Os centros de novas oportunidades (CNO) são o espelho da aldrabice e da falsidade da política deste ministério de educação, e consequentemente, da rebaldaria socrática.
A ideia de proporcionar às pessoas, num período de tempo inferior ao normal, mais qualificações académicas do que aquelas que possuem é ridícula e desonesta.
Os alunos do ensino regular já perguntam: “Então nos CNO’s pode-se tirar o 9º ano, em poucos meses, tendo o 6º ou menos? E, eu tenho que andar a estudar durante três anos para concluir o ensino básico? Realizando ainda exames nacionais a Português e a Matemática?”.
Todos nós sabemos que o conhecimento se constrói lenta e gradualmente e não surge por geração espontânea. A formação não deve basear-se no princípio: “Entra porco e sai chouriço”. Muito menos deverá funcionar como uma linha de produção onde entra chouriço e sai porco.
Os centros de novas oportunidades não deviam certificar pessoas como quem empilha paletes, só interessando o número. Mesmo que a tutela obrigue a cotas para se cumprir objectivos. Tudo isto tem uma consequência grave: a promoção da mediocridade e do facilitismo, não propiciando mais-valias de nenhuma espécie a quem usa e abusa desta “formação”.
Se, pela adesão massiva das pessoas aos centros, alguém possa pensar que estamos no caminho certo, engana-se. Atribuir diplomas de cursos indiscriminadamente melhora as estatísticas das qualificações dos portugueses, mas não lhes acresce nada. Cria sim, falsos cultos e falsa sabedoria.
Não critico quem recorre às novas oportunidades, pois apenas reage à oportunidade criada. Muito menos quero beliscar ou questionar a integridade de quem trabalha ou forma nestes centros. Mas acho que esta vergonha tem que acabar rapidamente.
Sempre disse que, o CNO se devia chamar de KNORR, como os caldos. Porque os cursos funcionam como sopas, fáceis e rápidos. Basta colocar água quente num recipiente, um caldo KNORR e temos um curso pronto. Uma sopa à Pinto de Sousa em quatro meses, quentinha e sempre a sair…
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