerações e que carece de ser bem estudada, no entanto, define bem o seu carácter.

Por outro lado, temos aqueles que são selectivos e que apenas aceitam como amigos os que de facto conhecem. As capacidades de escolher e de dizer não são valores que devem definir uma boa personalidade.

Mas é nos jogos do facebook (farmville, cityville, etc) que outra particularidade do carácter se manifesta. Nalguns a competitividade é levada ao extremo, demonstrando facilmente o quanto podem ser egoístas. Querem estar acima dos outros, entenda-se, posicionados nos níveis superiores dos jogos. Ou seja, só querem ganhar a todo o custo.

Então como procedem? Solicitam continuamente aos seus “vizinhos” de jogo tudo o que precisam e pouco ou nada dão de volta. Não percebem que o gozo está em dar e receber. O mais engraçado disto é que no começo, pedem e recebem, pedem-lhes e dão, mas com o tempo deixam de dar. Ao fim de algum tempo deixam inclusive de jogar aquele jogo e saltam para outro.

O problema, de carácter, não se resolveu, apenas foi reposicionado. A partilha é uma faceta da personalidade importantíssima. Quantas vezes ao ajudar os outros, eu estou a ajudar-me também? Não vale a pena dizerem que não sabiam “jogar”. É uma questão de aprenderem, pois eu aprendi e aprendo todos os dias.

Percebam que ajudando-se mutuamente crescem e melhoram os dois. Qual o interesse de crescerem a custa do outro, de subirem de nível, até em jogos, à custa dos outros? Normalmente isso funciona por pouco tempo, por que os “trouxas” ficam espertos e acabam com a mama.

Gostaria que compreendessem a partilha como um valor positivo do carácter e que os comportamentos assumidos pelas pessoas definem de facto o que elas são.

Personalidade

Imagens (daqui) e (daqui)