As pessoas estão a isolar-se cada vez mais para se protegerem. Procuram proteger-se das asneiras, das mentiras, das tendências, das influências e das manipulações dos outros. A espécie humana perdeu a vergonha e mente descarada e escandalosamente. Já não se pode confiar em ninguém e o melhor é fugir da superficialidade e da futilidade do convívio.
As conversas são circunstanciais e dissimuladas. São vazias de conteúdo e de ideias. As pessoas quase não falam de si, protegendo-se do falatório, da maledicência e da inveja dos outros. Preferem viver cada vez mais isoladas, logo protegidas. Nem mesmo no seio das famílias a confiança reina. Desconfia-se de toda a gente, pois se assim não for, mais tarde ou mais cedo, um indivíduo “queima-se”.
Quando falamos do papel dos media em informar e manter informados os cidadãos sobre o que se passa no nosso país, eis que se manifesta a nova calamidade. As notícias são tendenciosas, mentirosas e parciais. Os jornalistas já não se preocupam em informar imparcialmente. Domina o jornalismo sensacionalista. A notícia não surge por si, é forjada.
A informação é deturpada e redutora, divulga-se e repete-se até à exaustão. O que interessa é desinformar o indivíduo. Qual será a reacção de uma pessoa de bem perante tudo isto? Simples, afasta-se e protege-se. Deixa de ler jornais e revistas, de ouvir noticiários radiofónicos e televisivos. Já não há paciência para tanta demagogia e aldrabice. Até, as caras dos vigaristas são sempre as mesmas.
O que podemos nós fazer? Agir, nem que seja com indiferença. Devemos ter esperança que as coisas vão mudar? Não, não sejam tolos. Este estado de coisas nunca se resolverá, unicamente porque somos portugueses.
Como já foi dito há 2000 anos atrás: “Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar…”. Quem disse isto foi o cônsul e general romano Caio Júlio César (100 a.C. – 44 a. C.) referindo-se a uma população que viria a formar mais tarde o condado portucalense. Nunca como agora esta afirmação se reveste de tanta verdade e clarividência.
Reajam celtas ou lusitanos, mas façam alguma coisa…
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