domingo, 10 de outubro de 2010

UM PERCURSO FACILITISTA…

o-caminho-do-sucesso

Entrei para a 1ª Classe no ano da graça de 1969. Em 1973, prestei provas escritas e orais de forma a obter aprovação da 4ª Classe. O “exame da 4ª classe”, pois era assim designado na altura, era muito exigente e quem chumbava repetia o ano e aí permanecia até obter aprovação. Na realidade, ou se sabia ou nada feito. Agora, todos os alunos transitam, sem exames nacionais e sem saberem quase nada. Uma etapa ultrapassada sem obstáculos.

De 1973 a 1975, frequentei o 1º e o 2º ano do Ciclo Preparatório. Nessa altura, todos os alunos realizavam exames a todas as disciplinas, excepto se atingissem uma média igual ou superior a 15 valores. No final do 2º ano, dispensei de exames. Agora, todos os alunos transitam, sem exames nacionais e muito pouco sabem. Mais uma etapa sem obstáculos.

Entre 1975 e 1978, assisti às aulas do 7º, 8º e 9º anos de escolaridade. No último ano, realizei exames nacionais a todas as disciplinas. Não havia dispensa de prestação de provas para ninguém. Recordo-me que até o exame de Desenho fiz e constava de desenho geométrico finalizado com traços a tinta da china. Tudo isto em três horas. Agora, quase todos os alunos transitam, apenas realizando exames nacionais a Língua Portuguesa e Matemática e acabam por saber pouco. Outra etapa sem grandes obstáculos.

Frequentando o 10º e 11º anos, entre 1978 e 1980, sabia que no último ano realizaria exames nacionais a cada disciplina se obtivesse uma média, entre aqueles anos, inferior a 13 valores. Tínhamos a perfeita consciência que quem fosse a exame dificilmente era aprovado. Os exames eram extremamente difíceis. Interessa lembrar que a média das classificações por disciplina, mesmo que positiva, não contava para nada. Agora, quase todos os alunos transitam, apenas realizando exames nacionais às disciplinas específicas. Esta etapa já apresenta obstáculos, finalmente.

Em 1981, concluo o 12º ano de escolaridade e realizo mais três exames nacionais. Tantas quantas as disciplinas em que me matriculei. Qualquer destas provas arrasava e influenciava o futuro universitário dos jovens daquela altura. Agora, a maioria transita efectuando mais dois exames nacionais. A etapa final também revela obstáculos.

Facilmente se conclui que, para se ter sucesso é necessário lutar muito e ultrapassar obstáculos (exames). Não conheço nenhum atleta que corra os 110 metros barreiras que treine sempre sem elas…

Imagem (daqui)

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