domingo, 30 de outubro de 2011

O PLÁGIO, A BURRICE E O DESPUDOR…

Cábulas01

O que tem o plágio, a burrice e o despudor em comum? Fácil, estão banalizados e generalizados. Plagiar ou copiar é o recurso mais frequente, mais fácil e mais barato. Copiam-se ideias, projetos, obras de arte, livros, textos, imagens, vídeos e músicas. Enfim, plagia-se tudo sem regras nem pudor. Os direitos de autor são constantemente violados e não interessam a ninguém.

Normalmente, o plagiador tem consciência dos seus atos e nem sequer se preocupa em disfarçar ou ser desmascarado. Fá-lo descaradamente, repetidamente e tão despudoradamente que chega a roçar os limites da burrice. Copiar total ou parcialmente trabalhos dos outros é um ato inqualificável e de cabulice pura.

O copianço nos testes e exames é mais utilizado pelos alunos independentemente do seu grau de escolaridade, mas tem uma maior incidência no ensino superior. Talvez as razões assentem no laxismo do vigilante durante a realização das provas, no tipo de prova usada, no uso da mesma prova em anos consecutivos ou no mesmo tipo de abordagem à leccionação dos conteúdos.

Para mim o pior não é o dito copianço, muito embora se deva fazer de tudo para o evitar. Não aceito, de maneira alguma, o plágio integral ou parcelar. Existem regras a cumprir nas citações, nas referências bibliográficas, etc., que devem ser observadas. Há um trabalho enorme a desenvolver nesta área nas escolas com vista a minimizar este problema.

Mas o plágio de ideias, de projetos ou de textos/obras literárias e/ou científicas tem aumentado significativamente em todas as áreas profissionais. Projetos de especialidade de engenharia, planos de pormenor ou de arquitetura, textos literários ou artigos científicos são copiados sem medida ou controlo.

A verdade é que a nossa sociedade não fiscaliza e, pior do isso, não pune quem plagia. Por exemplo, são muito poucos os casos de retirada do grau de mestre ou de doutor por violação dos direitos de autor. E a banalização da compra de teses ou trabalhos realizados por “empresas” que fazem disso negócio? Como é possível recorrer a esses serviços e usar como desculpa a falta de tempo quem tem de concretizar esses trabalhos?

Na generalidade, o indivíduo deixou de ser original e criativo, usando e abusando da cópia. O esforço não existe ou está reduzido ao mínimo e o mérito não acrescenta valor nem é valorizado, logo não interessa. Uma sociedade que não reconheça o mérito e a excelência é uma sociedade condenada a prazo.

O recurso à internet veio facilitar imenso o acesso à informação, encurtando o tempo de procura e aumentando a quantidade de dados disponíveis. Se, por um lado, isto se revelou muito bom, por outro, potencializou a fraude e criou dificuldades há verificação dos direitos de autor.

É obrigação do utilizador usar a informação web com critério. Não podemos ficar pelo primeiro endereço eletrónico que obtemos na nossa busca. Devemos confirmar a informação obtida, procurar mais e ir fundo nas pesquisas. Sejamos desconfiados, insistentes e críticos no que fazemos. A credibilidade da informação e a diversificação das fontes são importantíssimas.

O facilitismo é inimigo da perfeição e amigo da burrice. Leva-nos, sem contarmos, à superficialidade e ao desleixo. Importa valorizar a originalidade e a criatividade, devemos abandonar rapidamente a prática do copiar e colar.

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Imagens (daqui) e (daqui)