quarta-feira, 6 de julho de 2011

A IDADE QUE TEMOS…

envelhecimento

O que definirá concretamente a idade que temos? Será que somos entidades cronológicas condicionadas unicamente pelo número de anos que já atingimos? Existirá ou não, uma idade psíquica para além da física? De que forma o nosso envelhecimento é influenciado pelo nosso tipo de vida, pela imagem construímos de nós próprios e pela imagem que os outros fazem de nós? Qual a importância de aceitarmos e usufruirmos a nossa idade?

O número de anos que o indivíduo tem no presente define a sua idade cronológica. Mas será a sua idade física ou a psíquica? Será que as duas de desenvolvem paralelamente? E qual das duas mais contribui para o envelhecimento acelerado e para a perda da qualidade de vida?

Quantas vezes nos deparámos com pessoas idosas e espírito jovem? Na verdade, poucas vezes. A razão prende-se com o facto de isto não ser padrão, mas uma raridade. Esta capacidade requer um corpo são e uma mente sã. No fundo, requer a aceitação da sua idade física e adaptação contínua às perdas de capacidades físicas. Modificando e aprendendo com a idade, mantendo uma mentalidade jovem.

Os espíritos jovens resultam de formas positivas de encarar a vida e de ultrapassar os problemas. Sim, ultrapassar os problemas e não ficar parado em confronto constante e duradouro com eles. Isso consome e envelhece o espírito e a mente. A procura da felicidade deve ser uma constante e não a tristeza, a amargura ou o rancor.

E pessoas na “casa dos trinta ou quarenta” que parecem ter sessenta ou setenta? Nesta categoria, existem muitas. Aqui, o que se verifica é que a idade mental está claramente mais avançada, mais envelhecida. Na maioria das vezes, a razão não se relaciona com a forma como estas pessoas “castigaram” o seu corpo com trabalho físico. O trabalho duro mas feliz não envelhece, mas rejuvenesce proporcionando atitudes mentais joviais.

É evidente que o envelhecimento das células, dos tecidos e dos órgãos é um processo contínuo ao longo da vida, logo o cérebro como órgão acompanhará esse percurso. A diferença reside nas nossas vivências, experiências, no essencial, na nossa atitude de vida. Não vos vou falar que uma alimentação rica e diversificada é determinante para o bem-estar físico, psíquico e social. Mas gostaria que entendessem o seu reflexo ao nível psíquico e social. Um simples jantar em família ou com amigos não é um convívio social que nos dá prazer?

Viver a vida despreocupadamente, sem a obsessão de falar e interferir na dos outros e, acima de tudo, usufruindo o máximo da vida a cada segundo que passa, corresponde há melhor forma de se manter jovem. Esta é a verdadeira fórmula da juventude.

E funciona? A experiência diz-nos que sim. É muito difícil de colocar em prática? Na verdade é, pois a luta e a tentação são diárias. Devemos evitar a todo o custo confrontações teimosas e conflitos desgastantes, pois isso vai incomodar-nos e precipitar a nossa velhice. A procura permanente da alegria interior fortalece-nos e rejuvenesce-nos como um todo.

Evitemos falar ou comentar negativamente e/ou depreciativamente a vida dos outros por ser uma perda de tempo e uma inutilidade. Não aceitemos que falem ou interfiram na própria vida, mas também não nos perdamos em devaneios ou verborreias sobre a dos outros. O nosso espírito deve manter-se limpo.

Apesar de sentir que o meu corpo vai perdendo faculdades com o passar dos anos, mantenho um espírito jovem. Vivo ao máximo cada segundo da minha vida e se algo a qualquer momento não me agrada, mudo, altero ou ultrapasso. Não fico parado no tempo, nem remoo no assunto. A vida é linda, mas curta demais para nos perdermos com “infelicidades” ou contratempos. A vida avança e nós devemos acompanhá-la e nunca ficar para trás.

Quando somos jovens queremos ser mais velhos, mas quando somos idosos o desejo de parar o avanço da idade é muito grande e a ânsia de travar o tempo também. Parece que andamos todos em contra ciclo. Aceitemos a idade que temos.

É por tudo isto que me sinto feliz com a minha idade…

juventude e velhice

Imagem (daqui) e (daqui)

Um comentário:

  1. Boa reflexão sobre um dos assuntos mais prementes da vida humana.
    joao de miranda m

    ResponderExcluir