sábado, 1 de dezembro de 2012

ESTOU FARTO…

farto

Estou farto de:

  • trabalhar cada vez mais e receber de ordenado cada vez menos;
  • me empenhar e esforçar e não ser reconhecido ou recompensado;
  • concretizar projetos que ninguém valoriza ou divulga;
  • ser eu a fazer autoelogio ou autopromoção;
  • incompetência profissional generalizada e não reconhecimento do mérito;
  • pessoas que usam o trabalho do outros para se valorizarem e promoverem;
  • estar rodeado de “amigos” egoístas e não sentir solidariedade;
  • me dar aos outros e não receber nada deles;
  • não poder confiar nos outros pois eles não são confiáveis;
  • me proteger dos outros e das suas parvoíces e infantilices;
  • me sentir invejado pelos outros e violentado pela sua ignorância;
  • me compararem e igualizarem aos outros quando assumo a diferença;
  • ouvir toda a gente a criticar e muito poucos a fazer alguma coisa;
  • ouvir falar os outros daquilo que não sabem, em vez de ficarem calados;
  • pessoas maledicentes, intriguistas e malandras;
  • aturar este poder político que só nos empobrece;
  • pagar impostos e não perceber para onde vai esse dinheiro;
  • ser roubado, vigarizado e explorado neste país;
  • viver num país que não me merece e não me dá o que eu lhe dou;
  • ter estados de alma que só me empurram para a indignação;
  • não me apetecer falar e só querer escrever;
  • tanto ruído que só me apetece o silêncio.

Bordamerda para isto. Estou fartíssimo…

anjo-farto

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

DEPUTADO, A RAÇA MALDITA…

PORTUGAL/

A raça de deputado é algo que me aflige e me revolta. As razões não são só minhas, mas de todos nós. Enquanto não percebermos que o mal está no deputado interesseiro, aldrabão e corrupto, e que a esmagadora maioria o é, nunca seremos um verdadeiro país. Continuaremos, isso sim, a ser uma terrinha de mafiosos, trapaceiros, egoístas e discriminadores.

Não será facíl entender que são os nossos deputados que propõem e aprovam as leis que mais lhes convém e não aquelas que nós precisamos? E, também, não é verdade que as leis são intencionalmente feitas para serem quebradas ou contornadas? Quantas delas nem sequer são postas em prática por falta de normativos legais?

O que temos de fazer é lutar, com todas as nossas forças, por mudanças radicais no “estatuto” dos deputados da assembleia da república. Se não o fizermos estaremos a ser coniventes com aqueles que tanto criticamos e desejamos domesticar.

Desta forma, proponho que o deputado:

  • deva auferir unicamente de um salário mensal, sem quaisquer ajudas de custo ou compensações, durante o(s) seu(s) mandato(s) e não tenha direito a qualquer reforma proveniente do exercício das suas funções;
  • não tenha mais privilégios exclusivos de espécie alguma, apenas receba o seu salário que corresponderá ao máximo de quatro salários mínimos nacionais;
  • deva cumprir apenas, no máximo, dois mandatos e depois regresse às suas anteriores atividades sem quaisquer subsídios de reinserção ou prémios de desempenho.
  • deva contribuir para a Segurança Social de igual forma que os
    restantes cidadãos portugueses e beneficie do mesmo sistema de saúde. Isto aplicar-se-á também aos ex-deputados;
  • deixe de ter o direito de votar o seu próprio aumento salarial e este passe a ser definido de acordo com aquilo que se estabeleça para a função pública;
  • deixe de ter imunidade parlamentar e deva estar sujeito às mesmas leis que os restantes portugueses;
  • se sinta na obrigação de se sentir honrado em servir o Parlamento e o País, e não que o faça por carreira;
  • deva ser o verdadeiro exemplo de um funcionário público que escolheu servir o país e, igualmente, o povo que o elegeu.

Na verdade, não vale a pena dizer que a culpa deste estado de coisas não é nossa, pois somos nós que elegemos os deputados. Será a responsabilidade só nossa ou muito mais do sistema eleitoral, criado pelos próprios deputados e partidos, e que assim nos obrigam a estar submetidos a este regime? Teremos nós a possibilidade democrática de mandar para as calendas esta cambada de sanguessugas que se serve da coisa pública?

Não estarão as máquinas partidárias completamente viciadas por forma a introduzir na política os carreiristas e os serviçais que apenas a usam para seu próprio benefício e ascensão pessoal? Mas não se esqueçam, quem faz a política e os partidos somos todos nós.

Mas teremos nós alguma vez a hipótese de alterar, um pouco que seja, este estado de coisas se não mudar a lei eleitoral e o regime? Estou convencido que nunca lá iremos só pelo voto massivo em branco, pois isso é completamente utópico. Muito menos o conseguiremos dando o nosso voto aos partidos minoritários pois estes alimentam-se do contrapoder e do cultivo de uma atitude reacionária e contestatária permanente.

Só há uma solução: adote-se já o sistema uninominal por distrito. Refunde-se o sistema político e reveja-se urgentemente a constituição. A verdadeira democracia representativa tem que se sobrepor a tudo. Se os pequenos partidos tiverem que desaparecer, que seja. Somos demasiados pequenos para tanto partido que não passam de fações e peloiros de dissidentes ou expulsos partidários.

Abaixo este Parlamento e este antro de corrupção. A mim esta raça não me representa.

PORTUGAL - ASSEMBLEIA DA REPUBLICA

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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

BANCOS, AQUELES QUE NOS SUGAM…

Bancos

As instituições bancárias são autênticos antros vampirescos que sugam o nosso dinheiro até ficarmos secos, digo tesos. Qualquer comparação que se faça entre os bancos e o castelo do conde Drácula não é pura coincidência, é a constatação da realidade.

Vlad III, príncipe da Valáquia (1431-1476), também conhecido por Draculea, um diminutivo de Dracul o epíteto de "dragão" criado por seu pai Vlad Dracul II, foi postumamente apelidado de Vlad, o Empalador (em romeno: Vlad Tepes).

Na verdade Vlad III existiu mesmo na antiga Transilvânia, atual Roménia e “colheu” a sua fama como um tirano que obtinha prazer sádico em torturar e matar. O empalamento era o seu método de tortura favorito. Correspondia à inserção de uma estaca no ânus, vagina, ou umbigo que saía pela boca.

O nome vampiro conde Drácula é apenas uma personagem de romances e filmes embora as instituições bancárias sejam realidades burlescas e principescas onde o dinheiro e o lucro contam mais do que o sangue que se “beba”.

Já percebi que somos empalados todos os dias pelos bancos que inocentemente pensamos estar a usar, quando efetivamente são eles que nos usam, abusam e sugam até ao fim das nossas vidas. As comissões que os bancos acordam entre si e impõem arbitrariamente são um escândalo e traduzem-se em roubos diários aos seus clientes. Muito para além daquilo que seria razoável.

Pagamos anuidades dos cartões de débito e crédito, requisição de cheques, juros de mora e de crédito à habitação ou ao consumo, seguros de obra e de vida sobre empréstimos, comissões sobre gestão de conta corrente, sobre serviços de débito direto, sobre transferências, sobre o uso de cheque avulso, sobre a emissão de saldos e extractos, sobre levantamento antecipado de planos, fundos e títulos, imposto de selo e IVA em inúmeras operações e transações, etc, etc.

Os bancos cobram pagamentos, comissões, juros, impostos e seguros elevadíssimos e pagam poucos impostos, logo apresentam lucros elevadíssimos para as atividades comerciais e financeiras que praticam. Se a supervisão bancária não existe, quem nos salva deste vampiro bancário?

vampiro vlad

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A CARTELIZAÇÃO NAS SEGURADORAS…

seguradoras

Nunca imaginei que os procedimentos que realizam as companhias de seguros nos acidentes de viação estivessem tão impessoalizados, tão manietados e tão cartelizados.

Só caí na realidade quando, por infortúnio meu, um outro condutor embateu na minha viatura e me vi a braços com um processo de sinistro automóvel. Foram precisos passar 31 anos desde que tirei a minha carta de condução para tal me acontecer.

O meu primeiro choque surgiu no momento em que foi preciso prestar declarações por escrito aos agentes de autoridade, logo após o ocorrido. Ninguém imagina, só passando por elas, o quanto é complicado descrever um acidente quando ainda se está emocionalmente alterado.

Mas, meus amigos, não tenham dúvidas que é nessa tarefa que tudo se joga e se decide. É necessário ter muito cuidado com aquilo que se regista, pois é com este procedimento que a mafia se inicia. Elas vão usar meticulosamente o que foi escrito em seu proveito. Nenhuma seguradora vai querer assumir nada ou pagar um único cêntimo. Todas empurram para os segurados a exclusiva responsabilidade, evitando indemnizações.

As seguradoras exigem-nos os pagamentos das apólices dentro dos prazos, no entanto, em situação de sinistros fazem de tudo para atrasar, dificultar, aldrabar e fugir às suas responsabilidades.

Então como funcionam? Estabelecem, leia-se, cartelizam entre si quais as ocorrências, por sinal as mais frequentes, que definirão sempre a culpabilidade do detentor do seguro. Eu concretizo. Uma mudança de direção ou uma inversão de marcha por exemplo, mesmo que efetuadas com todas as precauções, sobrepõem-se sempre ao excesso de velocidade e atribuem imediatamente a totalidade da responsabilidade.

Consideram, por que lhes interessa, as companhias de seguro que as ditas manobras perigosas (que por sinal não vi escrito na lei a sua tipificação) caraterizam comportamentos que implicam responsabilidade máxima nos sinistros. A única coisa que importa é não assumir qualquer culpa, logo não indemnizar ninguém.

O meu segundo choque resultou das respostas estandardizadas, infundamentadas e falsas às reclamações que realizei. Notem que, qualquer que seja o protesto escrito legítimo que façam ele nunca terá uma contra-argumentação válida, por mais bem fundamentado que esteja. As seguradoras irão ignorar tudo o que disserem, mesmo que seja a mais pura das verdades.

Ah, já me esquecia. O gestor do processo é um indivíduo qualquer que, à frente de um computador, emitirá uma resposta sobre a responsabilidade da companhia sem analisar todos os dados objetivos que dispõe. Ou estavam à espera que o funcionário da seguradora atribuísse a responsabilidade à companhia para quem trabalha? Não sejam inocentes.

Eu rogo-me ao direito de questionar, para que servem os seguros automóveis que pagamos dentro dos prazos? Se as seguradoras só se preocupam em não pagar, por que liquidamos as nossas apólices? Se 30% dos condutores não têm seguro automóvel e ele é obrigatório, não andaremos nós a pagar para aqueles que o não tem?

No caso de acidente, quem nos defenderá? Ninguém o vai fazer. As companhias tentam livrar-se das culpas, usam e abusam da demora na resolução do sinistro e como o recurso aos tribunais implica muito tempo de espera e dinheiro, elas usam isso a seu favor. Entretanto estão sem carro ou com uma viatura de aluguer que provavelmente terão de pagar.

De facto, as seguradoras não servem de nada pois serão sempre os seus clientes a pagar os seus danos e os de terceiros, se os houver. A única coisa que as preocupa é que paguemos as nossas apólices, o resto é indiferente. Esperem até ter um acidente e verão. Desejo sinceramente que isso não vos aconteça, pois não sabem o que vos espera.

Na parte que me toca, continuarei a lutar pelos meus direitos e não será nenhum cartel de seguros que me calará ou abaterá. Da vossa parte, ponham-se finos e não pensem que nunca vos acontecerá a vocês.

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

UM TIRO NA MONA…

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Já não tenho paciência para tanto ladrão, cabrão e aldabrão. Sempre a explorar e a usurpar quem trabalha e luta diariamente para pagar as suas contas. Este é mesmo um país de merda.

Só me apetece desejar um tiro na mona para:

  • quem afirmou em 16.06.2012 que “os tempos” que o país atravessa são de resposta aos «problemas dos portugueses», não de “jogos partidários” – António José Seguro (pura demagogia, pois não tem feito outra coisa que não seja incendiar e empolgar a vida política para se tentar impor como líder partidário);

  • todos os administradores da EDP que vão aumentar a luz pela 3ª vez em menos de um ano dado que somos o país que paga a corrente elétrica mais “barata” da europa atendendo ao nosso poder de compra (deve ser para compensar os erros cometidos pelos contadores mal calibrados que contabilizaram erros nas leituras bi-horárias);
  • os membros da Entidade Reguladora do Setor Energético que propuseram um aumento de 6,9% a partir de julho para o preço do gás natural (o pessoal está a passar por dificuldades tremendas e estes animais aumentam os preços. O que eles querem é afogar-nos a todos);

  • cada um dos administradores da GALP que não param de aumentar o preço dos combustíveis e que têm baixado menos os preços do que o abaixamento do valor do barril de crude ao longo dos anos, inflacionando os preços e aumentando os lucros (para que se saiba, o preço do barril de petróleo custava cerca de 150 dólares norte-americanos em 2008 e atualmente cerca de 110, mas o preço da gasolina é idêntico, mesmo com o euro a valer mais. Não dá para perceber? Estão a roubar-nos);
  • todos aqueles que recebem pensões obscenas e defendem a redução salarial dos portugueses – António Borges ( "diminuição dos salários é uma emergência, não é uma política", e considerou que "não podemos escapar à moderação salarial." – é preciso ter lata);

  • quem defender que a supervisão de Vítor Constâncio no caso BPN desempenhou um bom papel (a incompetência deste senhor até assusta, sempre quis os melhores tachos e agora é vice-presidente do BCE);

  • quem recebeu 250 mil euros por ano como Governador do Banco de Portugal durante anos e admitiu que a remuneração devia ser reduzida e nunca o fez – Vítor Constâncio (não tem, nem nunca teve vergonha nenhuma);

  • aquele que referiu que: “alguém que quis enganar e enganou, que escondeu e que beneficiou com o BPN” – Teixeira dos Santos (ministro das finanças de Portugal entre 2005 e 2011 e que nacionalizou o BPN – grande decisão, sim senhor);

  • o indivíduo que disse que nunca poderá “jurar que não sejam precisas mais medidas” de austeridade no futuro para cumprir a redução do défice – Pedro Passos Coelho (só vi cortes deste senhor naquilo que é fácil e imediato, nas fundações nada);

  • a atual ministra da justiça que nomeou por despacho (nº1210, 19 de janeiro de 2012), Ricardo José Galo Negrão dos Santos, filho de Fernando Mimoso Negrão (deputado da A.R, juiz de direito e antigo diretor geral da polícia judiciária) para realizar estudos, trabalhos e prestar conselho técnico ao seu gabinete no âmbito da área da informática e das novas tecnologias, com uma remuneração mensal de 3892,82€, acrescida dos subsídios de férias e de natal – Paula Teixeira da Cruz (perdeu a moral toda com este ato);

  • o atual presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos que auferiu em 2009 de uma remuneração de 370 mil euros anuais superior à remuneração de 323 mil euros de Christine Lagarde no FMI (convém juntar a isto, mais prémio de gestão: 155.184,00€, gastos de utilização de telefone: 1.652,47€, renda de viatura: 26.555,23€, combustível: 2.803,02€, subsídio de refeições: 2.714,10€ e subsídio de deslocação diário: 104,00€) – Faria de Oliveira (já perdi a conta às barbaridades que este senhor disse e fez);
  • quem achar que José Gomes Ferreira não tem toda a razão quando refere, em 31.05.2012 no jornal da noite da SIC sobre o relatório do tribunal de contas sobre as parcerias público-privadas (PPP), que houve um grande conluio entre políticos, bancos e privados e que a principal responsabilidade é do anterior secretário de estado adjunto das obras públicas, transportes e comunicações do governo de José Sócrates, Paulo Campos (um tremendo vigarista, juntamente com o ministro das finanças e o primeiro ministro socialistas responsáveis por estes acordos);

  • o atual primeiro ministro que não tem a coragem necessária para, evocando o superior interesse do nosso país como o fez para justificar a redução salarial dos portugueses e o aumento de impostos, decretar a nulidade dos contratos das parcerias público-privadas – Pedro Passos Coelho (é preciso não ter verticalidade nenhuma e um desconhecimento completo de economia e de finanças para perceber que nunca conseguiremos pagar esses contratos ruinosos, especialmente a partir de 2013. Ou anula esses contratos ou vamos ter de pedir nova ajuda financeira);
  • este sindicalismo de esquerda que só destrói a nossa sociedade e o tecido produtivo, concentra-se somente em defender o cooperativismo e atiça o trabalhador contra a entidade patronal (é a verdadeira extensão do partido comunista, dividindo e manietando para reinar assumindo-se unicamente como contrapoder);

  • para qualquer empresário deste país que diga que não pode aumentar o ordenado mínimo de 485€ para 500€ (vão ser desonestos para o outro lado, empresário que não consiga pagar mais 15€ aos seus empregados miseravelmente mal pagos deve encerrar já o tasco a que chama empresa);

  • aquele que gasta em média 15 mil euros por mês em Paris, onde estuda Ciência Política, não tem emprego nem poupanças conhecidas mas tem despesas mensais que rondam sete mil euros na renda de casa, num dos bairros mais caros da cidade, mil euros nas propinas da faculdade, dois mil euros no colégio particular do filho e cem euros por refeição em restaurantes – José Sócrates (nunca referiu ter poupanças nas declarações de rendimentos que entregou no Tribunal Constitucional desde 1995. Que descaramento).

Se me esqueci de alguém, queiram os meus amigos alertar-me que também se poderá arranjar um tiro na mona para eles.

Tiro_cabeça

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sábado, 2 de junho de 2012

A IMUTABILIDADE DO FUTEBOL…

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Sempre me intrigou a teimosia do futebol em não querer alterar as regras do jogo. Serão os interesses económicos, financeiros e políticos envolvidos tão fortes que as instâncias máximas do futebol (FIFA e UEFA) não se dignem pensar em mudar as regras?

Quando se levanta este problema, imediatamente se fazem ouvir um chorrilho de vozes discordantes a usarem como argumento a descaracterização do jogo em si. Também é verdade que, sempre que ouço este tipo de comentário me questiono quais serão os verdadeiros interesses defendidos pelas pessoas em questão ou qual o seu grau de ignorância nestas matérias.

Como o meu único objetivo é o desporto como espetáculo, onde a concretização, leia-se número golos marcados, e a dinâmica das equipas devem ser os principais vetores, deixo-vos um conjunto de modificações profundas que considero primordiais para a evolução futebolística:

  • Abolição do fora-de-jogo – esta regra criou imobilismo e estrangulamento tático nas equipas, levando inclusivamente à criação de um sistema específico (defesa em linha) para colocar em fora-do-jogo os jogadores. Esta medida transformará os sistemas táticos e fixos atuais, favorecendo a criatividade, a mobilidade e capacidade física;
  • Diminuição do tempo de jogo – a duração atual é de 90 minutos e o tempo útil é aproximadamente 60. Desta forma, é imprescindível que a duração passe para os 60 ou 75 minutos de tempo útil. Não vale a pena continuar a desperdiçar tempo inútil;
  • Desaparecimento dos tempos de compensação – a implementação do tempo útil vai implicar a cronometragem e quando o árbitro apita o tempo para, retomando-se a contagem quando ele assim o indicar. Evita-se o antijogo e os minutos perdidos em lesões ou substituições. Assim, deixam de ser necessários períodos de compensação nos finais de cada parte;
  • Permitir a substituição de cinco jogadores – com a abolição do fora-de-jogo e adoção do tempo útil, os sistemas táticos ficam mais flexíveis e a mobilidade dos jogadores aumenta, logo o desgaste é maior. Facilita-se, também, o acesso ao jogo de mais jogadores;
  • Implementação do segundo árbitro de campo – a passagem de um árbitro de campo para dois é absolutamente necessária. As dimensões do campo obrigam-no. Cada árbitro ficará com uma metade do recinto de jogo, alternando de posição regularmente. Os árbitros auxiliares deixam de fazer sentido. Passa a tornar-se imprescindível a existência de um juiz de mesa que controla o tempo e regista as ocorrências;
  • Alterar as sanções disciplinares – a primeira sanção continua a ser o cartão amarelo, a segunda a expulsão temporária do jogo por cinco minutos, não sendo permitida a substituição desse jogador e a terceira será definitiva, com amostragem do cartão vermelho. Este último castigo implica sempre a suspensão por dois jogos a cumprir unicamente em encontros do campeonato;
  • Adoção do livre direto sem barreira – o jogador que siga isolado e seja travado ou derrubado fora da área deverá beneficiar da marcação de um livre direto sem barreira no local da falta, com a correspondente exibição do cartão vermelho ao jogador infrator;
  • Uso de imagens videogravadas – a utilização de imagens vídeo é fundamental para esclarecer todas as dúvidas surgidas durante o jogo. A pausa para visionamento deve ser contemplada em prol da verdade desportiva, funcionando, igualmente, como instrumento educativo e formativo.

Se, ao adotar estas medidas, os resultados no futebol passarem a ser mais expressivos não vejo que isso seja negativo ou prejudicial para os adeptos ou telespetadores, muito pelo contrário. O que eles desejam é ver um bom jogo e com golos. Sempre fiquei desiludido quando assisto a um jogo bem disputado entre duas boas equipas, mas que acaba sem golos. Por isto, o meu interesse pelo futebol tem diminuído drasticamente.

O futebol está estagnado no tempo e precisa de evoluir. Não é com medidas estúpidas tipo tornar a bola mais leve dificultando a ação do guarda-redes que vamos lá. Enquanto todas as modalidades têm alterado e melhorado as suas regras no sentido do maior espetáculo, no “desporto rei” assiste-se à contínua regressão e degradação.

Cada vez há menos dinheiro disponível para financiar as equipas, para a publicidade, para as transmissões televisivas, para as transferências, para as infraestruturas e para a manutenção dos estádios. E, também, há cada vez menos espetadores nos estádios. Haja coragem e mude-se este estado de coisas. Assumam-se ruturas com determinação.

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

A IMBECILIDADE NA IGREJA CATÓLICA…

Batismo

Estou revoltado com tudo aquilo que tenho ouvido relativamente ao comportamento que diferentes padres têm adotado sobre várias matérias delicadas.

As posições que abertamente assumem deveriam ser muito mais consentâneas com o papel que desempenham no seio da igreja e menos pessoalizadas ou carregadas de personalidades mal formadas, que ninguém ousa questionar.

Pela minha vida, tenho-me cruzado com mais exemplos de maus padres do que com padres genuinamente bons. Talvez tenha sido eu o responsável por trilhar caminhos que os intersetam, por isso resolvi agora afastar-me e recolher-me. Percebi que não necessito deles para estar em paz e comungar o amor que nutro em mim.

As temáticas que vos quero falar incidem sobre o batismo, a comunhão e o matrimónio, onde a posição assumida por sacerdotes de diferentes paróquias é tão díspar que aflige e tão retrógrada que ofende o mais comum dos fiéis, desde que munido de alguma humanidade e solidariedade.

Sabiam que existem padres que não batizam crianças só por que os pais vivem em união de facto? A justificação de que as leis da igreja não o permitem penaliza muito mais a criança do que os pais. Uma perfeita imbecilidade, pois esquece-se os superiores direitos à proteção e defesa do recém-nascido.

E o que me dizem da atitude de um sacerdote que se recusou a batizar uma criança na situação que vos descrevi, mas que de forma imaculada referiu que se ela estive doente ou de saúde muito debilitada, leia-se próxima da morte, nessas circunstâncias já não se negaria a batizá-la. Mais uma enorme imbecilidade. Estou a ver a sensação de “conforto” sentido por estes pais depois de terem ouvido isto. Realmente o batismo em leito de morte de uma criança inocente deve ser um ato muito dignificante para aquele que o recusou em estado de perfeita saúde.

Digam-me o que pensam de padres que negam a pessoas sem crisma, em união de facto, casadas por civil ou divorciadas que entretanto casaram, o privilégio e a alegria de serem padrinhos de batismo? Não será isto ridículo, e muito mais ridículo ainda, quando justificado por leis católicas? No entanto, assistem-se a posições sacerdotais que divergem de paróquia para paróquia. Outra imbecilidade.

Por que razão posso eu ser aceite como padrinho de batismo se reunir “todas as condições” sendo divorciado, mas já não o ser depois de ter casado uma segunda vez? Como é que a minha situação de casado por civil pode ser impeditiva de cumprir tão nobre ato e sobrepor-se a todas as minhas boas práticas e condutas que porventura desenvolva? Uma imbecilidade desmesurada.

Sou o exemplo vivo de uma “criança” que há muitos anos fez a primeira comunhão duas vezes. Sim, duas vezes. A razão é simples, vivi durante um período de tempo numa paróquia onde fiz a minha primeira comunhão e quando mudei de residência para uma nova paróquia o padre obrigou-me a fazer outra vez a primeira comunhão. Por isso, tenho duas. Profunda imbecilidade. Tenho a sensação desta ter sido a minha primeira experiência “traumática” resultante de comportamentos sacerdotais.

Nunca entendi nem entenderei jamais que se prive um indivíduo (homem ou mulher) solteiro de celebrar o matrimónio pela igreja, só porque o seu parceiro(a) é divorciado(a). Não respeitar a fé do homem por causa da sua condição é um ato de desumanidade e de desrespeito. Se duas pessoas se amam e desejam celebrar o seu sentimento perante Deus não se lhes deve facultar esse desejo na fé? Mais outra grandessíssima imbecilidade.

Perante tudo isto, não se torna fácil entender quais as razões por que cada vez mais pessoas se afastam da igreja e das suas práticas? De facto, elas não estão a perder a fé em Deus, mas a perder o respeito e a veneração pelos padres.

Quando um homem não respeita os mais elementares valores da pessoa e da sociedade pouco lhe vale servir a igreja. Rapidamente, ele irá manchar com as suas condutas a instituição que tanto procura preservar e transformar-se num imbecil.

bento XVI

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domingo, 1 de abril de 2012

AS OBRIGAÇÕES DE PASSOS…

sócrates-passos

Em resultado da governação ruinosa, trapaceira e mentirosa de José Sócrates que afundou este país para sempre, as eleições legislativas de 2011 trouxeram para o governo Pedro Passos Coelho. A esperança de melhorias existia na mente de muitos portugueses, mas rapidamente começaram a desaparecer. As promessas eleitorais que levariam a profundas reformas estão por cumprir e os interesses do capital público e privado continuam intocáveis.

O atual primeiro-ministro tem o dever moral e político de alterar este estado de coisas, primeiro, por que o prometeu durante a campanha eleitoral e segundo, por que colocará, se não o fizer, o sistema político-partidário e a democracia em causa. A credibilidade dos agentes políticos está colocada à prova.

Posto isto, o que este governo de Passos tem a obrigação de fazer é:

  • acabar com todas as mordomias (gabinetes, adjuntos, assessores, secretárias, apoios administrativos, automóveis, motoristas, etc.) dos
    ex-presidentes da república;
  • alterar a constituição da república removendo-lhe o cariz esquerdista e reacionário, modernizando-a e adequando-a à realidade atual;
  • reduzir o número de deputados da assembleia da república para um número inferior a uma centena e profissionalizar os políticos;
  • alterar a lei eleitoral, constituindo os ciclos uninominais por distrito;
  • acabar com todos os benefícios (subsídios de alojamento, de deslocação e de refeição, de reinserção, de reformas, etc) dos deputados e implementar o regime remuneratório exclusivo durante a legislatura;
  • acabar com inúmeros institutos e fundações públicas cuja utilidade é nula e que só servem para duplicar pessoal, funções e encargos;
  • anular os contratos das parcerias público-privadas e pedir dinheiro para liquidar as dívidas, poupando dinheiro e evitando encargos tremendos no futuro;
  • encerrar as empresas municipais que só criam despesa e permitem a acumulação de funções de administradores, não solucionando o problema que levou a sua formação;
  • alterar a lei autárquica, reduzindo o número de câmaras e assembleias municipais, modificar a forma de representatividade, acabar com as juntas de freguesia nas áreas a que pertencem as câmaras e reduzir significativamente o número de freguesias;
  • cessar com os pagamentos de prémios de presença a reuniões de câmaras e de juntas;
  • responsabilizar civil e criminalmente administradores, diretores e gestores públicos, bem como presidentes de câmara por todos os seus atos de gestão praticados durante os seus mandatos;
  • acabar com o financiamento dos partidos políticos por parte do estado, através do seu orçamento, ou seja, por via dos contribuintes;
  • acabar com a existência de viaturas topo de gama e motoristas particulares para uso de ministros, secretários de estado, administradores, diretores, gestores, assessores e presidentes de câmara, excetuando-se o presidente da república e o primeiro-ministro;
  • criar uma frota limitada de viaturas de gama baixa e devidamente identificadas com chapas do estado para uso exclusivo de ministros, que as conduzirão nas suas deslocações de serviço oficial;
  • impedir o uso de telemóveis de trabalho para fins pessoais, limitando drasticamente as despesas em chamadas e mensagens;
  • limitar drasticamente o número de administradores e de assessores das empresas públicas, poupando muito dinheiro ao erário público;
  • limitar o vencimento de qualquer detentor de cargo público ao valor auferido em vencimento pelo presidente da república;
  • acabar com o pagamento de horas extraordinárias e ajudas de custos a ministros, secretários de estado, administradores, diretores, gestores, assessores e presidentes de câmara que muito têm contribuído para o esbanjamento de dinheiros públicos;
  • acabar com os todos os pareceres jurídicos solicitados a sociedades de advogados privados e colocar os gabinetes jurídicos dos ministérios a efetuar esse trabalho, economizando dinheiro e aproveitando recursos humanos do estado;
  • exigir a devolução do dinheiro dos contribuintes aos acionistas de BPN e BPP que, como instituições bancárias privadas que são, não redistribuíram lucros ou dividendos por todos nós quando os tiveram;
  • acabar com o financiamento milionário à RTP através do orçamento geral do estado e com a contribuição audiovisual através da fatura de eletricidade, cobrada pela EDP;
  • criminalizar o enriquecimento ilícito e confiscar bens a favor do estado obtidos em resultado dessa atividade;
  • criar um período obrigatório de pausa de três anos entre o término do exercício de funções governamentais e a ocupação de cargos em empresas públicas ou privadas, em qualquer situação e, particularmente, onde se verifique conflito de interesses;
  • regular e fiscalizar efetivamente toda a atividade bancária;
  • diminuir margens de lucro dos bancos, padronizar custos de prestação de serviços bancários e aumentar os impostos às instituições financeiras;
  • proceder a um levantamento geral e minucioso de todos aqueles que ocupam cargos políticos, quer ao nível central ou local, por forma a tornar público o seu património antes e depois do exercício de funções;
  • cessar completamente o sigilo bancário, não sendo preciso qualquer ordem judicial para o estado aceder a qualquer tipo de conta, pessoal ou coletiva, particular ou empresarial;
  • aumentar a cobrança de impostos e o confisco de bens para pagamento das dívidas ao estado;
  • efetivar o combate à corrupção e ao tráfico de influências.

Aqui ficam algumas ações que considero imprescindíveis e que muito podem contribuir para a valorização do cidadão português e do nosso país.

Não se adotem estas medidas e nas próximas eleições irão os “nossos” políticos ver para onde vão os votos. Depois não se queixem que a representatividade ficará assim eternamente comprometida.

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sábado, 10 de março de 2012

AS ESCOLAS-EMPRESA!…

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É esta a escola que queremos para nós e para os nossos filhos? É este o modelo educativo que defendemos? Ou isto é muito pouco e andamos todos a empurrá-la com a barriga para o lado que mais nos apetece? Não será esta escola uma ilusão em vez de ser um edifício do saber?

Esta não é uma escola centrada no professor, mas sim nos alunos e nos encarregados de educação. O poder excessivo concedido a encarregados de educação e alunos, conferido pela legislação e pelas direções das escolas, tem minado significativamente a relação escola-professor, professor-encarregado de educação e professor-aluno.

O enfoque atual centra-se, claramente, no aluno. A legislação defende os seus direitos e protege-o dos seus deveres. Concentra-se em demasia naquilo que ele é e no que ele quer fazer. A educação virou um restaurante em que o aluno é o cliente e o professor um empregado de mesa, que procura “servi-lo” e “agradar-lhe”. Nos alunos, o respeito, a responsabilidade e o trabalho estão cada vez mais ausentes.

As escolas estão tornar-se, à força, em empresas, não o podendo nunca ser. Procuram, teimosamente, funcionar como tal, embora tenham poucos elementos em comum. Pretendem estruturar-se organizativamente como tal, mas esquecem-se que não conseguem e nem podem controlar a matéria-prima. Esta, em contexto escolar, não pode ser substituída quando tem pouca qualidade ou apresenta defeitos. Os alunos são a matéria-prima das “escolas-empresa” e é com eles que temos de trabalhar, não os podemos trocar por outros melhores.

Toda a filosofia diretiva e orientadora da escola atual se desviou daquilo que é verdadeiramente essencial – ensinar. A fórmula é simples: o professor ensina e o aluno aprende e estuda. O docente respeita, educa e orienta, o aluno respeita, é educado e escolhe o caminho. Não faz aquilo que quer e quando quer, faz o que lhe mandam e no momento em que lho mandam. Estamos todos a esquecer que deve ser o aluno a trabalhar e não podemos fazer recair toda a pressão, por via dos resultados, em cima dos professores. Onde pára a pressão sobre os alunos?

Neste modelo de escola, os professores não se sentem felizes, não estão nem são motivados e não são respeitados nem como indivíduos nem como profissionais. A desconfiança constante do trabalho docente, o controlo da sua competência pedagógica e científica, a grande pressão sobre a sua atividade para obter bons resultados e a exagerada carga burocrática e procedimental contribuem para um clima nas escolas nada propício ao sucesso.

A desautorização dos professores, a ausência de reconhecimento do mérito e o pouco agradecimento de iniciativas e atividades válidas estão, igualmente, entre alguns dos fatores de descontentamento da classe docente. Por vezes, parece que o conhecimento e a sabedoria acumulada ao longo de anos de nada serviu e tudo é questionado. A sensação de completa frustração é frequente.

Até os novos edifícios das escolas, pelas suas dimensões e número de espaços, apesar de proporcionarem boas condições, contribuem para a desumanização e a para redução da socialização dos profissionais que nelas trabalham. O conceito de sala dos professores está a desaparecer, e agora surgiu o paradigma do gabinete de trabalho. Ou seja: “O que interessa é pô-los a trabalhar...”.

Dantes o professor sentia-se bem na escola, agora nem quer ouvir falar dela.

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DESPERDIÇAR ÁGUA…

Duche

Foi durante o banho que me ocorreram estas reflexões que gostaria de partilhar convosco. A água escorria pelo meu corpo e saía misturada com o gel duche pelo ralo. Imaginei a quantidade desperdiçada, mesmo esbanjada, por uns e a necessidade extrema que outros têm dela. Que enorme contradição!...

Confesso que me senti um pouco hipócrita, pois para mim a água do meu banho estava à distância de um braço e acessível ao rodar da torneira. Quantos são aqueles que nem sequer tomam banho e outros que se lavam raramente usando águas imundas ou de qualidade duvidosa?

Qual o valor que damos à água? Quem tem muita à disposição, nenhum valor. Aqueles que têm pouca dão-lhe um valor incalculável. Parece ridículo mas só percebemos a importância da água quando ela nos falta. Porquê? Porque intuímos que voltará em pouco tempo a nossas casas.

Aqueles que se deslocam a grandes distâncias para a ir buscar em baldes ou cântaros, à cabeça ou aos ombros, normalmente a pé, sabem bem quanto vale um simples copo de água. Para esses, ela é o bem mais precioso, pois a sua vida depende dela. E a nossa, não?

E o preço de uma garrafa de água? Quanto vale para mim e para os outros? Nunca me irei esquecer dos olhos sedentos de uma criança tunisina que se cruzou comigo na medina de Tunis olhando para minha garrafa de água, que antes havia comprado após ter regateado, imagine-se, o seu preço com o comerciante. Eu refrescava-me e ela ansiava por um simples gole. E lá foi ela levada pela mão da mãe, nunca desviando o seu olhar da água. Confesso que senti pena.

Desperdiçar água é o que fazemos com mais frequência. Lavamos os dentes e não fechamos a torneira enquanto os escovamos. A água corre constantemente enquanto lavamos as mãos. Durante o duche, a água nunca é desligada, nem mesmo enquanto nos ensaboamos. A desculpa é que está frio se desligarmos a água.

E a quantidade de água gasta na rega de jardins? O que importa é manter a relva verde e saudável, a quantidade gasta não interessa. Construir um furo ou um poço resolve os gastos em água da companhia, mas esgota as reservas naturais de água doce. Para quando cobrar imposto a quem possui furo e explora gratuitamente um recurso importantíssimo que é de todos?

Uma vez que vos falo da água, não acham estranho que nesta altura a taxa de precipitação seja tão baixa? Ou seja, não estará a chover pouco para esta altura do ano? Porque será? Não é por estarmos a alterar o ciclo da água pelo aquecimento global do planeta resultante da acumulação de gases de efeitos de estufa (dióxido de carbono) na atmosfera provenientes da poluição industrial e automóvel?

Deixo-vos esta pergunta para vossa reflexão e, por favor, não digam que não vos diz respeito. E já agora, por que motivo o homem tem de abandonar ilhas que habitou durante anos por falta de água potável?

Vá lá pessoal, toca a poluir menos e a poupar mais água para bem do planeta. Tudo aquilo que fazemos afeta-nos e afeta os outros, estando eles perto ou longe de nós.

Seca

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

REVISÃO CURRICULAR?…

nunocrato

Fiquei a conhecer a revisão curricular que o governo de Passos Coelho quer realizar, sob a tutela de Nuno Crato. A proposta é insignificante, insípida e pouco corajosa. Mais parece uma operação de cosmética educativa. Vergonhosa é a adjetivação mínima que melhor consigo aplicar a esta tentativa. O que se pretende alterar, não sei. Acho que nem eles sabem.

Continua-se a querer fazer “reformas” sem os professores. Apesar deste período de auscultação e discussão pública, eu bem sei qual vai ser o resultado final. Nada de profundo, válido e substancial. Se é para mexer, altere-se a fundo. Lavar só a cara não cura a “doença” na educação.

Lamentável é a atitude deste ministro da educação, que, ainda por cima, eu considerava ser capaz de encetar uma profunda mudança no sistema educativo. Discurso crítico nunca lhe faltou antes de assumir a pasta, mas depois muito modificado ele se tornou. Eu também defendo que não é preciso gasto de verbas para a fazer. É só necessário coragem política e coerência. Não compreendo, acho que tudo isto desapareceu da sua mente.

Mas, por uma questão de feitio e de educação, nunca gostei de ficar calado sobre assuntos que domino bem e cuja formação e prática me permitem deixar algumas propostas gerais de mudança do sistema educativo. Reforço a ideia que para a sua implementação os custos são nulos.

Aqui deixo algumas, umas inovadoras, outras que já deram bons resultados no passado:

  • adoção obrigatória, para todos os graus de ensino básico e secundário, de um único sistema de classificação qualitativa (Insuficiente – 0 a 9,4; Suficiente – 9,5 a 13,4; Bom – 13,5 a 17,4 e Muito Bom – 17,5 a 20 valores), aplicável a todos os instrumentos de avaliação realizados;
  • adoção obrigatória, para todos os graus de ensino básico e secundário, de um único sistema de caráter quantitativo de avaliação periodal usando a escala de valores de 0 a 20;
  • realização obrigatória de exames nacionais em todos os finais de ciclo (4º, 6º, 9º e 12º anos) a todas as disciplinas dos curricula, exceto a Educação Física e a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC)/outra;
  • possibilidade de dispensa dos alunos da realização de exames nacionais no final do 6º e 9º anos a todas as disciplinas se a média aritmética simples das avaliações a todas as disciplinas dos curricula, exceto a Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC)/outra, se no 3º período for, no mínimo, de 15,0 valores;
  • a classificação de exame (CE) terá um peso de 30% na classificação final de cada disciplina (CFD) e a classificação interna frequência (CIF) um peso de 70%;
  • os exames nacionais no final do 4º ano terão uma componente teórico-prática escrita e outra oral, enquanto nos restantes anos apenas uma componente teórico-prática escrita;
  • os exames nacionais de final de ciclo incidirão sobre conteúdos e competências de todo o ciclo.

Os principais objetivos pretendidos passam pela uniformização de critérios, procedimentos e práticas educativas em todo o país; pela aferição da aprendizagem de competências nos diferentes graus de ensino e nos finais de ciclo; pela adoção de uma cultura de rigor, de exigência e de reconhecimento e valorização do mérito em todo o percurso escolar; pela implementação de hábitos de trabalho e estudo sistemáticos nos alunos.

Relativamente à revisão curricular direi que é um disparate o ensino do inglês no 1º ciclo, mesmo que esta disciplina tenha um caráter de enriquecimento facultativo deve-se privilegiar o ensino da língua materna. A preocupação deve centrar-se unicamente nas áreas curriculares disciplinares de frequência obrigatória (língua portuguesa, matemática, estudo do meio e expressões). É ao nível deste ciclo que devem estar centradas todas as nossas energias e evitar excessos de dispersão em atividades extracurriculares facultativas.

No secundário, a disciplina de Português da formação geral deve passar a bienal e realizar exame nacional no décimo primeiro ano. Estou convicto que onze anos de aprendizagem da língua materna são mais do que suficientes para a dominar. Destaco que os seis primeiros anos de aprendizagem (1º e 2º ciclo) têm que assumir um papel estruturante na aprendizagem da nossa língua. A carga horária de dois blocos de noventa minutos no 12º ano pode ser distribuída pelo 10º e 11º anos ou transferida para as disciplinas específicas.

Por outro lado, as disciplinas da formação específica, Biologia e Geologia e Física e Química por exemplo, devem transformar-se em trienais e, portanto, realizar os seus respetivos exames nacionais no final do décimo segundo ano, tal como a disciplina de Matemática. Isto implicará um ajustamento do programa destas disciplinas, “repartindo-o” pelos três anos e permitirá que as aulas de turnos com 135 minutos sejam efetivamente dedicadas ao ensino experimental.

A existência da disciplina anual da formação específica do 12º ano deixa de fazer sentido e a sua carga horária deve ser usada pelas “novas” disciplinas específicas trienais. A adoção desta medida justifica-se no facto dos alunos atingirem neste ano de escolaridade uma maior maturidade que lhes permitirá encarar os exames com mais ponderação e sabedoria.

Estas são algumas das ideias que defendo e que muito gostaria de ver adotadas para bem do ensino e da educação em Portugal. Mas como não acredito na bondade do homem político, tudo ficará igual. O meu contributo fica dado.

aluno

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sábado, 7 de janeiro de 2012

OBRIGADO…

dou-te uma rosa

Obrigado por:

  • existires;
  • permitires que eu exista;
  • seres a minha luz;
  • permitires que eu brilhe para ti;
  • me guiares pela vida;
  • deixares que eu guie a tua;
  • me fazeres sorrir;
  • deixares que eu te faça sorrir;
  • me fazeres feliz;
  • deixares fazer-te feliz;
  • fazeres parte de mim;
  • me deixares fazer parte de ti;
  • partilhares a tua vida comigo;
  • me deixares incluir na tua;
  • tornares a minha vida tão cheia de tudo;
  • deixares que tente completar a tua;
  • me deixares amar-te;
  • me amares.

No fundo, obrigado por tudo aquilo que tu representas. Porque sem ti, eu era tão pouco…

maos

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