quinta-feira, 25 de novembro de 2010

UM CURSO CNO, POR FAVOR…

Caldo Knorr

Os centros de novas oportunidades (CNO) são o espelho da aldrabice e da falsidade da política deste ministério de educação, e consequentemente, da rebaldaria socrática.

A ideia de proporcionar às pessoas, num período de tempo inferior ao normal, mais qualificações académicas do que aquelas que possuem é ridícula e desonesta.

Os alunos do ensino regular já perguntam: “Então nos CNO’s pode-se tirar o 9º ano, em poucos meses, tendo o 6º ou menos? E, eu tenho que andar a estudar durante três anos para concluir o ensino básico? Realizando ainda exames nacionais a Português e a Matemática?”.

Todos nós sabemos que o conhecimento se constrói lenta e gradualmente e não surge por geração espontânea. A formação não deve basear-se no princípio: “Entra porco e sai chouriço”. Muito menos deverá funcionar como uma linha de produção onde entra chouriço e sai porco.

Os centros de novas oportunidades não deviam certificar pessoas como quem empilha paletes, só interessando o número. Mesmo que a tutela obrigue a cotas para se cumprir objectivos. Tudo isto tem uma consequência grave: a promoção da mediocridade e do facilitismo, não propiciando mais-valias de nenhuma espécie a quem usa e abusa desta “formação”.

Se, pela adesão massiva das pessoas aos centros, alguém possa pensar que estamos no caminho certo, engana-se. Atribuir diplomas de cursos indiscriminadamente melhora as estatísticas das qualificações dos portugueses, mas não lhes acresce nada. Cria sim, falsos cultos e falsa sabedoria.

Não critico quem recorre às novas oportunidades, pois apenas reage à oportunidade criada. Muito menos quero beliscar ou questionar a integridade de quem trabalha ou forma nestes centros. Mas acho que esta vergonha tem que acabar rapidamente.

Sempre disse que, o CNO se devia chamar de KNORR, como os caldos. Porque os cursos funcionam como sopas, fáceis e rápidos. Basta colocar água quente num recipiente, um caldo KNORR e temos um curso pronto. Uma sopa à Pinto de Sousa em quatro meses, quentinha e sempre a sair…

Imagem (daqui)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MAIS VALE IR CORTAR LEITÃO…

cortador de leitão

O nosso país está afundar-se, estamos quase a bater no fundo. De lá, muito dificilmente sairemos pela mão destes políticos. Vão ser precisos muitos sacrifícios e muito tempo para ultrapassarmos esta situação calamitosa.

A cada dia que passa o mercado de trabalho piora e os únicos passos dados apontam para a “morte” de muitas empresas e negócios. A taxa de desemprego não pára de aumentar, apenas vai sendo disfarçada pela estatística aldrabada e camuflada, usando várias técnicas. Por exemplo, canalizando as pessoas para formação.

Para quem procura emprego, é o salve-se quem puder. Os centros de emprego aceitam qualquer oferta vinda das entidades patronais sem exigirem requisitos mínimos. Apenas interessa que a classe empregadora crie oportunidades de emprego, a qualidade e as condições não importam.

Como o objectivo passa unicamente por empregar a todo o custo, dado que o desemprego tem de baixar, convocam-se desempregados para entrevistas de trabalho cuja remuneração chega a ser inferior a metade da anteriormente auferida.

Paralelamente, o mundo empresarial degrada-se a olhos vistos, pois o investimento em recursos humanos qualificados e quadros técnicos com experiência é escasso. Vai imperando a ideia selvática de exigir qualificações académicas e experiência profissional elevadas, pretendendo-se pagar ordenados baixíssimos.

As empresas estão aproveitar, de uma forma vergonhosa este momento de crise, para contratar mão-de-obra qualificada a baixo custo. Exigem tudo e não pagam em conformidade. Se não acreditam, vamos a alguns exemplos: engenheiro técnico mecânico, licenciatura, Montijo, 475€ (587720532 – IEFP); electricista de construção civil, 6º ano, Avelãs de Caminho, 600€ (587714501 – IEFP); Cortador de leitão, Aguim, 800€ (587734598 – IEFP).

De facto, a maioria das “empresas” não passam de chafaricas ou barracões, algumas de âmbito familiar, muito mal geridas, sem quadros técnicos modernos de valor acrescentado, sem preocupação de investimento ou visão expansionista de futuro.

Por tudo isto, só me apetece dizer: “Mais vale ir cortar leitão…”

porco_site

Imagens (daqui) e (daqui)