Relativamente a esta questão não me resta quaisquer dúvidas. São os políticos os verdadeiros “porcos”. É esta a classe “suína” que chafurda nos dinheiros públicos com tal facilidade e à vontade que colocaria em espanto o mais irreverente dos leitões de tenra idade.
A promiscuidade na “pocilga” do parlamento é alarmante e nenhum dos “porcos”, independentemente da sua “raça”, se pode considerar mais limpo ou puro do que o outro. O esterco prolifera e o odor a corrupção, compadrio, tráfico de influências e injustiça é de fazer levantar defunto.
A grande diferença entre uma ninhada de bácoros e os nossos políticos é que os primeiros quando mamam respeitam-se uns outros e cada um tem a sua teta. Já os segundos, os políticos, adoram criar confusão antes, durante e depois das “mamadas” e não perdem nunca a oportunidade de mamar nas “tetas” dos outros. Se puderem roubar o “leite” do vizinho fá-lo-ão sem pudor ou sensatez.
O nosso maior problema é não termos coragem para “abater” os porcos, deixando que eles transformem o país num matadouro. Não percebemos que estes “porcos” crescem sempre, não sofrem desmame e que continuarão a alimentar-se eternamente até esgotar o “leite” todo. A mãe-porca, ou seja o povo, não aguenta mais que lhe puxem pelas tetas e lhe suguem o leite. A porca deve reagir, tem de reagir, nem que seja para comer os filhos. É a sua sobrevivência que está em jogo.
Não têm que ficar escandalizados, pois o instinto de sobrevivência acabará por ser mais forte. Tem de ser mais forte. Se vivemos numa pocilga e não reagimos aos “porcos” que, como omnívoros que são, nos comem tudo, então não temos salvação. Iremos todos para abate, isso é certo. Estamos resignados pois nem uma “pata” mexemos.
Mas espera aí. Se eu disse que nem sequer esforço fazermos para desenterrar as patas da porcaria onde estamos atolados, então o nosso comportamento pouco difere dos suínos? Não, isso é que não. Eu recuso-me a pertencer a essa classe. Lutarei, com todas as minhas forças, contra a tentativa de nos transformar em porcos.
Vivemos num país em que os “porcos” têm asas. Voam constantemente do parlamento para governo e deste para as empresas públicas ou privadas, regressando ao ponto de partida.O pior é que durante o voo vão defecando aqui e ali, deixando esterco por todo o lado. O país cheira mal e o cheiro a dejectos já ultrapassa fronteiras.
A política de curral deve abandonar o parlamento. Deve ser nobre, limpa e servir o cidadão. Não deve ser um conjunto de grunhidos e roncadelas constantes que intencionalmente baralham e desviam as atenções do essencial. Estes “porcos” que andam na política para se servirem devem abandoná-la imediatamente.
Eu não quero mais todos estes “porcos” no poder. Tudo farei para os “assar”, mas não os engulo. Gosto muito mais de leitão à Bairrada.