sexta-feira, 3 de junho de 2011

ONDE PARAM OS AFETOS?…

Amizade

As pessoas passam umas pelas outras e já nem sequer se olham, muito menos se cumprimentam. Trocar um sorriso com o outro passou a ser um comportamento raro ou, muitas vezes, encarado como insinuoso. Mas, então onde param as palavras amáveis e os afectos?

Será que a vida das pessoas lhes secou a ternura, a doçura e o sentimento fraterno pelos outros? Se observarmos bem, chegaremos à conclusão que sim. Os apertos de mão são circunstanciais, os toques superficiais e os poucos mimos ligeiros.

Cumprimentar alguém desconhecido de forma neutra, sem julgamentos ou preconceitos, é um acto de educação e cordialidade. A saudação politicamente correcta encerra, quase sempre, falsidade e deslealdade. Agravando-se este comportamento quando se junta um sorriso fingido.

O beijo com os lábios na cara do outro desapareceu. Foi substituído pelo beijo queque, dado com a face. O beijo, esse sai disparado para o vazio. O sentimento perde-se nas costas do outro. Nunca se chega a manifestar como acto de consideração, muito menos de carinho.

O pior de tudo são os olhares desconfiados e/ou invejosos daqueles que assistem a actos públicos de casais que se amam. Estão nesta categoria o andar de mão dada e os beijos ternos. Por se terem tornado raros, são agora motivo de comentários, desconfianças ou maledicências de solitários e/ou mal-amados.

O abraço sincero entre amigos propicia sentimentos que nunca mais se esquecerão. Os braços abertos expondo o peito e o coração ao outro, o contacto entre o peito de ambos e as palmadas fraternas nas costas são actos sublimes. Quantos se podem gabar de ter um amigo verdadeiro a quem dão abraços destes com frequência?

As pessoas têm medo de manifestar afecto genuíno, escondendo o que sentem. Elas não se tocam, não se expõem e, muito menos, revelam afectividade. Elas deixaram de viver as suas vidas para viver a dos outros. Como eu lamento estas mudanças nas pessoas.

cartoon_friends

Imagem (daqui) e (daqui)

Um comentário:

  1. Tão verdade na sociedade de hoje...
    E muitas vezes até o educado "Bom dia" não tem resposta.
    Acabamos por nos sentir mal com isto e passamos a fazer o mesmo. Mas tem que se continuar a contrariar a "falta de afectividade", continuar a tentar viver a nossa vida! Porque os afectos AINDA existem, não deixemos que os levem á extinção...

    Maria Miguel

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