sábado, 24 de julho de 2010

O exilir da gordusura…

deusa mãe

Se gordura é formosura, então porque “andamos” sempre atrás de um corpo esbelto e/ou atlético?

Um aspecto importante deve ser realçado. Que eu saiba, a deusa da fertilidade não é representada, na sua versão actual, por uma modelo esquelética e/ou anoréctica de passerelle. E, também, vos confesso que tenho dificuldade em perceber esta quase obsessão pela magreza.

A pressão dos media força-nos constantemente a olhar para a nossa imagem e a compará-la com os outros. Estamos permanentemente a questionar-nos e a questionar os outros. Será que estou mais “gordo” do que aquele(a)? Ah, eu estou mais elegante do que ele(a)! Olha, o que fizeste para emagrecer tanto? Caramba, estás tão “forte”! Tens algum “problema” de saúde?

Existem cada vez mais indivíduos que passam a vida em ginásios, agora pomposamente designados de healthclubs, a “malhar” no corpo e a praticar regimes alimentares subnutridos, ditos de suplementos. Passam fome em prol da manutenção do seu corpo, achando-se os mais belos(as) da zona.

Sei que muitos andam iludidos numa falsa alegria por possuírem um corpo como poucos outros têm. Também sei que são, em geral, pessoas tristes e pouco sociais, embora pensem o contrário. Vivem do culto do físico e alimentam constantemente a esperança de ultrapassar, na próxima ida ao ginásio, os trinta abdominais que o colega de malhanço fez na última sessão.

Tenho esperança que não fiquem com a ideia que estou a fazer a apologia da gordura ou que estou a tentar justificar o tecido adiposo que possuo. Mas não tenho dúvidas nenhumas que o mais importante é ser feliz e sentirmo-nos bem com o nosso corpo. Devemos cuidar da nossa saúde, mas isto não ser levado ao extremo de se deixar de comer, só para não se engordar.

Por mim, lido bem com o meu “excesso” de peso e quando algum conhecido me aborda e me diz que estou mais gordo, não cometo a profunda indelicadeza de lhe responder ao mesmo nível, mas elevo o patamar dizendo-lhe: “Gordinho, mas muito, muito feliz…”. É engraçado que, por ser a mais pura das verdades, a conversa sobre este assunto morre por ali.

Luto no dia-a-dia pela minha felicidade e procuro tirar prazer de tudo aquilo que faço a cada instante. Preocupo-me unicamente com a minha vida e não me interessa a dos outros. Fujo disso, pois isso envenena-me e corrói-me.

Recuso-me a aceitar a mesquinhez das pessoas quer pela forma como olham umas para as outras e as invejam, quer pelo tipo de conversa que praticam. Pouco ou nada se preocupam em ser felizes, aceitando-se como são e procurando transmitir alguma felicidade aos outros.

Vivam mais e falem menos da vida dos outros…

Imagem (daqui)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A GRANDE BOLONHESA…

pizza

universidade

A pizza cozinhada pelas instituições universitárias e firmada pelo acordo de Bolonha, só podia resultar numa bolonhesa e do tipo familiar.

Realmente tudo se assemelha, dividir a pizza em fatias e reparti-la para que todos possam comer o dinheiro das famílias que têm os filhos a estudar no ensino superior, mas a qualidade que se lixe.

Onde já se viu transformar licenciaturas de cinco anos em quatro ou três? E licenciaturas com mestrado integrado com duração de quatro, cinco ou seis anos, conforme os cursos?

Como é possível agora alguém tirar em cinco anos uma licenciatura com mestrado integrado, ou seja, um mestrado, quando antes deste cozinhado de Bolonha se demorava sete?

Gostava que alguém me explicasse como pode aprender um aluno em três anos, aquilo que dantes se aprendia em cinco. É lógico que não o pode fazer. O que acontece é que estes alunos saem dos institutos e faculdades muito mal preparados. Em suma, a saberem muito pouco.

E, por favor, não me venham dizer que isto não é facilitismo. Isto parece-se com um sistema de produção industrial de pizzas, de um lado entra aluno e do outro sai licenciatura do 1º ciclo, em três anos (seis semestres). Fácil e rápido, é só entrar alunos que saem pizzas. E o dinheiro sempre a entrar e a circular.

As instituições de ensino superior viraram pizzarias com catálogos de cursos. Pagando é muito rápido, em três anos estão todos aviados com uma pizza, digo, curso nas mãos.

Imagem (daqui) e (daqui)