quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

OPORTUNIDADES, ONDE ESTÃO?…

EMPREGO 46

A perspetiva de conseguir um emprego em Portugal está cada vez mais longínqua. Os desempregados aumentam a cada segundo e a necessidade de procurar trabalho no estrangeiro aumenta a olhos vistos. Enquanto a procura é elevada, a oferta é insignificante.

Assistimos diariamente à saída de pessoas qualificadas para tentar a sua sorte noutras paragens. As vagas migratórias têm-se sucedido no tempo, mas agora os “emigrantes” são os estudantes e os profissionais com formação superior. O sinal é claro, a nossa degradação está galopante.

Veja-se o caso do número crescente de alunos, com muito boas médias, que decidem seguir os seus estudos superiores fora do nosso país. Como aqui as vagas são poucas e as hipóteses de colocação pós curso são reduzidas, eles tentam a sua sorte agarrando a oportunidade.

Para nós, o mais grave assenta no facto de muitos desses alunos não quererem regressar no final dos seus cursos. Optam por trabalhar fora do nosso país. Por outro lado, muitos dos bons alunos que completam a sua formação nas nossas universidades buscam melhores condições de trabalho no estrangeiro.

Por que razão acontece isto? Primeiro, existem demasiados cursos superiores cujas vagas não são preenchidas e cuja utilidade é, no mínimo, questionável. Segundo, há cursos em que o número de vagas é insuficiente, por exemplo medicina. Terceiro, verifica-se um grande desajustamento entre os tipos de cursos superiores e a necessidade de quadros nas empresas. Quarto, as empresas apostam pouco em quadros técnicos e muitos são injustamente remunerados.

Em Portugal, por exemplo, não existem médicos a mais, pois se assim fosse não se contratavam médicos estrangeiros. Na realidade, continuamos a ter o mesmo médico a ocupar diferentes lugares. O regime de exclusividade não se aplica, muito menos se fiscaliza. A promiscuidade entre o público e o privado dificulta a criação de empregos.

Outro problema seríssimo prende-se com a “fuga” de técnicos qualificados para o exterior. A necessidade de trabalho e de oportunidades obriga essa mão-de-obra valiosíssima a sair do país. Como esses quadros usufruem de boas condições, boa organização e melhores remunerações no exterior, aplicam-se mais no trabalho e o seu sucesso aumenta. Ganham eles, perdemos nós.

Por muito que me custe, este não é um país de oportunidades mas de oportunistas. Não é sítio para se trabalhar mas para a malandrice. E não é lugar para gente honesta mas para vigaristas. Efetivamente, somos um país deplorável que explora a sua mão-de-obra e não reconhece nem valoriza o esforço e o mérito.

Afinal, onde estão as oportunidades?

primeiro-emprego

Imagens (daqui) e (daqui)

3 comentários:

  1. ...As oportunidades estão fora da Europa (ao contrário do que muitos pensam).

    Falo por experiência própria: estudei no estrangeiro e voltei a Portugal há alguns anos... foi o maior erro que poderia ter cometido. Não me arrependo de o ter feito pois, na altura, foi a decisão que achei acertada. A questão permanece: será que irei perdurar neste erro? Honestamente acho que não... A minha próxima viagem será só de ida. Portugal... só nas férias...

    Abraço

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  2. Muito bom
    João de Miranda m.

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  3. O que está a dar é estudar para Político...alem de saída garantida, podem roubar á vontade e inclusive admiti-lo que nada vos acontece...Terão sempre apoio do povo que vai alternando o voto conforme o que rouba e de 4 em 4 anos têm um tacho garantido...

    Ai zé povinho...vives agarrado a dizeres, deveres e promessas e és constantemente enrabado pelo sistema...

    Daqui a 4 anos, lá vão todos contentes votar no outro...Claro que vão no seu carro que pagou 50% de imposto, com gasóleo que pagou 60% de imposto, numa estrada paga com um aparelho que tiveram de pagar, e tomam o seu cafezito já com iva a 23%...mas não importa...o dever está feito...Ahhhh...entretanto na noite anterior deixaram 20 euros nas urgências com o filho a arder de febre...passando pela farmácia e deixando outro tanto porque os médicos não gostam de passar genéricos...

    Que linda democracia que vivemos...O poder é do POVO...

    Abr, Pedro

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