quarta-feira, 19 de junho de 2013

OS PROFESSORES SERÃO UMAS BESTAS?…

Professor01

Estou farto destas opiniões ignorantes e difamatórias sobre os professores verbalizando o que lhes vem à cabeça sem saberem o que dizem. Para mais estar a ser continuamente ofendido e tratado como uma besta ou atrasado mental por um ministro que só consegue dizer verborreias, para além de inaceitável é, no mínimo, parvo.

Expliquem-me se souberem, quando é que um professor que fez autoavaliação no final do terceiro período na sexta-feira (07.06.2013), das 16:15 às 17:00, após um dia completo de aulas, vai ter tempo para pensar calma e ponderadamente nas avaliações finais dos seus alunos tendo os conselhos de turma de avaliação na terça-feira (11.06.2013), de manhã?

Eu respondo. Só o poderá fazer no sábado, no domingo ou na segunda-feira feriado. Muito provavelmente fá-lo-ão nesses três dias pois aquilo que os professores efetivamente não são é inconscientes, irrefletidos e aldrabões como aqueles que nos governam ou que se encontram à frente de associações patrocinadas pela tutela.

Se calhar estão a pensar, por que razão não ficam os docentes, na situação real que acima vos descrevi, das 17:00 em diante a preparar essas avaliações? De facto, não o deviam fazer pois têm tanto direito ao descanso, depois de um dia de trabalho, como qualquer outro cidadão. Mas admirem-se, pois mesmo sem qualquer retribuição monetária extraordinária eles o farão.

E o tempo para a família? Não terão os professores direito ao fim de semana como todos os trabalhadores portugueses? E quantos fins de semana passam eles a preparar aulas, a fazer testes, a corrigir testes, tarefas, trabalhos e relatórios, a realizar trabalho burocrático, etc. Muitos dirão: ”Mas isso é o dever deles.”. Eu pergunto: “Será? No fim de semana? À borla?...”.

Quer acreditem ou não, não há fim de semana nenhum que os professores não passem sem trabalhar para a escola e para os alunos. E sabem porquê? Porque eles são uns tolos sem remédio que se dedicam de alma e coração ao que fazem. E depois ainda há quem tenha a lata de criticar ou falar o que quer que seja sobre os docentes. Tenham vergonha, pois tudo aquilo que são devem-no aos vossos professores. Eu sei que a memória é curta e o povo é ingrato.

Para além disto tudo, não é que o presidente das associações de encarregados de educação - Confap (Jorge Ascensão) ainda me pede para eu fazer greve ao fim de semana? Se calhar era o que eu devia fazer, mas prefiro trabalhar sem receber um tostão. É absolutamente claro que esta personagem não sabe do que fala e em vez de estar contra os professores devia ficar ao lado deles. O seu dever era estar calado pois o ministério de educação é que lhe paga do orçamento do estado aquilo que ele ganha sem merecer.

Venham mas é as 40 horas semanais que eu já trabalho muitas mais. Uma coisa eu garanto, se assim for não irei trabalhar nem mais um segundo depois das oito horas diárias, pois nem sequer ganho pelas que faço a mais. Chega de me dedicar feito tolo e não ser reconhecido. Também não quero ser mal tratado e mal visto por todos aqueles que ainda não entenderam a importância da minha profissão.

E não se esqueçam, a escola continua aberta para quem ainda não aprendeu, para quem fala sem saber e para quem não tem educação…

funcionario burro

Imagens: (daqui) e (daqui)

sábado, 2 de março de 2013

A JUVENTUDE E OS VALORES…

Naughty boy sticking out his tongue with girl in background

A educação inicia-se e termina em casa. No meu tempo foi assim, mas agora não. Os principais educadores e transmissores de valores são os pais e a família. Devem ser estes e não os professores e os auxiliares de ação educativa a fazê-lo por eles. Só que, já há muito tempo que isto não se passa assim.

Lamentavelmente, os pais foram-se divorciando da ação de educar e entregaram a sua obrigação a outros. Como a maior parte do tempo dos alunos é passado na escola, então assume-se que esta tenha de arranjar meios para tomar conta deles, educá-los e ensiná-los. A escola faz tudo isto, mas, para os pais, isso não chega. Estes, ainda, fiscalizam, reclamam e exigem dos agentes educativos.

A escola esforça-se imenso para transmitir valores aos “seus” jovens, mas os pais e encarregados de educação, ou por que não querem ou por que não sabem, fazem muito pouco por isso. A verdade, a honestidade, a lealdade, a tolerância e a solidariedade praticamente estão esquecidas ou são ignoradas diariamente, ou seja, não existem. Os valores só existem verdadeiramente em cada um se estiverem sempre presentes.

Agora, os pais compram, consciente ou inconscientemente, o silêncio e o sossego aos filhos. Compensam os seus insucessos académicos ou a sua falta de educação com favores ou prendas. Quando eles cometem erros ou infrações, optam por ignorar ou desculpabilizar os seus atos, em vez de os repreender ou sancionar. Ignoram o mérito, a aldrabice e a preguiça. Não se preocupam em travar o facilitismo e a malandrice.

Atualmente, os jovens desconhecem o valor da amizade, da entreajuda, da partilha de tarefas e do esforço. No entanto, sabem, na perfeição, chantagear e vergar pela insistência e pelo cansaço os pais, para conseguirem o que querem. Estes “matam-se” a trabalhar pelos filhos tentando dar-lhes todo o conforto, ou seja, proporcionar-lhes tudo o que não tiveram e esquecem-se do mais importante - educar.

Os jovens são, cada dia que passa, mais contestatários e incumpridores das regras que se estabelecem. Pensam que só têm direitos e nenhum dever. São respondões, refilões e brigões relativamente a tudo o que possa afetar a vida fácil que desejam para si. Quando contrariados, reagem com indignação e/ou arrogância, não se preocupando em saber ou compreender as razões dos outros.

Manifestam hipersensibilidade e melindre. São muito, mas muito egocêntricos. A responsabilidade desta conduta é de quem lhes alimentou, em demasia, esta atitude e encorajou estes comportamentos. Com certeza que não foi a escola.

A juventude de agora é muito pouco autónoma, responsável ou empenhada naquilo que faz. É facilitista, superficial e indiferente. Não tem qualquer problema em gozar, ridicularizar ou, inclusive, ser cruel para com os seus pares. Revelam, regra geral, um grau de imaturidade muito grande e desproporcionado relativamente ao seu nível etário.

Acha que o mundo gira à sua volta, que tudo lhe deve ser dado sem sacrifício ou suor e, portanto, a vida não tem de ser dura mas antes uma brincadeira e um gozo constante. Expressam incapacidade em aceitar, sem reagir ou demonstrar desagrado, um não como resposta.

Se é verdade que nenhum filho aos olhos dos pais tem defeitos, comete erros ou é mal-educado, também é verdade que há pais que tudo fizeram para educar bem os seus filhos e que não merecem aquilo em que eles se tornaram. As regras de educação e os valores, pura e simplesmente, não ficaram. Volatilizaram-se ou foram substituídos por valores errados.

Enquanto pais e encarregados de educação não perceberem que não é com dinheiro, bens ou objetos que educam os filhos, a escola continuará a “remar para educar” sozinha. O sucesso dos jovens seria muito melhor se “todos” desempenhassem a sua função e provavelmente a escola seria um espaço bem mais feliz para todos.

Pais-mal-educados

Imagens: (daqui) e (daqui)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A VERDADE SOBRE O CRISTIANISMO…

crucificação

Deixem-me que partilhe convosco algumas verdades insofismáveis sobre o cristianismo e o que vos peço é abertura de espírito e que confirmem tudo aquilo que vos digo na bíblia, pois está lá escrito quer gostem ou não.

Quando nos referimos ao Novo Testamento, estamos a falar de manuscritos. Ora os textos exprimem a intenção e os condicionalismos dos seus autores, devendo levar isso em conta quem os lê. Os autores dos Evangelhos não queriam relatar somente a vida de Jesus, portanto devemos ler e compreender para além disso.

Os textos mais antigos do Novo Testamento não são os Evangelhos, são as Epístolas ou cartas de Paulo e são vinte e uma. As narrativas da vida de Jesus eram passadas como histórias avulsas designadas por “perícopas orais”. Só mais tarde, foram redigidas em folhas de papiro e lidas fora dos seus contextos originais. Essas cartas foram posteriormente alinhadas numa determinada ordem e reunidas em grupos. As narrativas alargaram-se e surgiram os proto-evangelhos, que depois de unidos numa única narrativa originaram mais de trinta evangelhos.

Os evangelhos são reconstituições teologicamente orientadas e cada um apresenta uma teologia específica. O primeiro evangelho de Marcos foi escrito entre 65 e 70, o segundo, o de Mateus, entre 80 e 85, o terceiro, o de Lucas foi também escrito entre 80 e 85 e o quarto, o evangelho de João foi-o entre 90 e 95. Enquanto o primeiro evangelho canónico, o de Marcos, apresenta Jesus como um homem de carne e osso, que por vezes se zangava, o quarto evangelho, o de João, já o mostra como Deus.

Os discípulos de Jesus eram analfabetos de classe baixa que falavam aramaico e viviam na Galileia rural. Os evangelhos foram escritos por pessoas cultas, que falavam grego, de classe alta e que viviam fora da Palestina. A complexidade estilística destes manuscritos, que incluem parábolas e outros artifícios literários, implica que os seus autores eram pessoas com educação elevada. Os verdadeiros autores dos Evangelhos não foram apóstolos, mas pessoas que não viveram nem testemunharam os acontecimentos que narraram.

Não existem os originais do Novo Testamento nem as respetivas cópias. Nem sequer as cópias das cópias das cópias. A história de Jesus foi copiada vezes sem conta por escribas, sendo os primeiros, amadores e pouco qualificados. A bíblia contém milhares de erros acidentais (palavras mal copiadas, linhas que se saltaram), erros propositados, incoerências, contradições e histórias inventadas – a história da adúltera e a narrativa da ressurreição de Jesus.

Antigamente, as pessoas não tinham nome de família. Dispunham de um nome próprio e em geral eram conhecidas pelo nome do pai ou pelo nome da sua terra ou da profissão que desempenhavam. No caso de Jesus, era conhecido por Jesus de Nazaré ou Jesus, filho de José. Neste contexto, Cristo não era um nome, era uma designação adotada pelo apóstolo Paulo, atribuindo-Lhe o nome de Jesus Cristo. O próprio Jesus nunca deve ter escutado a palavra cristo na vida.

Jesus nasceu em Nazaré e não em Belém. Ele nasceu judeu, viveu judeu e morreu judeu. Era um acérrimo defensor da lei judaica e falava aramaico. Tinha vários irmãos, como Tiago, José, Judas e Simão, e era filho de José e de Maria. As pessoas chamavam-lhe rabino. Frequentava a sinagoga ao sábado. Tinha costumes judaicos e vestia-se como um judeu. Era circuncisado.

José, pai de Jesus não era carpinteiro porque a palavra grega usada originalmente pelo autor de onde o apóstolo Mateus se baseou era Tekton. Este termo significa construtor. Em bom rigor corresponde a um homem qualificado, senhor do seu negócio e que trabalhava na construção. Assim, a família de Jesus eram de classe baixa pois ser construtor civil numa terriola como Nazaré não correspondia a uma família abastada.

Jesus era um profeta apocalítico que achava que o mundo ia acabar a qualquer instante. Tinha uma visão ultra-ortodoxa do Judaísmo, afirmando até que não viera para anular as Escrituras, mas para as aplicar com ainda maior rigor do que os próprios fariseus. Jesus descriminava os gentios, ordenando aos apóstolos que os evitassem quando estivessem a propagar a boa nova.

O facto de Jesus ser um judeu ultra-ortodoxo fazia com que nem sequer aceitasse o divórcio e dizia que uma mulher divorciada que casasse outra vez estaria a cometer adultério. Ora a lei judaica previa a lapidação dos adúlteros, punição que Ele jamais reprovou. O episódio da adúltera, em que Jesus disse que atirasse a primeira pedra quem nunca tivesse pecado, é uma fraude, pois não consta dos textos originais do Novo Testamento. É um acrescento posterior.

O cristianismo nasceu da negação do judaísmo. O grupo que originalmente seguia Jesus, os nazarenos, não era mais do que uma das várias seitas do judaísmo. Após a morte de Jesus, os nazarenos não estavam a conseguir convencer os restantes judeus de que o seu líder crucificado pelos Romanos era o Messias. Paulo foi a Jerusalém, por volta do ano 50, e convenceu Pedro e Tiago, irmão de Jesus, a serem flexíveis. Acordaram que os gentios que aderissem ao movimento estavam isentos das obrigações judaicas.

Foi Paulo, que não conheceu Jesus pessoalmente, que criou o cristianismo. Os gentios recusavam-se a ser circuncisados, queriam comer carne de porco e trabalhar livremente ao sábado, ou seja, negavam-se a cumprir a lei judaica. Como apóstolo dos gentios, Paulo era muito mais culto do que os discípulos e decidiu alterar estes parâmetros teológicos de modo a encaixarem nas objeções dos gentios. A salvação, decidiu ele, já não se alcançava pelo respeito da lei nem pelo sacrifício no Templo.

Esta mudança foi tão bem sucedida pois, em poucas décadas, havia mais gentios a seguirem Jesus do que judeus. Os nazarenos judeus tornaram-se assim minoritários e, sobretudo após a destruição do segundo Templo, no ano 70, perderam poder e passaram a constituir uma mera seita dentro do movimento cristão, os ebionistas.

Os ebionistas, nome que vem de ebionum, palavra hebraica que significa pobres, eram os cristãos de origem e costumes judaicos que defendiam que Jesus era um homem de carne e osso, nascido de uma relação sexual normal e que Deus o escolhera por ser muito pio e conhecedor da lei. Eles reverenciavam o irmão de Jesus, Tiago, e consideravam que Paulo não passava de um apóstata que adulterara os ensinamentos originais.

Finalmente, e embora os ebionistas fossem herdeiros dos fundadores do movimento e aparentemente portadores da verdadeira mensagem de Jesus, foram declarados hereges e marginalizados pelos gentios desaparecendo da história. Quando Constantino se converteu ao cristianismo, no séc. IV, os cristãos adquiriram o poder que necessitavam para punir os judeus.

O amor que está no centro do ensinamento cristão, só é referido uma vez no primeiro evangelho. O cristianismo tornou-se em certos aspetos mais brando que a religião pregada pelo próprio Jesus, ou seja, a mensagem cristã atual tem muito pouco ou quase nada a ver com a mensagem original Dele.

Resumindo, foi o apóstolo Paulo, que embora não conhecendo Jesus pessoalmente, que criou o cristianismo. Este nasceu da negação do judaísmo e funda-se na morte de Jesus. A religião cristã que hoje existe não é a religião original de Jesus. Ele nasceu judeu, viveu judeu e morreu judeu. Jesus era um homem de carne e osso.

Esta é a mais pura das verdades sobre o cristianismo que nunca nos contaram e que nunca nos contarão. Só nos resta descobri-la por nós próprios.

papa

Imagens (daqui) e (daqui)