quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A HERANÇA SOCRÁTICA…

jose-socrates-vigaro

Nunca como agora:

  • tivemos uma dívida pública tão grande.
  • atingimos um valor tão elevado de endividamento externo.
  • se evidencia a nossa dependência externa.
  • o estado soube gerir tão mal os dinheiros públicos.
  • os impostos directos e indirectos foram tão numerosos.
  • se pagou tanto em impostos e contribuições para o estado.
  • os preços dos combustíveis atingiram valores tão altos.
  • se pagou tanto pela água, luz, gás e telecomunicações.
  • o estado aumentou tanto a sua despesa pública.
  • o estado arrecadou tanto dinheiro em receita
  • tivemos um orçamento aprovado tão mau.
  • a economia paralela atingiu um valor tão elevado.
  • se verificou tanto compadrio, corrupção e tráfico de influências.
  • coexiste tanto indivíduo ou empresa dependente do estado.
  • se viu tanta burrice e/ou maledicência na classe política.
  • a incompetência foi tão premiada.
  • o nosso país foi governado à vista e orientado pelos ventos.
  • se tornou evidente que não nos conseguimos governar.
  • a nossa justiça foi tão injusta, ingrata e descriminadora.
  • a impunidade e a descaradeza chegaram a um ridículo tão grande.
  • a educação esteve tão mal e o ambiente nas escolas péssimo.
  • ser funcionário público se tornou no alvo preferencial a abater.
  • se atingiu um número tão elevado de desempregados.
  • se verifica um aumento tão rápido no número de pobres.
  • as famílias estiveram tão endividadas.
  • a crise de valores foi tão profunda.
  • se deixou de acreditar…

Imagem adaptada (daqui)

domingo, 12 de dezembro de 2010

A NOSSA MEDIANIA…

Mediano X

Somos um povo culturalmente débil. Apesar de nos termos aberto ao mundo continuamos fechados sobre nós próprios. Possuímos um íntimo fraco e fragilizado por séculos de inferiorização e incultura generalizada. Assim, o país passou muito mais tempo preocupado com os outros povos do que consigo próprio.

A culpa daquilo em que nos tornámos sempre esteve naqueles que nos (des)governaram estes anos todos. A manifesta incapacidade de gestão dos dinheiros públicos, a avidez de enriquecimento e promoção pessoal fez o resto. Toda a riqueza que fomos adquirindo ao longo de séculos foi sendo desbaratada rapidamente e o investimento em Portugal reduzido.

Assim, como fomos continuamente explorados no trabalho e miseravelmente pagos, os nossos valores culturais foram-se desvirtuando. Quem detém o poder é rico e “feliz”, mas quem trabalha sofre de pobreza e infelicidade permanentes. Como os primeiros são poucos, os segundos não vivem, vão sobrevivendo.

Por tudo isto, a inveja e a maledicência continuam de tal forma profundamente enraizadas que se foram revelando como as principais responsáveis pela nossa tristeza e falta de ambição. O pior é que não conseguimos reagir e o exemplo que tentamos dar fica aquém do que podíamos fazer por nós próprios e pelos outros.

Em tudo o que fazemos, nunca damos o nosso melhor limitando-nos a cumprir os mínimos e a passar despercebidos. Chegámos mesmo a arranjar um ditado a dizer que no meio é que está a virtude e aplicámo-lo a tudo.

Adoptámos a máxima de que é na mediania que reside a virtude, pois se te esforças em demasiado estás a querer impressionar o teu “chefe” e mas se não te aplicas o suficiente estás a baldar-te ao trabalho.

Chega de meio-termo e vamos assumir o futuro nas mãos…

Imagem adaptada (daqui)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

UM CURSO CNO, POR FAVOR…

Caldo Knorr

Os centros de novas oportunidades (CNO) são o espelho da aldrabice e da falsidade da política deste ministério de educação, e consequentemente, da rebaldaria socrática.

A ideia de proporcionar às pessoas, num período de tempo inferior ao normal, mais qualificações académicas do que aquelas que possuem é ridícula e desonesta.

Os alunos do ensino regular já perguntam: “Então nos CNO’s pode-se tirar o 9º ano, em poucos meses, tendo o 6º ou menos? E, eu tenho que andar a estudar durante três anos para concluir o ensino básico? Realizando ainda exames nacionais a Português e a Matemática?”.

Todos nós sabemos que o conhecimento se constrói lenta e gradualmente e não surge por geração espontânea. A formação não deve basear-se no princípio: “Entra porco e sai chouriço”. Muito menos deverá funcionar como uma linha de produção onde entra chouriço e sai porco.

Os centros de novas oportunidades não deviam certificar pessoas como quem empilha paletes, só interessando o número. Mesmo que a tutela obrigue a cotas para se cumprir objectivos. Tudo isto tem uma consequência grave: a promoção da mediocridade e do facilitismo, não propiciando mais-valias de nenhuma espécie a quem usa e abusa desta “formação”.

Se, pela adesão massiva das pessoas aos centros, alguém possa pensar que estamos no caminho certo, engana-se. Atribuir diplomas de cursos indiscriminadamente melhora as estatísticas das qualificações dos portugueses, mas não lhes acresce nada. Cria sim, falsos cultos e falsa sabedoria.

Não critico quem recorre às novas oportunidades, pois apenas reage à oportunidade criada. Muito menos quero beliscar ou questionar a integridade de quem trabalha ou forma nestes centros. Mas acho que esta vergonha tem que acabar rapidamente.

Sempre disse que, o CNO se devia chamar de KNORR, como os caldos. Porque os cursos funcionam como sopas, fáceis e rápidos. Basta colocar água quente num recipiente, um caldo KNORR e temos um curso pronto. Uma sopa à Pinto de Sousa em quatro meses, quentinha e sempre a sair…

Imagem (daqui)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MAIS VALE IR CORTAR LEITÃO…

cortador de leitão

O nosso país está afundar-se, estamos quase a bater no fundo. De lá, muito dificilmente sairemos pela mão destes políticos. Vão ser precisos muitos sacrifícios e muito tempo para ultrapassarmos esta situação calamitosa.

A cada dia que passa o mercado de trabalho piora e os únicos passos dados apontam para a “morte” de muitas empresas e negócios. A taxa de desemprego não pára de aumentar, apenas vai sendo disfarçada pela estatística aldrabada e camuflada, usando várias técnicas. Por exemplo, canalizando as pessoas para formação.

Para quem procura emprego, é o salve-se quem puder. Os centros de emprego aceitam qualquer oferta vinda das entidades patronais sem exigirem requisitos mínimos. Apenas interessa que a classe empregadora crie oportunidades de emprego, a qualidade e as condições não importam.

Como o objectivo passa unicamente por empregar a todo o custo, dado que o desemprego tem de baixar, convocam-se desempregados para entrevistas de trabalho cuja remuneração chega a ser inferior a metade da anteriormente auferida.

Paralelamente, o mundo empresarial degrada-se a olhos vistos, pois o investimento em recursos humanos qualificados e quadros técnicos com experiência é escasso. Vai imperando a ideia selvática de exigir qualificações académicas e experiência profissional elevadas, pretendendo-se pagar ordenados baixíssimos.

As empresas estão aproveitar, de uma forma vergonhosa este momento de crise, para contratar mão-de-obra qualificada a baixo custo. Exigem tudo e não pagam em conformidade. Se não acreditam, vamos a alguns exemplos: engenheiro técnico mecânico, licenciatura, Montijo, 475€ (587720532 – IEFP); electricista de construção civil, 6º ano, Avelãs de Caminho, 600€ (587714501 – IEFP); Cortador de leitão, Aguim, 800€ (587734598 – IEFP).

De facto, a maioria das “empresas” não passam de chafaricas ou barracões, algumas de âmbito familiar, muito mal geridas, sem quadros técnicos modernos de valor acrescentado, sem preocupação de investimento ou visão expansionista de futuro.

Por tudo isto, só me apetece dizer: “Mais vale ir cortar leitão…”

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Imagens (daqui) e (daqui)

domingo, 31 de outubro de 2010

OS ROUBOS DE PINTO DE SOUSA…

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Aprovado o orçamento para 2011, eis como este governo socrático nos vai roubar descaradamente:

Primeiro, os cortes salariais iniciar-se-ão nos 3,5% para valores ilíquidos superiores a 1500€, passando pelos 6% quando se atingem os 2500€ e chegando aos 10% para remunerações de 4200€.

Segundo, a percentagem de descontos para a caixa geral de aposentações passa de 10 para 11%. Será um aumento de 1%.

Terceiro, a percentagem de desconto para a ADSE passa de 1,5 para 2,5%. Corresponderá a um aumento também de 1%.

Quarto, prevê-se que a percentagem de retenção na fonte de IRS aumentará entre 1 e 3 %.

Quinto, o IVA passa dos 21 para os 23%, traduzindo um aumento de 2% nos preços dos produtos em geral.

Sexto, a redução da percentagem de deduções em sede de IRS.

Sétimo, o congelamento dos salários e das progressões nas carreiras.

Oitavo, congelamento dos aumentos das pensões e pensionistas que não pagavam IRS e que vão passar a pagar. Um pensionista com  um rendimento anual de 6000€ verá 2112€ dos seus rendimentos serem sujeitos a IRS, quando até agora estava isento.

Nono, a redução na comparticipação do Estado na compra de medicamentos e não colocação do preço dos medicamentos nas embalagens.

Décimo, o aumento do custo na emissão do cartão de cidadão de 12 para 15€, já levado a cabo a partir do dia 1 de Outubro. Traduzindo-se num incremento de 25%.

Décimo primeiro, o aumento de 30% da taxa audiovisual cobrada na factura da EDP levando à cobrança de 2,25€, quando antes se pagava apenas 1,74.

Décimo segundo, pagamento de uma multa mínima de 100€ para quem se atrasar mais de 10 dias no pagamento das taxas moderadoras nos centros hospitalares.

Décimo terceiro, aumento do controlo e fiscalização rodoviária por forma a fazer entrar dinheiro nos cofres do estado.

Décimo quarto, início da cobrança das portagens nas SCUT: A29, A41 e A42. E até ao dia 15 de Abril do próximo ano também serão portajados 217 kms (A23), 199 kms (A25), 162 kms (A24) e 133 kms (A22).

Tudo isto é brutal, é um roubo, é um saque generalizado e não resolve o problema. Os outros roubos constam da proposta de orçamento deste desgoverno socialista para 2011.

Façam as contas e enforquem os ladrões…

Imagem (daqui)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CHULOS DO POVO…

governo Quem nos governa não passa de uma cambada de cabrões e chulos do povo. A economia está prostituída, todos usam e abusam dela. Encontra-se à venda por muito pouco dinheiro. É controlada por uma associação de proxenetas que vegetam à sua volta e a única coisa que fazem é extorqui-la. São uma corja que nunca fez nada pela vida nem nunca produziu riqueza, rouba-nos para enriquecer.

Nós, as “prostitutas” deste governo, deixamo-nos instrumentalizar e enganar, vendendo o corpo ao trabalho, recebendo pouco e ainda entregamos em impostos muito do pouco que nos resta. Não temos vida própria, não temos bens próprios porque se não pagarmos os impostos ficaremos sem eles. Igualmente não podemos projectar o nosso futuro pois este já se encontra hipotecado, portanto não nos pertence. Simplesmente o que nos resta é continuar a prostituirmo-nos para o estado.

Este estado não é uma pessoa de bem, pois quem é honesto, cumpridor e bom pagador não é exemplo. É sim, uma presa fácil, onde facilmente se pode ir buscar muitos dividendos para o orçamento do país. Os vigaristas, os aldrabões e os burlões são os verdadeiros pilares e, até, baluartes da nossa economia.

A dita classe média de funcionários públicos é a raça a abater. Porquê? Por serem muitos, por trabalharem pouco e por ganharem mais do que a maioria da população. Tudo isto é um chorrilho de mentiras que só serve para afastar as atenções dos verdadeiros problemas. Temos o menor número de funcionários da C.E.E, mas temos o maior número de organismos, institutos, fundações e empresas públicas suportados pelo orçamento geral do estado.

Institutos públicos são 356, 639 fundações, 343 empresas públicas municipais, 95 empresas públicas do estado, 18 governos civis, 87 parcerias público privadas, são 1520 organismos totalmente públicos, para além das direcções gerais que existem em todos os ministérios.

Conseguem imaginar, dentro destas 1520 organizações, quantos administradores, directores, subdirectores gerais e colaboradores existirão? E quanto representa a despesa com os ordenados, as viaturas, o combustível, as ajudas de custo, os telemóveis, etc.? Sei que tudo isto representa muito dinheiro a todos nós. É aqui que reside a chulice.

Acordem tugas, está na hora de reagir e usar a arma mais mortífera que têm, o voto. Usem esse direito e não fiquem em casa, mas votem em quem quiserem. Se continuarem a agir como ovelhinhas salivando à passagem do carneiro, lembrem-se que ele é o lobo vestido com pele de carneiro. É falso, mentiroso, usurpador e comedor. Manipula o seu rebanho, ou seja, manipula-nos. Usa fatos Armani e está sempre a rir, de nós…

sócrates chulo Imagens (daqui) e (daqui)

domingo, 10 de outubro de 2010

UM PERCURSO FACILITISTA…

o-caminho-do-sucesso

Entrei para a 1ª Classe no ano da graça de 1969. Em 1973, prestei provas escritas e orais de forma a obter aprovação da 4ª Classe. O “exame da 4ª classe”, pois era assim designado na altura, era muito exigente e quem chumbava repetia o ano e aí permanecia até obter aprovação. Na realidade, ou se sabia ou nada feito. Agora, todos os alunos transitam, sem exames nacionais e sem saberem quase nada. Uma etapa ultrapassada sem obstáculos.

De 1973 a 1975, frequentei o 1º e o 2º ano do Ciclo Preparatório. Nessa altura, todos os alunos realizavam exames a todas as disciplinas, excepto se atingissem uma média igual ou superior a 15 valores. No final do 2º ano, dispensei de exames. Agora, todos os alunos transitam, sem exames nacionais e muito pouco sabem. Mais uma etapa sem obstáculos.

Entre 1975 e 1978, assisti às aulas do 7º, 8º e 9º anos de escolaridade. No último ano, realizei exames nacionais a todas as disciplinas. Não havia dispensa de prestação de provas para ninguém. Recordo-me que até o exame de Desenho fiz e constava de desenho geométrico finalizado com traços a tinta da china. Tudo isto em três horas. Agora, quase todos os alunos transitam, apenas realizando exames nacionais a Língua Portuguesa e Matemática e acabam por saber pouco. Outra etapa sem grandes obstáculos.

Frequentando o 10º e 11º anos, entre 1978 e 1980, sabia que no último ano realizaria exames nacionais a cada disciplina se obtivesse uma média, entre aqueles anos, inferior a 13 valores. Tínhamos a perfeita consciência que quem fosse a exame dificilmente era aprovado. Os exames eram extremamente difíceis. Interessa lembrar que a média das classificações por disciplina, mesmo que positiva, não contava para nada. Agora, quase todos os alunos transitam, apenas realizando exames nacionais às disciplinas específicas. Esta etapa já apresenta obstáculos, finalmente.

Em 1981, concluo o 12º ano de escolaridade e realizo mais três exames nacionais. Tantas quantas as disciplinas em que me matriculei. Qualquer destas provas arrasava e influenciava o futuro universitário dos jovens daquela altura. Agora, a maioria transita efectuando mais dois exames nacionais. A etapa final também revela obstáculos.

Facilmente se conclui que, para se ter sucesso é necessário lutar muito e ultrapassar obstáculos (exames). Não conheço nenhum atleta que corra os 110 metros barreiras que treine sempre sem elas…

Imagem (daqui)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

COMO ERA E COMO É…

Futuro, passado, presente[1].

Lembro-me perfeitamente que, quando comecei a estudar nos finais dos anos 60, tinha um livro, um caderno e uma caneta. Não havia pastas ou mochilas para todos. Quase nenhum dos meus colegas as tinha. O material era levado para a escola na mão e os mais felizardos usavam uma capa com um elástico amarelo.

É verdade que o ensino era muito repressivo. Os cachaços, os puxões de orelhas, as canadas e as reguadas eram frequentes, mas a verdade é que aprendíamos. Não se aplicava a benevolência a quem não cumpria, mas, apesar de tudo, não conheço ninguém traumatizado por isso. Ficaram sim, pessoas bem formadas e com bons valores.

Houve alguns exageros, aceito que sim. Frustrados ou desajustados socialmente, muito poucos. Fizeram-se homens e mulheres de fibra, de luta e de trabalho. Formou-se uma geração efectivamente capaz de encarar a vida de frente e sem receios, embora os tempos fossem difíceis.

Agora são uns “meninos” do papá e da mamã, preguiçosos e mal-educados. Não têm normas de conduta, nem se sabem comportar quer na escola quer em sociedade. São uns frustrados por natureza e precisam constantemente de apoio e tratamento psicológico e pedopsiquiátrico. A metodologia e os conteúdos programáticos são facilitistas, mas eles queixam-se das dificuldades. Têm tudo, mas não querem nada.

Durante a primeira metade da década dos anos 80, frequentei a faculdade em Coimbra. Foi um tempo de ouro, embora trabalhoso e difícil. Recordo que existia apenas um computador que funcionava a cartões perfurados. Tínhamos que nos inscrever para digitar texto e isso requeria muito tempo. A esmagadora maioria das vezes desistíamos.

Não existiam fotocopiadoras (surgiram em 1983) e usávamos fichas de registos. Passávamos muito tempo na biblioteca. Pesquisar, consultar, resumir e estudar eram as nossas tarefas diárias. Assistir às aulas era uma necessidade, pois os apontamentos dos anos anteriores eram raros e difíceis de arranjar.

Para nos divertirmos usávamos a imaginação, porque o dinheiro escasseava e estava certinho para o alojamento, as refeições e o transporte. Possuíamos claramente a noção do bom senso, do civismo e do respeito. Mesmo assim, conseguíamos ser felizes.

Agora, para além da enormidade de cursos existentes, os alunos têm tudo e não querem fazer nada. Bons edifícios, boas salas, bons laboratórios e bons materiais. Computadores e portáteis pessoais, internet e telemóveis. Tudo há distância de um clique e sem esforço. Também não se sabem divertir, só querem farra, copos e “inconsciência”. Não sei se são felizes, apenas vivem.

Então por que razão têm eles tanto insucesso? Eu sei, mas pensem vocês nisso, pois eu não vos vou dizer…

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

VAZIO DE IDEIAS…

sem ideias

Custa viver num país como o nosso, onde um vazio de ideias está enraizado e contamina todo o indivíduo. Penso que a culpa não reside só em nós próprios, foi-nos implantada há muito e durante imensos anos.

Somos um povo com medo de ter ideias e de as aplicar na melhoria da nossa vida. Preferimos viver na rotina e da banalidade diária. Apenas a espaços tomámos o destino nas nossas mãos e provocámos mudanças. Talvez seja este o momento de o fazermos.

Não pudemos acreditar nos políticos, nem nesta geração de governantes pois eles não irão fazer nada. A única ideia que os alimenta consiste em manter tudo como está, isso interessa-lhes demais.

A classe política é recrutada e formatada para o clientelismo, o tráfico de influências e a gestão de interesses. São corruptos, mafiosos e manipuladores. Não têm o mínimo interesse pela causa pública, praticam o compadrio e são péssimos gestores dos dinheiros públicos.

A ideia do político ao serviço do bem-estar do povo é ridícula e impossível em Portugal. O verdadeiro serviço público não existe. A promoção própria e a valorização financeira são os únicos impulsionadores destas bestas políticas e governamentais.

Como se pode resolver isto? As soluções são conhecidas e simples, mas quem detém o poder não as irá nunca por em prática pois atentam contra si próprios. Assim, estamos há mercê de um bando de abutres, que até os ossos nos vão roer.

As pessoas boas, honestas e íntegras estão longe da política porque não se querem sujar ou atolar nesta promiscuidade de valores e atitudes.

Abram os olhos e revoltem-se…

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

UMA PARELHA NA FEDERAÇÃO…

Madail Queiroz2

 

 

 

 

 

 

Não aprecio nada perder o meu tempo a escrever sobre futebol, mas os meandros da selecção portuguesa de futebol (FPF) são demasiados obscuros, logo intrigantes. Por outro lado, as situações caricatas estão a surgir em catadupa e espicaçam o mais sereno dos espíritos.

Na presidência da FPF, temos que aguentar uma personagem que, por estar preso como uma lapa, só deixará o lugar quando morrer. Vai apodrecendo e acabará por cair. Este contratou, como seleccionador, outra personagem sinistra. Um sujeito que tudo faz para continuar agarrado ao tacho e que o rapará, o mais que puder, até ficar sem fundo.

Do presidente, Sr. Gilberto “Trotil”, pouco há que falar senão que se trata de um tachista militante e que nunca lhe vi, nem se lhe conhece obra feita. Sempre andou a reboque da política. Já devia ter-se demitido há muito tempo, mas nem coragem tem para o fazer. A fraqueza é a sua maior qualidade.

Sobre o segundo, Sr. Carlos “Queixoz”, fez um contrato escandaloso atendendo às verbas que se conhecem, unicamente porque pretende enriquecer e promover-se neste país de saloios. Não tem verticalidade nenhuma, não assume aquilo que diz ou faz. Tenta disfarçar as suas asneiras e atirar as culpas para os outros.

É pena que não tenha integridade moral suficiente para se demitir do cargo. Apuramo-nos para o mundial 2010 tão arrasca que até doeu. As suas escolhas relativamente aos convocados para África do Sul foram duvidosas. Não consegue esconder que tem jogadores preferidos. As cenas no estágio em Viseu, as críticas ao estádio do Massamá, as ofensas (cabeça do polvo) ao vice-presidente da FPF e a tentativa de vitimização são evidências de desorientação, arrogância e sobranceria.

No culminar de tudo, o papá “Trotil” castigou-o com um mês de suspensão e uma multa “ridícula”. A analogia que me ocorreu foi a do pai que dá duas solhitas no rabo do filho dizendo-lhe que não deve bater nos outros meninos (comentador desportivo – Jorge Baptista), nem chamar nomes (filhos da puta) às pessoas (técnicos do controlo antidoping).

Se depois daquela entrevista ao expresso, em que não conseguiu ficar calado e resolveu enfrentar quem o empregou (leia-se FPF), ficarei profundamente admirado se não for despedido (não é que não mereça), pois desejo que o processo que lhe foi instaurado só tenha uma conclusão: rua.

Entretanto, já vão três jogadores a abandonarem a selecção. Muito estranho, mesmo muito estranho! Coincidência? Não acredito. Que mais será preciso para se perceber que nem os “actores” querem este “encenador”?

Só me apetece dizer: “Ó “Queixoz” vai-te embora, pá.”

Imagens (daqui) e (daqui)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ORDENADO DE ESCRAVO…

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A mão-de-obra, neste país da treta, está condenada a trabalhar imenso e a receber ordenados ridículos ou seja a realizar trabalho de escravo. Excepto os políticos e os gestores, claro.

Isto é a pura verdade. E não se venha dizer que não existe trabalhadores qualificados, pois até estes são explorados pelos empresários que lhes exigem elevada especialização e prática, oferecendo-lhes em contrapartida vencimentos desadequados e baixíssimos. Em suma, querem mão-de-obra qualificada, com experiência em sectores específicos, mas pagam-lhes miseravelmente. Não acreditam? Então vejam isto. (Querer um desenhador com uma licenciatura e pagar-lhe 550€! É escandaloso, no mínimo.)

Em Portugal, o empresário enriquece à conta do trabalhador, porque o faz trabalhar muitas horas e lhe paga muito pouco. Muito abaixo daquilo que ele produziu. O empresário queixa-se que o negócio está mau, mas vai enriquecendo a olhos vistos e gastando cada vez mais.

É ou não verdade que a maioria do povo recebe pouco mais que o ordenado mínimo e que este tem um valor baixo? Quem consegue sobreviver neste país com 475€ ou pouco mais? Pasme-se, também, que conheço muitos técnicos, com licenciaturas em engenharia que não ganham dois ordenados mínimos.

Será que neste país compensa estudar tanto, fazer um esforço enorme para tirar um curso superior naquela área ou noutra, para depois ser “recompensado” com um ordenado de cão? Se calhar não vale a pena apostar na formação académica do indivíduo, este país não merece.

Esta é uma mentalidade de senhor da roça, que explora o trabalhador como se escravo fosse e que contribui para subdesenvolvimento do nosso país. Esta raça de industrial de quinta categoria empobrece a economia e desvaloriza o tecido produtivo. Explora quem trabalha, foge descaradamente aos impostos e só quer enriquecer depressa.

Para esses “empresários” e classe de politiqueiros que alimentam este estado de coisas, digo-vos que esta estratégia de baixos salários promove a imigração de pessoal não qualificado e qualificado. As empresas fora de Portugal estão organizadas e estruturadas a todos os níveis e aceitam facilmente o trabalhador português que trabalha bem, logo produz mais. Todos ficam a ganhar: empresário, trabalhador e o país (deles).

Sempre afirmei, para quem me quis ouvir, que o nosso problema assenta na deficiente estruturação e organização de empresas públicas e privadas, bem como de todo o aparelho do estado. Este não passa de um porco seboso que engorda à conta dos impostos e cujo emagrecimento não quer assumir. Entretanto, as pessoas vão definhando.

Revoltem-se “escravos” e matem os porcos…

Imagem (daqui)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AS “PUTAGENS” DAS SCUT…

porticos_A28 prostituta

 

 

 

 

 

 

Já não há pachorra para ouvir falar nas “putagens” das SCUT. “Putagens” para lá, “putagens” para cá. Não são portagens, pois pagar para percorrer essas vias será sempre uma forma de prostituição. Pagar para passar, não tem nexo. É o mesmo que pagar para ter sexo.

Tenham vergonha e parem de falar nesta javardice, “senhores” políticos. Só vocês não querem perceber que muitas das SCUT não foram construídas de raiz. Toda a gente sabe isso. Vocês sabem isso. E porque razão aqueles sacanas edificaram essas vias em cima de outras, destruindo as verdadeiras alternativas de percurso? Veja-se o exemplo da A25, um escândalo. A esmagadora maioria do trajecto original pertencia à IP5, praticamente só mudaram o nome.

Cobrar “putagens” nas SCUT é desumano e até chega a ser criminoso. É, inclusive, injusto, pois o seu utilizador está sempre a pagar. Paga porque é obrigado, quando se desloca para o trabalho ou regressa a casa. E não me venham com historietas dizendo que os seus usuários podiam muito bem usar as alternativas. Gostava de vê-los a usá-las todos os dias e a desesperarem com as condições do piso, do trajecto, do tráfego e do tempo gasto.

Sou daqueles que sempre usou as estradas para me deslocar para o meu local de trabalho. Tinha que o fazer, senão não sustentava a família. Desde cedo percebi que as boas vias de comunicação viária promoviam o rápido desenvolvimento das localidades que “alimentam”. Locais abandonados inscreveram-se no mapa, aldeias passaram a vilas e vilas a cidades. Não serão muitas das SCUT verdadeiros motores da economia e uma forma objectiva de criar riqueza?

Estes asnos da política criaram esta forma de “putagem”, apenas para pagarem o défice que criaram. Portajar aquelas vias só terá uma consequência desastrosa: a regressão económica daquelas zonas, o aumento do desemprego e a falência dos negócios. O progresso parará e tudo “morrerá” mais tarde ou mais cedo. É burrice e estupidez.

Palavra de honra que gostava de saber quem foi o acéfalo que inventou essa idiotice do princípio do utilizador-pagador? Isso é das coisas mais estúpidas que já ouvi. Será que eu não contribui, através dos impostos que paguei, para a construção de auto-estradas que se calhar nunca utilizarei? Mas a questão é que paguei, eu todos nós. Todos devemos contribuir para o bem comum e para o desenvolvimento de todos.

Outra questão que ofende a minha inteligência é ter que pagar em vias que nem condições têm para serem portajadas. Um exemplo paradigmático é a A29. Cobrar “putagens” em especial no lanço de Ovar ao Porto é duma sacanice sem limites. Basta fazer esse percurso para perceber do que falo.

Termino dizendo-vos que, já há muito tempo me convenci que, este é um país de filhos da puta. Eles não estão minimamente interessados no bem-estar dos outros ou no nosso crescimento, só lhes interessa sacar o dinheiro a quem trabalha para pagar as suas asneiras.

Cambada de chulos do povo. Merda para isto…

Imagem (daqui) e (daqui)

sábado, 24 de julho de 2010

O exilir da gordusura…

deusa mãe

Se gordura é formosura, então porque “andamos” sempre atrás de um corpo esbelto e/ou atlético?

Um aspecto importante deve ser realçado. Que eu saiba, a deusa da fertilidade não é representada, na sua versão actual, por uma modelo esquelética e/ou anoréctica de passerelle. E, também, vos confesso que tenho dificuldade em perceber esta quase obsessão pela magreza.

A pressão dos media força-nos constantemente a olhar para a nossa imagem e a compará-la com os outros. Estamos permanentemente a questionar-nos e a questionar os outros. Será que estou mais “gordo” do que aquele(a)? Ah, eu estou mais elegante do que ele(a)! Olha, o que fizeste para emagrecer tanto? Caramba, estás tão “forte”! Tens algum “problema” de saúde?

Existem cada vez mais indivíduos que passam a vida em ginásios, agora pomposamente designados de healthclubs, a “malhar” no corpo e a praticar regimes alimentares subnutridos, ditos de suplementos. Passam fome em prol da manutenção do seu corpo, achando-se os mais belos(as) da zona.

Sei que muitos andam iludidos numa falsa alegria por possuírem um corpo como poucos outros têm. Também sei que são, em geral, pessoas tristes e pouco sociais, embora pensem o contrário. Vivem do culto do físico e alimentam constantemente a esperança de ultrapassar, na próxima ida ao ginásio, os trinta abdominais que o colega de malhanço fez na última sessão.

Tenho esperança que não fiquem com a ideia que estou a fazer a apologia da gordura ou que estou a tentar justificar o tecido adiposo que possuo. Mas não tenho dúvidas nenhumas que o mais importante é ser feliz e sentirmo-nos bem com o nosso corpo. Devemos cuidar da nossa saúde, mas isto não ser levado ao extremo de se deixar de comer, só para não se engordar.

Por mim, lido bem com o meu “excesso” de peso e quando algum conhecido me aborda e me diz que estou mais gordo, não cometo a profunda indelicadeza de lhe responder ao mesmo nível, mas elevo o patamar dizendo-lhe: “Gordinho, mas muito, muito feliz…”. É engraçado que, por ser a mais pura das verdades, a conversa sobre este assunto morre por ali.

Luto no dia-a-dia pela minha felicidade e procuro tirar prazer de tudo aquilo que faço a cada instante. Preocupo-me unicamente com a minha vida e não me interessa a dos outros. Fujo disso, pois isso envenena-me e corrói-me.

Recuso-me a aceitar a mesquinhez das pessoas quer pela forma como olham umas para as outras e as invejam, quer pelo tipo de conversa que praticam. Pouco ou nada se preocupam em ser felizes, aceitando-se como são e procurando transmitir alguma felicidade aos outros.

Vivam mais e falem menos da vida dos outros…

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

A GRANDE BOLONHESA…

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A pizza cozinhada pelas instituições universitárias e firmada pelo acordo de Bolonha, só podia resultar numa bolonhesa e do tipo familiar.

Realmente tudo se assemelha, dividir a pizza em fatias e reparti-la para que todos possam comer o dinheiro das famílias que têm os filhos a estudar no ensino superior, mas a qualidade que se lixe.

Onde já se viu transformar licenciaturas de cinco anos em quatro ou três? E licenciaturas com mestrado integrado com duração de quatro, cinco ou seis anos, conforme os cursos?

Como é possível agora alguém tirar em cinco anos uma licenciatura com mestrado integrado, ou seja, um mestrado, quando antes deste cozinhado de Bolonha se demorava sete?

Gostava que alguém me explicasse como pode aprender um aluno em três anos, aquilo que dantes se aprendia em cinco. É lógico que não o pode fazer. O que acontece é que estes alunos saem dos institutos e faculdades muito mal preparados. Em suma, a saberem muito pouco.

E, por favor, não me venham dizer que isto não é facilitismo. Isto parece-se com um sistema de produção industrial de pizzas, de um lado entra aluno e do outro sai licenciatura do 1º ciclo, em três anos (seis semestres). Fácil e rápido, é só entrar alunos que saem pizzas. E o dinheiro sempre a entrar e a circular.

As instituições de ensino superior viraram pizzarias com catálogos de cursos. Pagando é muito rápido, em três anos estão todos aviados com uma pizza, digo, curso nas mãos.

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domingo, 27 de junho de 2010

Portugal é africano…

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Portugal deixa a Europa e passa a pertencer definitivamente a África. Nesta altura os meus caros leitores interrogam-se: O que quererá ele dizer com isto? Com calma, eu explico-vos tudo.

Esta é, para mim, uma evidência. Portugal deixou de ser europeu ou, se calhar, nunca o foi.

A diferença real entre os portugueses e os africanos é a cor da pele. Quanto a semelhanças, somos tão pobres quanto eles. As diferenças sociais são tão marcantes quanto as nossas. Têm a governá-los ladrões, usurpadores e vigaristas como nós, que só se interessam é pelo seu bem-estar e enriquecimento pessoal.

Se calhar, outra “pequena” diferença entre nós reside no facto de quando os nossos políticos, administradores públicos e privados nos roubam dinheiro do bolso, directa ou indirectamente e à descarada, nós parvos sabemos e não dizemos nem fazemos nada, enquanto aos africanos isso está sempre acontecer e eles muitas vezes nem sequer o sabem.

As condições de vida, para a maioria dos portugueses e africanos, são muito precárias e a quantidade de dinheiro que têm para sobreviver é ridícula. Eu só me sentiria efectivamente europeu se não pagasse impostos tão ou mais elevados do que os outros europeus, os bens e serviços tivessem custos aproximados e os vencimentos estivessem ao nível daqueles que se praticam na Europa.

Também há diferenças na forma como gastam ou desviam os dinheiros públicos. Os dirigentes políticos africanos fazem-no camufladamente, enquanto os portugueses é às claras sem qualquer pudor e com toda a frieza. A tudo se permitem, pois sabem que os lorpas assistem e nem mugem.

Tiram-me do sério aqueles que afirmam que até temos impostos ou preços mais baixos em relação ao resto da Europa. Bordamerda, isso é mentira. E os ordenados em Portugal? São iguais aos europeus, comparativamente às profissões que têm? Não, nem pensar, estão a léguas de distância. E depois pedem-nos sacrifícios cortando no pouco dinheiro que ganhamos e os cabrões continuam a gastar à grande e à francesa.

Que se lixe a Europa, eu vivo num país africano. Também já não faltará muito para andarmos de catana não a cortar o capim mas a cortar as cabeças de quem nos rouba…

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Maricagens e fofalhices…

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Era nestes modos que um amigo meu se referia aqueles que, ao se sentirem atraídos por indivíduos do mesmo sexo, podem agora pensar em contrair matrimónio. Muito embora ainda não possam ser abençoados pela santa madre igreja, brincava ele.

Perguntava-me se não era demais, um exagero mesmo. Dizia-me, inclusive, se não era um escândalo, termos uma lei que permite a celebração de casamento homossexual. Ainda por cima, elaborada e votada à pressa, como se o governo precisasse disso para combater a crise ou para fazer baixar o défice. É claro que todo este processo estrasanda a eleitoralice, concluiu.

Sem querer ser discriminador, aliás nunca fui, concordei com ele. Chamar-lhe casamento é, no mínimo, uma tolice e, no máximo, uma ofensa. União civil, isso sim. Com plenos direitos como os casais heterossexuais nesta situação, também estou de acordo.

Portanto, neste plano, e apesar da brincadeira do meu amigo, ambos pensamos de igual modo. Mas, quando passamos para o plano da adopção, as coisas já piam fino. Lá voltou o meu amigo à carga. Tu que és de Biologia, não achas que é contra-natura? Como se pode estruturar a personalidade de uma criança, adoptada por um casal homossexual, se os referenciais do masculino e do feminino não estão simultaneamente presentes?

Ele continuava a bombardear-me com questões e eu tentava responder-lhe. Olha, eu não concordo com a adopção por casais homossexuais. Com a adopção monoparental, sim. Por casais heterossexuais, claro, é a mais natural. Ou seja, no seio de uma família, a criança necessita de identificar um pai e uma mãe e nunca o poderá fazer na presença de dois pais ou de duas mães.

Por outro lado, o amor verdadeiro e profundo entre duas pessoas é, ou pode ser, sublimado pelos filhos, através do acto de procriar ou adoptar. Em qualquer das situações, não o aceito entre pessoas do mesmo sexo, porque como não o podem realizar naturalmente, procuram uma compensação, adoptando.

Também não questiono o amor que os casais homossexuais poderão demonstrar por uma criança, questiono as referências opostas e complementares entre o masculino e o feminino que não existem num relacionamento homossexual. Para aqueles que possam dizer que isto é virtual ou que não é verdade, digo apenas que estão a procurar disfarçar um problema concreto e que isto não vai ajudar a sua causa.

O acto de procriar é um acto de escolha e transmissão de genes, mesmo entre a classe humana racional e inteligente. É igualmente instintiva e sensitiva, mas praticada por duas entidades de género diferente. Só assim é morfologicamente possível. Se não for por métodos naturais, pois que os casais heterossexuais recorram a técnicas artificiais procriativas.

Como eu gostava de viajar ao interior da mente de uma criança quando ela atingir o estádio de desenvolvimento em que percebe a distinção de géneros e sentir que afinal tem dois pais ou duas mães. Quem é que humanamente estaria disposto a passar por uma experiência desta?...

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Tudo desigual na avaliação…

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Este sistema de avaliação, que temos em Portugal, está ultrapassado e caduco. Ninguém se entende e a misturada é enorme. Critérios de uniformidade, não existem. A trapalhada impera e a desordem abunda.

Não se admite que a classificação dos instrumentos de avaliação venha expressa em níveis qualitativos de insatisfaz, satisfaz, satisfaz bem e satisfaz muito bem, no 2º ciclo e insuficiente, suficiente, bom e muito bom para o 1º, 3º ciclo e secundário. E quando acrescentam graduações intermédias de mais ou menos nestas escalas? O problema agrava-se imenso porque isto não é igual em todas as escolas!...

Por outro lado, também não se percebe que a classificação quantitativa, particularmente nos finais de período, não exista no 1º ciclo, surja numa escala por níveis (de 1 a 5) no 2º e 3º ciclo e por valores (de 0 a 20) no secundário.

A balbúrdia aumenta quando se tem de converter classificações qualitativas a quantitativas, pois, de escola para escola, também não há uniformidade de critérios. Embora, na generalidade, considere que existe bom senso na classe docente quando avaliam os seus alunos, todos sentem dificuldades em entenderem-se nesta confusão.

Estão a imaginar as dificuldades dos pais e encarregados de educação em interpretar as informações dos seus educandos? E quando se tratam de alunos que frequentaram o 9º ano e que agora estão no 10º? Neste caso, é uma barafunda. Alunos a adaptarem-se a um sistema novo e diferente e os pais a tentarem compreender como tudo funciona.

Para mim, o ideal seria utilizar uma escala única nos diferentes graus de ensino. Podia, por exemplo, ser tudo expresso em percentagem (de 0 a 100%), sem menção qualitativa, os testes de avaliação formativos e sumativos, as avaliações finais do período, independentemente do grau de ensino. Até as classificações finais de todas as disciplinas, as classificações de exame e as classificações para efeitos de candidatura também.

É um processo prático e objectivo, não acham? Se não gostam desta sugestão, então proponham outra mas uniforme… Eu estou farto desta desigualdade.

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segunda-feira, 31 de maio de 2010

“Eu, eu e depois eu…”

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Estas novas gerações nascem formatadas e centradas no eu. Em primeiro lugar estou eu, em segundo eu, terceiro eu e por último talvez eu. É exactamente assim que pensam e não admitem outra coisa.

O que mais me incomoda nos jovens é não saberem pedirem desculpa quando erram, falham ou ofendem. Em qualquer atitude ou acto praticado que colida com a liberdade ou a personalidade do outro, nunca equacionam a possibilidade de pedirem desculpa. E, quando o fazem, tal só serve para disfarçar o seu acto ou arrumar rapidamente com o assunto, pois o que se passou não tem importância nenhuma.

Os jovens têm imensa dificuldade em aceitar um não, pois não gostam de ser contrariados. Recusam-se a assumir responsabilidades e rapidamente passam para a confrontação ou, no caso do mais inteligentes, para a manipulação dos seus educadores.

Em matéria de castigos, já poucos funcionam. Porquê? Porque o adulto educador não vai manter muito tempo a punição e o jovem sabe disso. A sua educação (deficiente) leva-o a assumir abertamente que não se importa com o castigo, pois sabe que ele não durará muito e que o coração mole de quem o educa fraquejará num ápice.

Esta educação à “Gandhi” de criar e educar os filhos numa atmosfera de paz e amor, sem castigos, punições ou até umas palmadas, está a fazer deles uns confrontadores e uns manipuladores. São eles que estão a assumir o controlo sobre os adultos e nós deixamos que isso aconteça.

Não faltará muito para assistirmos aos filhos a adoptar o papel de pais e estes o dos filhos. Invertem-se os papéis, subverte-se o acto de educar. Mas vamos chegar ao ponto em que os filhos agredirão os pais, isso é certo. Eu falo de agressão física, porque verbal ou psicológica já está presente.

Será preciso um pai ou uma mãe levar umas bofetadas, uns murros ou uns pontapés do filho(a) para percebermos que não estamos no caminho certo?

Começa a não haver pachorra para tanta passividade e deseducação…

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domingo, 23 de maio de 2010

Que saudades que eu tenho…

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Que saudades que eu tenho de há vinte anos atrás. Durante os anos noventa, por exemplo, tudo era diferente, tudo sabia melhor.

A vida fluía simples, ao ritmo do tempo que era o certo, mais lento do que o actual. No fundo, vivia-se a vida e sentia-se prazer nela.

Sinto falta da forma como as pessoas lidavam umas com as outras. Entre nós reinava o respeito, a cordialidade, a franqueza, a simplicidade e até a honestidade. A palavra tinha valor, a solidariedade ainda existia.

De volta há realidade presente, o mundo transformou-se e os valores desapareceram. As novas gerações são, na generalidade, egoístas, interesseiras, arrogantes, incultas, malandras e emproadas. Não gostam de regras e são insatisfeitas por natureza.

Vivendo agora, sinto-me muito pior, envelheço mais rápido do quero e a falta de valores dos outros fazem-me velho mais depressa. Mas eu resisto, nem que seja isolando-me mais, individualizando-me mais e enquistando mais. Vivo para os meus, pois é só com eles que eu posso contar.

Isto não é nostalgia, é efectivamente revolta da sociedade de merda em que nos tornámos…

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domingo, 16 de maio de 2010

“Uma profe na playboy?!…”

professora Na sexta-feira, via calmamente o jornal da noite, quando o “meu amigo” Rodrigo Guedes de Carvalho deixa cair uma “bomba” sobre mim e todos os telespectadores.

Uma professora de Mirandela tinha pousado para a playboy. O quê?! Instantaneamente, a minha mente disparou em perguntas. Na playboy portuguesa? Só podia ser. De que mês? Será na de Maio? Tinha de ir confirmar, comparando as imagens exibidas com as publicadas na revista.

No escritório, liguei o portátil e acedi há internet. Após umas pesquisas, encontrei o ensaio fotográfico. Confesso que fiquei admirado. Não é que estivesse à espera de uma mulher tipicamente portuguesa de baixa estatura, com bigode e pernas peludas, pois este tipo encontra-se em vias de extinção e nunca ousaria sequer pousar assim.

As fotos revelavam uma mulher bonita, sensual e escultural, mostrando um corpo de fazer inveja a muitas. Admirei, também, a coragem que teve em aceitar este trabalho e suponho que estivesse consciente da problemática que iria causar na sua comunidade, sendo ela uma professora.

As opiniões, junto da comunidade mirandelense, dividiram-se. Agradou aos homens, que aceitaram bem não vendo problema relativamente ao exemplo que ela poderia dar como docente. Relativamente às mulheres, o caso foi diferente. Umas condenaram reclamando do que os meninos diriam e do seu “mau” exemplo perante eles. Tenho que admitir que pressenti nestas uma pontinha de inveja nas suas palavras. Outras aceitaram bem. Eu, particularmente, gostei de sentir os sinais de tolerância e de modernidade que também nos chegam do Portugal mais esquecido.

A nódoa nesta história toda veio das palavras e da atitude da vereadora da educação da câmara municipal de Mirandela. Por azar, também ela uma professora, daquelas mais conservadoras. Condenou o acto claro, falou do exemplo para os alunos e, pasme-se, decidiu suspender das suas funções a professora e colocá-la como arquivista dentro das instalações camarárias. Moral da história: longe dos meninos, longe a tentação e o mau exemplo.

Confesso que ainda não consegui vislumbrar onde está o problema, a celeuma ou sequer se tudo isto é de facto notícia. Mas é o país que temos e o jornalismo que temos. Curioso é problematizar se nós professores continuamos a ser ou não exemplos (bons ou maus) para os nossos alunos e se eles nos vêem como tal. Fica aqui a promessa que vos falarei sobre isto noutra altura.

Para finalizar apetece-se dizer que, se a moda de pousar para revistas “masculinas” pega, duas coisas podem acontecer, ou a cultura portuguesa fica mais rica visual e intelectualmente, ou o professorado feminino encontrou uma outra maneira de se “aposentar” recorrendo à profissão de modelo. Não sei se fique triste ou se me alegre.

Mas uma coisa sei. Isabel Alçada, se eu fosse a ti estaria com muito medo, muito medo mesmo. Isto poderá ser a debandada geral.

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domingo, 9 de maio de 2010

OS BENFIQUISTAS E OS POLÍTICOS…

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Os benfiquistas e os políticos!... O que têm uns com os outros? A resposta é desconcertantemente fácil. Nada, simplesmente nada. Porquê? Vamos então ver as razões.

Os benfiquistas são homens e mulheres do povo e os políticos não são do povo, não representam o povo, servem-se dele.

Os benfiquistas trabalham e servem o país, enquanto os políticos falam muito, fazem pouco e usam o país para seu benefício pessoal e económico.

Os benfiquistas são pessoas simples, honestas, lutadoras e respeitadoras, os políticos são malabaristas, desonestos, displicentes e individualistas.

Os benfiquistas são-no do coração, com ardor e paixão, por outro lado, os políticos não têm coração, mas tem muitas caras e defendem causas que não são as suas.

O benfiquista é autêntico, sincero e crítico do seu próprio clube, os outros (os políticos) são falsos, passam a vida a dizer mal uns dos outros e a prometer aquilo que nunca fariam intenção de cumprir.

A política acabou em Portugal, ninguém acredita nos políticos, só nos resta acreditar em nós próprios. A política bateu no fundo, o Benfica chegou ao topo.

Obrigado, Benfica por todas as alegrias e por esta época brilhante.

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vida para além da escola…

viver-a-vidaMal seria se eu como professor, não acabasse por escrever sobre vida para além da escola. Porque já está na altura de ouvirem, de viva voz, a verdade, pelo menos a minha.

Como há muito tempo venho dizendo, cada um só deve falar daquilo que sabe e não andar a dar palpites sobre o pouco ou nada que sabe ou pensa saber. Chega de dizer asneiras, pois já não há pachorra para tanta alarvidade.

Se calhar os meus caros leitores não sabem, mas os professores têm vida pessoal e familiar. No entanto, devido a inúmeras pressões externas junto da tutela tudo se alterou em pouco tempo. O estado resolveu “dar” trabalho burocrático aos professores e isto retirou-lhes tempo para pensarem e prepararam as suas aulas. Ainda não perceberam que é isto que realmente interessa?

Pois é, os professores responsáveis precisam de tempo para pensarem e prepararem as suas aulas e esse trabalho ocupa-os em horário extra-aula, ao fim do dia ou durante os fins-de-semana, sem remuneração suplementar. Gostava imenso de ver muitos daqueles que falam demais na minha situação. A corrigir testes, a pesquisar materiais ou a preparar aulas em muitos dos fins-de-semana, isso é que eu gostava.

E que fique claro que não estou para aqui a arranjar desculpas, isto passa-se efectivamente assim quando se é competente e responsável. Pois dos outros, há-os em todas as profissões, até na dos linguarudos. Eu, de facto, só queria ter mais vida própria, ter um emprego das nove às cinco, como muitos.

Toda a gente estupidamente pensa ou diz que os professores não fazem nada e ainda por cima, têm muitas férias. Eu repudio veementemente esta afirmação que só pode vir de gentalha ignorante e mal intencionada. Como os membros da família dos alunos trabalham, a escola é que tem a “obrigação” de cuidar deles durante o dia, isto é o que se ouve à boca cheia dizer por aqueles que ignoram e são maledicentes.

Para estes, a escola não é mais do que um depositário dos filhos, pois ela tem o dever de tomar conta deles enquanto trabalham. De manhã, deixam os filhos na escola como “peças em barro bruto” e no final do dia querem levar para casa uma “peça moldada, cozida e pintada”. Mas, no dia seguinte entregam-nos outra vez uma “peça em barro bruto”. A cena repete-se diariamente.

Cada vez os pais estão mais exigentes e reivindicativos, mas cumprirem a sua obrigação de educar os filhos, muito poucos o fazem. Não se esqueçam que a educação começa em casa e que a educação dos filhos é o reflexo da sua própria.

Educar seria muito mais gratificante, estimulante e facilitado se todos cumprissem o seu papel. Educar os filhos dos outros está cada vez mais difícil, porque a quem o compete, não o está a fazer.

Sinto que tenho cada vez menos vida própria, porque passo tempo a mais ao serviço da escola…

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domingo, 18 de abril de 2010

Manso é a tua tia, pá!…

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Francisco Louça foi injusto ao dizer, no debate semanal na A.R., que José Sócrates estava um pouco mais manso. Ao que este, visivelmente irritado, lhe respondeu que manso era a tia dele. Isto, realmente não se faz ao nosso PM. Mais a mais porque não é verdade. Senão vejamos.

Quem herdou um défice de 6%(?), o baixou para 3% e depois o colocou nos 8%(?) não é manso, é teso e “competente”.

Quem aguentou duas das maiores manifestações de sempre de professores e não cedeu um milímetro não é manso, é teso e teimoso.

Quem diz que vai tributar finalmente as mais-valias dos lucros bolsistas apenas porque isso lhe faz entrar mais uns euros no orçamento não é manso, é teso e “perspicaz”.

Quem se preocupou, mais do que tudo, em fazer aprovar uma lei que regulamenta o “casamento” homossexual e esquece os gravíssimos problemas do país não é manso, é teso e obstinado.

Quem é suspeito de estar envolvido em negócios pouco claros relacionados com projectos de edifícios na Guarda, no licenciamento do projecto Freeport, no processo “Face Oculta” e agora no caso Taguspark não é manso, é teso e impoluto.

Quem nomeou ou influenciou a colocação, para os mais diversos cargos de empresas públicas e privadas, os amigos, os filiados no seu partido e os familiares desses filiados sem se preocupar com isso não é manso, é teso e “idóneo”.

Ele é tão teso ao ponto de não se vergar, nem se demitir, mas sim de continuar a desgraçar e a delapidar o nosso país todo. Mais, pasmem-se ainda com a sua popularidade. Logo, ele não é manso, é convencido.

Eu diria: “Teso sou eu, pá!...”

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sábado, 10 de abril de 2010

A política na escola…

socrates escola sindicatos As escolas estão politizadas, contaminadas pelo poder político vigente e nós não resistimos, pura e simplesmente esperamos que passe. Bem sei que este problema tem raízes mais profundas, só que agora já ninguém se preocupa em disfarçar ou esconder.

Os tentáculos desse “polvo” político, que tem governado o nosso país nos últimos anos, penetrou profundamente nas estruturas da escola. Sufoca e subjuga rápida e implacavelmente qualquer iniciativa ou boa prática. Promove a mediania e o facilitismo.

O controlo e a triagem são reais, embora estejam disfarçados. Quem pertence aos círculos do poder ou aos pequenos lobbies instalados nas escolas influencia e domina a seu belo prazer, condicionando as orientações, as decisões, as metodologias e as práticas.

Cada vez está tudo mais infernizado e burocratizado criando dificuldades ao livre arbítrio e há criatividade individual. A vontade de ensinar vai-se perdendo e a arte do ensino afunda-se rapidamente num abismo de modelos didácticos teóricos e de duvidosa aplicabilidade.

Tudo o que se faz tem que ter um papel / grelha como suporte antes, durante e depois. Tudo tem que ser monitorizado, esmiuçado e avaliado. O professorado está cansado, desmotivado e humilhado. O ensino afunda-se e os parolos dos comandantes deste “navio” pensam que o podem levar a bom porto. Enganam-se, nunca vi um país rico com uma educação pobre.

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quarta-feira, 31 de março de 2010

A gestão da ignorância…

orgulho_e_ignorancia Saber gerir a ignorância do povo sempre foi e sempre será a fórmula ideal de exercer e de controlar o poder, quer ele seja religioso, económico ou político. Quanto mais ignorante for a pessoa mais fácil será controlá-la e manipulá-la.

A história da humanidade assenta nessa premissa e o ignorante só a espaços reage e a história muda. Desde sempre o homem mais instruído sabia como influenciar e manipular os outros, levando há aceitação do seu poder.

O poder pelas armas existe e exerce o seu domínio sobre o oprimido, ignorante ou não, até ao momento em que os mais instruídos o consigam neutralizar ou o ignorante se revolte e atire o peito às balas por motivações que não domina.

Nunca como agora, a manipulação da ignorância dos outros serve na perfeição para a manutenção do estado das coisas. Tudo se deteriora e se desmorona à nossa volta e os tolos assistem sem moverem uma palha. Eles, os espertos, continuam a exercer o seu poder de forma descarada e ostensiva, pois enquanto a ignorância se mantiver, eles dominarão e enriquecerão.

O segredo da evolução das mentalidades está na informação e no conhecimento. As sociedades modernas evoluídas e justas, como as nórdicas, baseiam o seu sucesso no combate à ignorância. Um indivíduo informado e bem formado é mais útil e produtivo à sociedade. A partilha do conhecimento funciona como motor do saber individual. Duvidam disto?

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sexta-feira, 19 de março de 2010

Vergonha sacerdotal…

Padre_Filhos Nunca como agora me convenço que o celibato na igreja católica apostólica romana é uma idiotice e já não convence ninguém, nem mesmo os mais beatos. A estes, o medo fá-los calar pois o desejo do reino dos céus é mais forte.

Querer fazer-nos acreditar que um sacerdote deve apenas amor a Deus, não o podendo dividir com uma companheira ou com os seus filhos é contra natura para ele e perpetua a secundarização do papel da mulher, tão profusamente difundido pela igreja ao longo dos tempos.

Não consigo perceber a teimosia da hierarquia eclesiástica, preferindo continuar a assistir às promiscuidades de padres, bispos e cardeais envolvidos com mulheres (criadas, voluntárias ou amigas) ou com homens (menores ou não), julgando talvez que os seus fiéis não acreditem em tais actos. Errado.

Ainda para mais, quantos de nós não conhecemos ou ouvimos falar dos filhos inocentes resultantes dessas devassas a quem rotulam de afilhados ou sobrinhos?

Quando é que a estrutura da igreja decide reconhecer este estado de coisas e acabar com toda esta vergonha e falsos moralismos? Ou é preferível continuar a assistir ao abandono de uma vocação por sacerdotes que genuinamente optam pelo amor a uma mulher?

A igreja continua em crise porque não se moderniza, porque é excessivamente dogmática e porque sempre achou que para se afirmar tinha que criar roturas e diferenças com outros pensamentos religiosos.

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domingo, 7 de março de 2010

Fui gamado…

gamado Senti-me gamado. Não, fui roubado. Podia ter evitado? Sim. Foi grave? Não, porque não estiveram envolvidos bens materiais de valor.

Mas, perguntam vocês. Afinal qual é o motivo para tanta indignação?

Então aqui vai. Viajava na A1 de sul para norte e resolvi parar numa área de serviço. A hora do lanche obrigava a degustar algo e não hesitei. Aproveitei para esticar as pernas e relaxar um pouco.

Na zona de self-service retirei uma sanduíche de queijo e uma coca-cola de 50 cl. Quando fui pagar fiquei burro: 2,80€ pela sanduíche e 2,65€ custava a coca-cola. Não queria acreditar no que ia pagar. Estão a imaginar 5,45€ pelos dois artigos. Só não os devolvi por pudor e também por necessidade de enganar o estômago até chegar a casa.

Perguntam os meus caros leitores. Mas já não sabias, há muito tempo, que os preços nas áreas de serviço nas nossas auto-estradas são elevadíssimos? Eu respondo-vos que sim. A diferença é que hoje fiquei agastado demais. E eu pergunto. Se os meus amigos já sabiam disto há tanto tempo como eu, porque é que não reclamam ou não se indignam?

Estes senhores da empresa Áreas Portugal S.A. praticam os preços que querem e ninguém diz nada. O estado, que nos devia defender, olha para o lado e nem sequer fiscaliza os preços dos produtos que lá se vendem. As margens de lucro são desmesuradas e tudo continua na mesma.

São milhares aqueles que circulam pelas nossas auto-estradas e não estou a vê-los a trazerem de casa o lanchinho para não serem espoliados quando recorrem aqueles serviços. Ou acham que sim?

Se utilizamos as vias rodoviárias portajadas devemos pagar pela sua utilização. Concordo, mas cuidado com os exageros. Se abastecemos nessas vias, pagamos o combustível mais caro. Neste caso, já acho que nos estão a meter a mão no bolso. Mas, cobrar preços escandalosos em produtos alimentares é gamanço descarado. Tenham vergonha e não explorem o pessoal.

Isto merecia era um levantamento popular…

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Não gosto…

pregui_a2 Não gosto de pessoas com capacidades que não exploram ou não querem potencializar. Sempre as considerei pouco inteligentes por desperdiçarem aquilo que outras não têm ou têm pouco, mas que a muito custo tentam desenvolver ou compensar.

Confesso que me custa ser confrontado muitas vezes com o desaproveitamento de potencialidades em indivíduos por mera malandrice, preguiça ou estupidez.

Custa-me a digerir que numa sociedade tão competitiva, não se perceba que as capacidades pessoais são uma mais-valia crucial para se ingressar no mercado laboral.

Nas escolas, este problema é particularmente evidente. Muitos são os alunos que não sabem, mas também não querem saber. Não se aplicam nada e reclamam se lhes pedem para levar a cabo uma simples tarefa. A cultura do pouco esforço é a nota dominante. Querem tudo, e os pais dão, sem muitas vezes o merecerem.

Eu sou do tempo que apesar de muitas das vezes merecermos não tínhamos ou não ganhávamos nada, mas nunca desistíamos. Agora, muitos dos nossos filhos não são assim. O reconhecimento do esforço e do mérito pouco importa. É triste, muito triste.

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

As mãos e os toalhetes…

M-QuickService-Maos Não gosto de desperdícios. E a minha veia ecológica, mas não “verde”, leva-me muitas vezes ao incómodo que frequentemente sinto.

Todos nós utilizamos casas de banho públicas. Lavamos as nossas mãos (antes e depois ou só depois…) e, por fim, secamo-las.

Ora, era aqui que eu queria chegar. Como sou daqueles que usa toalhetes de papel, por questões alérgicas e não só, afronta-me a quantidade que as pessoas gastam, em cada utilização.

Reparo naqueles que retiram três, quatro e cinco folhas, uma e duas vezes para as secarem. Tenham paciência mas é um exagero. Eu retiro apenas duas e sobreponho-as. É só isto, duas sobrepostas. Chega perfeitamente. Consigo secar bem mãos e cara desta forma.

Então, porque que razão não experimentam? São só duas folhas sobrepostas, nada mais. Vão ver que resulta e evitam desperdício de papel, poupando a natureza.

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

É burrice e da pura…

burro-shrek1 Aumentar impostos como forma de combater o défice português é burrice e da pura. Também é profundamente injusto para um povo que tem ordenados miseráveis e paga impostos de nível europeu. Tenham vergonha.

Não é preciso ser economista, e muito menos político, para perceber facilmente que só com uma boa gestão da receita e da despesa é que as nossas contas se equilibram.

Do lado da receita, cobrar efectivamente IRC, IRS, IVA e Segurança Social às empresas permitirá a entrada de muitos milhões de euros nos cofres do estado. O problema reside no facto de muitas delas não se preocuparem em pagar e o estado nada fazer para receber os muitos impostos e contribuições. O sistemático incumprimento é frequente no tecido empresarial e a impunidade sentida ajuda a manter a funcionar empresas que há muito deviam estar encerradas. Só me compadeço com os trabalhadores.

Do lado da despesa, por exemplo, acabar com muitos dos subsídio-dependentes que abundam na nossa sociedade permitiria poupar imenso. Muitos são aqueles que não trabalham e nada produzem, porque simplesmente não querem. O papel de parasitas daqueles que pagam os seus impostos é a sua única motivação.

Temos de acabar de vez com a atitude latina de fugir aos impostos, porque isso só nos empobrece. Como portugueses não conseguimos compreender que só pagando todos, eu disse todos, impostos justos é que o país gera e distribui riqueza. Enquanto o poder estiver nas mãos dos chico-espertos que enriquecem à conta do trabalhador honesto e cumpridor das suas contribuições fiscais, nunca iremos lá. Ou duvidam disto?

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

É uma roubada…

reforma aos 90 eu vou Fazer depender a reforma da idade, não é só um roubo, é uma tremenda roubada.

É, indiscutivelmente, uma medida punitiva para quem trabalha e lucrativa para quem gere muito mal o dinheiro afecto à segurança social. Ou seja, o Estado e os miseráveis ministros que temos.

Definir uma idade mínima para se ter direito à reforma por inteiro, não é uma medida justa para quem começou a trabalhar cedo, mas é benéfica para aquele levou uma vidinha boa até mais tarde.

Senhores “politiqueiros” (indivíduos que vivem da política) tenham vergonha e apliquem a única premissa justa: a reforma só deve depender do número de anos de descontos. Definam quantos, para assim preservar a sustentabilidade da segurança social. E deixem-se de desculpas foleiras que o povo não é burro.

E, muita atenção, nada de desviar os dinheirinhos de lá para tapar buracos financeiros que vocês fazem nas nossas contas públicas. Se não sabem gerir toca abrir… daí. Fiz-me entender?

Imagem (daqui)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Grande molho de brócolos…

brócolos Estamos cada vez pior. Nas escolas, do país da treta, ninguém se entende. Cada um faz o que quer e como quer. Reina a desordem na gestão e o descrédito dos profissionais.

As avaliações dos professores em 2009 traduziram-se num grande molho de brócolos. Existem docentes com menção de Bom a quem foi atribuído 7 valores, a outros 8 e até 9. Imaginem a que ponto chegou a ignorância e o incumprimento da lei.

Meus caros directores tenham a sensatez de aplicar a lei 15/2007 de 19 de Janeiro. No seu artigo 46.º define-se, especificamente, que o professor classificado com Bom só pode ter entre 6,5 e 7,9 valores. Reparem, também, que da avaliação deve constar um valor até às décimas e os arredondamentos não são aplicáveis.

Lamento e repudio que coisas destas se passem em muitas escolas e que tudo fique igual apesar de Centros de Áreas Educativas e Direcções Regionais terem conhecimento destes imbróglios.

Espero que me perdoem os pormenores técnicos, mas era preciso explicar toda esta enrascada. Depois disto, será que vou conseguir engolir hoje um pé de brócolo que ando há tempos a mastigar?

(Imagem daqui)