segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A NATUREZA É PROMÍSCUA?…

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Há luz dos “supremos” valores culturais humanos, a promiscuidade é uma prática aceite por uns e criticada por muitos. Se falarmos da promiscuidade nas relações sexuais, então eis que altos valores morais se levantam para a reprovar e marginalizar.

Então, quais são as razões por que os humanos são tão críticos a julgar comportamentos dentro da própria espécie e tão benevolentes em relação às outras? Será pelo facto de nos auto-qualificarmos de racionais? Será por sermos mais evoluídos e/ou superiores relativamente às outras espécies?

Será hipocrisia ou aceitação disfarçada o facto de tolerarmos que o macho do arminho viole as suas crias fêmeas quando elas atingem a maturidade sexual? E, no entanto, somos particularmente violentos na crítica ao incesto entre os humanos. Estará a razão desta nossa atitude assente unicamente na racionalidade?

E, por que razão não nos sentimos afectados ou invadidos pela repulsa quando um cão procura copular com um gato? Por que será que achamos, inclusive, alguma piada? Na verdade, estes comportamentos parecem-nos normais nas outras espécies? E, por que não o são dentro da nossa? Por que não o aceitamos sem julgamentos?

Será que a “nossa” condição de entidade evoluída e racional nos permite fazer juízos de valor sobre as relações entre dois homens ou duas mulheres? E, quais as razões por que aceitamos com mais benevolência as relações homossexuais femininas? E, não nos sentimos tão afectados ou perturbados? O que nos faz ser tão intolerantes relativamente à homossexualidade masculina? Será esta promíscua? Ou contra-natura?

Na verdade, criticamos os comportamentos dos outros que fogem à norma e às leis da natureza. Mas a natureza não impôs regras, fomos nós que as definimos. As espécies em geral regem-se pelo instinto de sobrevivência e pela capacidade reprodutiva. O seu objectivo prende-se com a transmissibilidade dos genes mais fortes, ou seja, daqueles que asseguram uma descendência com maior capacidade adaptativa ao meio.

Ao colocarmos limites nos relacionamentos, perdemos a espontaneidade e o instinto animal. Disciplinámos a relação e introduzimos juízos de valor, em suma, comprometemos a atracção e a volúpia. Libertemo-nos de preconceitos pois assim viveremos mais felizes.

Amemos com animalidade e intensidade, mas sem violência ou julgamentos.

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Imagem (daqui) e (daqui)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O ISOLAMENTO QUE PROTEGE…

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As pessoas estão a isolar-se cada vez mais para se protegerem. Procuram proteger-se das asneiras, das mentiras, das tendências, das influências e das manipulações dos outros. A espécie humana perdeu a vergonha e mente descarada e escandalosamente. Já não se pode confiar em ninguém e o melhor é fugir da superficialidade e da futilidade do convívio.

As conversas são circunstanciais e dissimuladas. São vazias de conteúdo e de ideias. As pessoas quase não falam de si, protegendo-se do falatório, da maledicência e da inveja dos outros. Preferem viver cada vez mais isoladas, logo protegidas. Nem mesmo no seio das famílias a confiança reina. Desconfia-se de toda a gente, pois se assim não for, mais tarde ou mais cedo, um indivíduo “queima-se”.

Quando falamos do papel dos media em informar e manter informados os cidadãos sobre o que se passa no nosso país, eis que se manifesta a nova calamidade. As notícias são tendenciosas, mentirosas e parciais. Os jornalistas já não se preocupam em informar imparcialmente. Domina o jornalismo sensacionalista. A notícia não surge por si, é forjada.

A informação é deturpada e redutora, divulga-se e repete-se até à exaustão. O que interessa é desinformar o indivíduo. Qual será a reacção de uma pessoa de bem perante tudo isto? Simples, afasta-se e protege-se. Deixa de ler jornais e revistas, de ouvir noticiários radiofónicos e televisivos. Já não há paciência para tanta demagogia e aldrabice. Até, as caras dos vigaristas são sempre as mesmas.

O que podemos nós fazer? Agir, nem que seja com indiferença. Devemos ter esperança que as coisas vão mudar? Não, não sejam tolos. Este estado de coisas nunca se resolverá, unicamente porque somos portugueses.

Como já foi dito há 2000 anos atrás: “Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar…”. Quem disse isto foi o cônsul e general romano Caio Júlio César (100 a.C. – 44 a. C.) referindo-se a uma população que viria a formar mais tarde o condado portucalense. Nunca como agora esta afirmação se reveste de tanta verdade e clarividência.

Reajam celtas ou lusitanos, mas façam alguma coisa…

Grito

Imagem (daqui) e (daqui)