sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ORDENADO DE ESCRAVO…

NG-Escravos1

A mão-de-obra, neste país da treta, está condenada a trabalhar imenso e a receber ordenados ridículos ou seja a realizar trabalho de escravo. Excepto os políticos e os gestores, claro.

Isto é a pura verdade. E não se venha dizer que não existe trabalhadores qualificados, pois até estes são explorados pelos empresários que lhes exigem elevada especialização e prática, oferecendo-lhes em contrapartida vencimentos desadequados e baixíssimos. Em suma, querem mão-de-obra qualificada, com experiência em sectores específicos, mas pagam-lhes miseravelmente. Não acreditam? Então vejam isto. (Querer um desenhador com uma licenciatura e pagar-lhe 550€! É escandaloso, no mínimo.)

Em Portugal, o empresário enriquece à conta do trabalhador, porque o faz trabalhar muitas horas e lhe paga muito pouco. Muito abaixo daquilo que ele produziu. O empresário queixa-se que o negócio está mau, mas vai enriquecendo a olhos vistos e gastando cada vez mais.

É ou não verdade que a maioria do povo recebe pouco mais que o ordenado mínimo e que este tem um valor baixo? Quem consegue sobreviver neste país com 475€ ou pouco mais? Pasme-se, também, que conheço muitos técnicos, com licenciaturas em engenharia que não ganham dois ordenados mínimos.

Será que neste país compensa estudar tanto, fazer um esforço enorme para tirar um curso superior naquela área ou noutra, para depois ser “recompensado” com um ordenado de cão? Se calhar não vale a pena apostar na formação académica do indivíduo, este país não merece.

Esta é uma mentalidade de senhor da roça, que explora o trabalhador como se escravo fosse e que contribui para subdesenvolvimento do nosso país. Esta raça de industrial de quinta categoria empobrece a economia e desvaloriza o tecido produtivo. Explora quem trabalha, foge descaradamente aos impostos e só quer enriquecer depressa.

Para esses “empresários” e classe de politiqueiros que alimentam este estado de coisas, digo-vos que esta estratégia de baixos salários promove a imigração de pessoal não qualificado e qualificado. As empresas fora de Portugal estão organizadas e estruturadas a todos os níveis e aceitam facilmente o trabalhador português que trabalha bem, logo produz mais. Todos ficam a ganhar: empresário, trabalhador e o país (deles).

Sempre afirmei, para quem me quis ouvir, que o nosso problema assenta na deficiente estruturação e organização de empresas públicas e privadas, bem como de todo o aparelho do estado. Este não passa de um porco seboso que engorda à conta dos impostos e cujo emagrecimento não quer assumir. Entretanto, as pessoas vão definhando.

Revoltem-se “escravos” e matem os porcos…

Imagem (daqui)

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