sábado, 24 de dezembro de 2011

DEIXAR MARCAS…

passos

O meu objetivo de vida sempre foi agir no sentido de deixar boas marcas nas pessoas. Quem verdadeiramente me conhece sabe que eu fui, sou e serei assim. Não é só uma questão de educação, é, também, de aprendizagem e evolução com a vida.

Pode-se marcar alguém com um gesto, um carinho, um olhar, uma palavra ou uma ação. O que interessa é fazê-lo e não desperdiçar a oportunidade. Devemos possuir a manifesta vontade e autenticidade para o realizar. É uma sensação fantástica sentir que contribuímos positivamente para a vida de alguém.

Não consigo passar indiferente pela vida, pois, se assim fosse, ela não faria sentido. O pior que nos pode acontecer é passar por ela, ou pior ainda, deixar que a vida passe por nós. A vida de cada um não deve ser entendida apenas como uma passagem. É nossa obrigação intervir, agir e deixar marcas.

Tenho dificuldade em conceber que existam tantas pessoas que pouco ou nada façam para construir “obra” durante o período de tempo que permanecem entre nós. Nessas circunstâncias, elas não vivem e muito menos podem ser felizes. Têm apenas a ilusão disso.

O que mais me deixa feliz é saber que exerço uma profissão que me permite deixar marcas nos meus alunos. É essa a minha esperança e o meu desejo sempre que estou com eles. É esse o meu desafio diário. Eu “provoco” o seu pensamento e eles o meu. Eu enriqueço a sua cultura e eles a minha. Aprendemos juntos todos os dias.

Quando encontro um ex-aluno sinto que, independentemente da sua atividade atual, contribui para o seu percurso e para o que ele é agora. Ele nunca poderá apagar isso e eu sinto que acrescentei alguma coisa nele.

Deixar marcas não é um dom, é uma vontade.

Chinelos-com-pegadas-personalizadas

Imagens (daqui) e (daqui)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

OPORTUNIDADES, ONDE ESTÃO?…

EMPREGO 46

A perspetiva de conseguir um emprego em Portugal está cada vez mais longínqua. Os desempregados aumentam a cada segundo e a necessidade de procurar trabalho no estrangeiro aumenta a olhos vistos. Enquanto a procura é elevada, a oferta é insignificante.

Assistimos diariamente à saída de pessoas qualificadas para tentar a sua sorte noutras paragens. As vagas migratórias têm-se sucedido no tempo, mas agora os “emigrantes” são os estudantes e os profissionais com formação superior. O sinal é claro, a nossa degradação está galopante.

Veja-se o caso do número crescente de alunos, com muito boas médias, que decidem seguir os seus estudos superiores fora do nosso país. Como aqui as vagas são poucas e as hipóteses de colocação pós curso são reduzidas, eles tentam a sua sorte agarrando a oportunidade.

Para nós, o mais grave assenta no facto de muitos desses alunos não quererem regressar no final dos seus cursos. Optam por trabalhar fora do nosso país. Por outro lado, muitos dos bons alunos que completam a sua formação nas nossas universidades buscam melhores condições de trabalho no estrangeiro.

Por que razão acontece isto? Primeiro, existem demasiados cursos superiores cujas vagas não são preenchidas e cuja utilidade é, no mínimo, questionável. Segundo, há cursos em que o número de vagas é insuficiente, por exemplo medicina. Terceiro, verifica-se um grande desajustamento entre os tipos de cursos superiores e a necessidade de quadros nas empresas. Quarto, as empresas apostam pouco em quadros técnicos e muitos são injustamente remunerados.

Em Portugal, por exemplo, não existem médicos a mais, pois se assim fosse não se contratavam médicos estrangeiros. Na realidade, continuamos a ter o mesmo médico a ocupar diferentes lugares. O regime de exclusividade não se aplica, muito menos se fiscaliza. A promiscuidade entre o público e o privado dificulta a criação de empregos.

Outro problema seríssimo prende-se com a “fuga” de técnicos qualificados para o exterior. A necessidade de trabalho e de oportunidades obriga essa mão-de-obra valiosíssima a sair do país. Como esses quadros usufruem de boas condições, boa organização e melhores remunerações no exterior, aplicam-se mais no trabalho e o seu sucesso aumenta. Ganham eles, perdemos nós.

Por muito que me custe, este não é um país de oportunidades mas de oportunistas. Não é sítio para se trabalhar mas para a malandrice. E não é lugar para gente honesta mas para vigaristas. Efetivamente, somos um país deplorável que explora a sua mão-de-obra e não reconhece nem valoriza o esforço e o mérito.

Afinal, onde estão as oportunidades?

primeiro-emprego

Imagens (daqui) e (daqui)