As escolas estão politizadas, contaminadas pelo poder político vigente e nós não resistimos, pura e simplesmente esperamos que passe. Bem sei que este problema tem raízes mais profundas, só que agora já ninguém se preocupa em disfarçar ou esconder.
Os tentáculos desse “polvo” político, que tem governado o nosso país nos últimos anos, penetrou profundamente nas estruturas da escola. Sufoca e subjuga rápida e implacavelmente qualquer iniciativa ou boa prática. Promove a mediania e o facilitismo.
O controlo e a triagem são reais, embora estejam disfarçados. Quem pertence aos círculos do poder ou aos pequenos lobbies instalados nas escolas influencia e domina a seu belo prazer, condicionando as orientações, as decisões, as metodologias e as práticas.
Cada vez está tudo mais infernizado e burocratizado criando dificuldades ao livre arbítrio e há criatividade individual. A vontade de ensinar vai-se perdendo e a arte do ensino afunda-se rapidamente num abismo de modelos didácticos teóricos e de duvidosa aplicabilidade.
Tudo o que se faz tem que ter um papel / grelha como suporte antes, durante e depois. Tudo tem que ser monitorizado, esmiuçado e avaliado. O professorado está cansado, desmotivado e humilhado. O ensino afunda-se e os parolos dos comandantes deste “navio” pensam que o podem levar a bom porto. Enganam-se, nunca vi um país rico com uma educação pobre.
Imagem (daqui)
Bom texto. Aflora, de facto, um dos principais problemas da escola pública de hoje.
ResponderExcluirNão posso concordar... em qualquer bom país a boa prática administrativa precisa de regulação, planos, projectos. O que se passava até há muito pouco tempo era um facilitismo exagerado para com os docentes, que estavam uma dúzia de horas por semana na escola e refugiavam-se o resto do tempo em casa com o falso pretexto de "preparação de aulas" que já estavam mais do que preparadas há vários anos.
ResponderExcluirEste sistema veio abalar muito o Professorado. Não é um sistema perfeito, mas ajuda a promover a igualdade com outras classes profissionais.
O excelentíssimo leitor que assina (isto é, não assina) o comentário anterior mostra alguma ignorância sobre as questões do ensino. Ele não sabe, por exemplo, que a educação de um povo não se submete a meras formalidades burocráticas ou a fictícios resultados provenientes de relatórios circunstanciais para mostrar lá fora. Quando a Educação de um povo se queda por estes asininos propósitos e limites nunca será o móbil de nenhuma sociedade. É, no entanto, esta mobilização dos saberes e dos seres que se espera da verdadeira Educação.
ResponderExcluirUm abraço ao prezado anónimo...
Não quero criar polémicas ao expressar uma opinião pessoal. Possivelmente até sou conhecedor (a fundo) do sistema de ensino em Portugal (e não só), de uma forma transversal desde o primário até ao Universitário. Possivelmente até sou uma das pessoas que faz relatórios de actividades e planos de trabalho de uma forma sistemática e regular ao longo do ano. Possivelmente até sou uma das pessoas que também reclama de ter de fazer relatórios com conteúdos repetidos e objectivos similares a muitos outros anteriores.
ResponderExcluirAgora não sou uma das pessoas que reclama do sistema a querer que volte ao antigamente. Acho que temos de evoluir, todos temos de ser avaliados e se isso passa por relatórios, planos de trabalho, etc. que assim o seja.
A burocracia e a arma dos novos governos. Quem sobreviver a ela, sobrevive à guerra e será um veterano daqui a 40 anos. Quem sucumbir ficara apenas com o nome gravado na lápide das memórias...